vinte e sete de novembro de 1969.

Acordei com o tocar do telefone que vinha a ser a Ana me chamando pra ir lá, ou melhor, me enganei, acordei 9 e meia e fui passar a limpo aquele diário que parecia um lixo, tomei vergonha. Depois fui ver uma pilha enorme de livros que mamãe vai doar. Aqui em casa o que não falta é livro. Bem, aproveitei pra arrumar meu armário e joguei milhões de cadernos dos anos passados fora. Esvaziei tudo, assim que eu gosto, esse negócio de ficar guardando cacarecos não é comigo.

Depois disso, Ana me telefonou e eu fui pra lá. Ela está toda contente, falou com o Fischer das 11 hs até o meio dia... ahhhhh!! assim que eu gosto telefonando pra namoradinha!!

Subi pra almoçar.

O homem veio pegar os livros. Olha, deu 6 embrulhos imagine quantos livros!!!

Depois fui na Jupira e no Sacre Coeur de Marie pegar as notas da Ana.

Quando cheguei Rita estava aqui pra irmos ao dentista, ela vai arrancar um dente. Fomos andando até a Miguel Lemos. No caminho, encontramos o Maninho e o Antonio.

Tanto choro, tanto medo, tanta coisa pra danada da Rita não arrancar o dente!! Depois eu e Rita acompanhamos a Ana pra tirar radiografia de pulmão e tirar retrato 3 x 4.

Fui dormir na casa da Rita.

Resolvi ligar pro Danilo, não pense que dizendo que era eu. Rita ligou às 10 e meia, vê que vergonha, passando trote, mas ele sabe que foi ela. Infelizmente, tem que ser assim ele não resolve me ligar e eu não aguento mais de saudade, eu o adoro. Logo hoje que estou na fossa ele não me liga...garanto que ele está fazendo isso pra eu aprender.

Acabamos de ver o Beto quase meia noite e resolvemos dormir. Tentava dormir e não conseguia. Chamei a Rita e disse que estava sem sono e ela idem. Levantamos fumamos um cigarrinho. Estávamos morrendo de fome, levantamos de novo, bem de mansinho porque estava todo mundo dormindo. De repente, deu um a bobeira na gente que não parávamos de rir. Fomos na geladeira e tinha um negócio lá de vagem e cenoura do almoço, repartimos e mandamos brasa. Continuamos com fome, traçamos um pote de gelatina. Permanecemos com fome e comemos quase o queijo todo. Para arrematar fumamos outro cigarrinho na janela por causa do cheiro. Estava chovendo pra burro e nós ficamos inspiradas, você deve saber a saudade e a fossa inspiram quem quer que seja e começamos a escrever versos, um deles foi esse: " A chuva cai de mansinho e eu na janela chorando baixinho, você está longe dos meus olhos, mas bem pertinho do meu coração, o que me resta é a lembrança, pois a última que morre é a esperança." A última frase eu que fiz, como você vê eu estava poética mesmo.

Depois relembrei Paty do Alferes, das alegrias que tive por lá na minha infância, contei casos pra Rita que não fogem da minha mente, gostava muito daquele lugar. Logo depois pegamos no sono.

Bye.

Me francesa
Enviado por Me francesa em 01/05/2009
Código do texto: T1570268
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