Um pouco de belo, muito do devasso...

Eu mereço me sentir um criminoso

O que Deus fala o diabo complementa

Tenho pouco a perder e muito a ganhar

- Só queria ser bom – Diz minha consciência

Mas no fundo minha cabeça é confusão

Entre ser bom e ser mal

Qual o melhor jeito de se viver a vida?

Existe equilíbrio entre ser bom e mal numa pessoa?

- Sim – Qualquer idiota fala

É uma verdadeira contradição

Espanco minha mulher e sou um bom homem no trabalho?

Sou um bom pai e um inescrupuloso homem?

Trato bem meus amigos e prefiro que morram meus inimigos?

Ser bom e mal é um equilíbrio?

Bobeira!

Se quer viver de forma digna, admita que não há nem um pouco de mal nem um pouco de bondade em si... as coisas acontecem.

A vingança é sua e minha.

O ódio e a inveja é minha e sua

A piedade é de ambos

“Havia muito do belo, muito do devasso, muito do bizarro, um tanto do terrível, e um pouquinho de algo que poderia provocar nojo.” Edgard Allan Poe

Agora eu o entendo

Somos todos nojentos e belos

Devo me culpar por minha insanidade ou por minha vontade?

Devo me levar em consideração pelo que “sou” e “falo”?

Ou pelo que os outros dizem de mim?

Todo enganados

Um simples homem com ódio no peito: Um pouco de belo, muito do devasso...

Edgard soube me entender... mais ninguém

Que ódio!

Minha cabeça dói

Meus nervos doem

O que acontece com minha cabeça?

O que é isso que está em minha cabeça e não passa?

Por mais que eu durme ou tome remédio, é um tormento constante

Qual será a solução?

A expressão do ódio?

Ou a reversão para a bondade?

Como eu odeio esse mundo!

Essas pessoas!

Essas normas!

Esses padrões!

Essas convenções!

A famosa pergunta que não sai da minha cabeça: Por que ainda não cometi um crime?

Eu não suporto mais!

A religião não me traz a vida, apenas me convence que depois da morte há algo melhor

É ter a sensação de uma criança que irá viajar para praia com seus pais no dia seguinte

Mate-me!

Ou me faça viver...

Será possível alguém não ser egoísta o suficiente para se importar com alguém?

Imploro que meu psiquiatra se preocupe comigo: Seus medicamentos são minha salvação.

Para viver, só assim mesmo

Eu não sei o que será de mim

Não sei o que vou fazer

Não sei o que faço

Não sei o que esperar

Está tudo ruim em minha cabeça

Por favor, eu imploro que minha cabeça pare de ter tanto tormento!

Uma noite de sono não resolve isso

O que me atormenta?

É essa vida!

É esse mundo!

São essas pessoas!

Pare, por favor...

Agora entendo todos os drogados e todos os alcóolatras: é difícil lidar com essa vida sem ter nervos de aço

Eu não tenho

Eu não tenho rumo

Não tenho direção

Tudo aponta o improvável

Tudo aponta para “muito do devasso, muito do bizarro, um tanto do terrível, e um pouquinho de algo que poderia provocar nojo.”, mas nada de belo há pela frente

Abraços!

Cuide-se!

Plínio Platus
Enviado por Plínio Platus em 25/02/2009
Reeditado em 15/03/2009
Código do texto: T1456142