Manuel Antonio de Almeida, criador do romance de costumes brasileiro.
 
Em 1831, nasceu, no Rio de Janeiro, Manuel Antônio de Almeida, jornalista, cronista, romancista e crítico literário. Era filho de portugueses de origem humilde, o que o inspirou a escrever sobre a vida e os costumes da classe média baixa. Ficou órfão de pai aos dez anos. Estudou desenho na Academia de Belas-Artes.
 
Em 1848, entrou para a faculdade de Medicina da Corte. Entretanto, suas dificuldades financeiras o levaram para o jornalismo e as letras.
 
Em 1851, ano em que se lançava nas letras, escrevendo suas primeiras poesias, perdeu sua mãe. Coube-lhe cuidar de seus irmãos, por isso empregou-se no Correio Mercantil.
 
Em 1852, começou a publicar, anonimamente, no jornal onde trabalhava, em folhetins, como era costume na época, o romance que o tornou famoso, Memórias de um Sargento de Milícias, sua única obra.
 
Em 1853, completou a publicação dos folhetins das Memórias de um Sargento de Milícias. Continuou no Correio Mercantil.
 
Em 1854, publicou o primeiro volume das Memórias de um Sargento de Milícias, assinado com o pseudônimo «Um brasileiro».
 
Em 1855, publicou o segundo volume das Memórias de um Sargento de Milícias e concluiu seu curso de Medicina, mas nunca exerceu a profissão.
 
Em 1858, foi administrador da Tipografia Nacional, onde teve como aprendiz de tipógrafo nada mais nada menos que Machado de Assis.
 
Em 1859, foi nomeado 2º oficial da Secretaria dos Negócios da Fazenda.
 
Em 1861, ao viajar para Campos, morreu tragicamente, com mais trinta companheiros de viagem, no naufrágio do pequeno vapor Hermes, a duas milhas do litoral, enquanto fazia campanha para eleger-se deputado federal.
 
Em 1863, na terceira edição do seu romance, já póstuma, foi que apareceu com seu nome verdadeiro.
 
Além de seu já citado romance, merecem menção uma tradução do Rei dos Médicos, do francês Paul Fléval e o drama lírico Dois Amores, que foi publicado em 1861.
 
Memórias de um Sargento de Milícias, obra-prima de humor e ironia, foi o primeiro romance de costumes publicado no Brasil. Nele o autor desenhou com fidelidade os personagens e imprimiu um ritmo natural à narrativa. Talvez porque não estivesse interessado em sucesso nem em moda literária, escreveu sem compromissos e apresentou, com humor e com tendências realistas, a sociedade do Rio de Janeiro no início do século XIX, época da presença da corte portuguesa no Brasil, entre 1808 e 1821, principalmente a gente simples. Seu romance fez sucesso pelo humor imparcial e amoral, o estilo coloquial e, principalmente, por seu grande talento como narrador. Em pleno Romantismo, Manuel Antônio de Almeida publicou um romance de cunho realista, sem os artifícios com que a técnica romântica fantasiava, deformava, embelezava ou idealizava a realidade. Segundo a crítica atual, o autor sofreu influência na elaboração da obra e de seu personagem principal do romance picaresco e costumista espanhol, cujo protagonista é um pícaro, isto é, ardiloso, sagaz, malicioso, malandro, cômico. Não é mais o herói, mas o anti-herói.
 
Manuel Antônio de Almeida é considerado um escritor de transição entre o Romantismo e o Realismo, porque sua obra apresenta características românticas e já traz algumas do Realismo, escola literária que sucedeu o Romantismo, como, por exemplo, suas personagens não-idealizadas, ou seja, mais próximas do real, e linguagem mais simples e popular, se comparada, a outros escritores do mesmo período. São mendigos, cegos, soldados, barbeiros, comadres, mestres de rezas, meirinhos... saídos diretamente da vivacidade típica da sociedade média da época, que falam a linguagem coloquial, com brasileirismos, modismos, ditos populares, frases feitas etc., Além disso, o autor insere grande quantidade músicas, danças e costumes do povo nacional às vésperas da independência do país. Manuel Antônio de Almeida se aproveitou do popular e colocou na sua obra.
 
Referências
 
http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/almeida.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u610.jhtm
http://www.cervantesvirtual.com/portal/FBN/biografias/ma_almeyda/index.shtml
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/manuel-antonio-de-almeida/manuel-antonio-de-almeida-2.php