Cecília Meireles, poetisa da transitoriedade
 
Em 1901, nasceu no Rio de Janeiro. Seu pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Seus três irmãos também faleceram logo. Por isso, sua infância foi marcada pela dor e pela solidão. Criou-a sua avó materna. Por volta dos nove anos de idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias
 
Em 1910, concluiu o curso primário na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebeu de Olavo Bilac, inspetor escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor".
 
Em 1917, diplomou-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro. Exerceu o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.
 
Em 1919, publicou seu primeiro livro de poesias, Espectro.
 
Em 1922, casou-se com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas, que lhe deram cinco netos.
 
Em 1935, seu marido suicidou-se, vítima de forte depressão.
 
Em 1940, Cecília casou-se com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.
 
De 1930 a 1931, escreveu para o Diário de Notícias sobre educação.
 
Em 1934, organizou a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, quando dirigia o Centro Infantil no bairro de Botafogo.
 
De 1935 a 1938, lecionou Literatura Luso-Brasileira e Técnica e Crítica Literária na Universidade do antigo Distrito Federal (hoje UFRJ).
 
De 1936 a 1938, foi colaboradora no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.
 
Em 1939, a Academia Brasileira de Letras concedeu-lhe o Prêmio de Poesia Olavo Bilac ao seu livro Viagem pela alta qualidade de sua poesia.
 
Em 1940, lecionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA).
 
Em 1951, aposentou-se como diretora de escola, porém continuou a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).
 
Em 1952, tornou-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho.
 
Em 1953, a Universidade de Délhi, Índia, concedeu-lhe o título de Doutora Honoris Causa.
 
Em 1962, recebeu o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte.
 
Em 1963, ganhou o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária pelo livro Poemas de Israel, conferido pela Câmara Brasileira do Livro.
 



Em 1964, faleceu no Rio de Janeiro. Foram-lhe prestadas grandes homenagens públicas: seu corpo foi velado no Ministério da Educação e Cultura; recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro Solombra, concedido pela Câmara Brasileira do Livro; foi inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, Chile.
 
Em 1965, a Academia Brasileira de Letras outorgou-lhe o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. O Governo do então Estado da Guanabara denominou Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro.
 
Em 1989, o Banco Central do Brasil lançou uma cédula de cem cruzados novos com a efígie de Cecília Meireles.
 
O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins do Rego.

Cecília Meireles realizou numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.
 
Muitas escolas, bibliotecas e ruas levam seu nome. Sua poesia foi traduzida para várias línguas.
 
Em virtude das perdas que sofreu prematuramente, Cecília Meireles teve uma forte noção de brevidade, algo muito presente em seus poemas, e familiaridade com a morte. São suas as palavras sobre isso:
 
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
 
“(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
 
“(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas, o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."
 
Além das obras já citadas, escreveu, entre outras, Criança meu amor, Baladas para El-Rei, Vaga Música, Mar Absoluto, Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta, Romanceiro da Inconfidência, Batuque, Pequeno Oratório de Santa Clara, Pistoia, Metal Rosicler, Poemas Escritos na Índia, Ou Isto ou Aquilo, Escolha o Seu Sonho, Crônica Trovada da Cidade de Sam Sebastiam no Quarto Centenário da sua Fundação Elegias, Flores e Canções.
 
Referências
 
http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp
http://www.geocities.com/tampo_8/poesia/cecilia-biografia.html
http://www.suapesquisa.com/biografias/cecilia_meireles.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u566.jhtm


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