Biografias

Biografias

Não há explicação para a emoção sentida pela morte de um biografado revivido em livro; por exemplo, Fernando Pessoa biografado por Robert Brechon, Chopin em biografia de Tald Szulc e tantos outros; evidentemente, não se lê biografia de quem não se conhece ou não se gosta; o próprio ato de se ter um biógrafo já justifica muita coisa, uma importância especial. Se o biógrafo trata mal o biografado não consegue passar nenhuma emoção; é o caso de Emil Ludwig biografando Beethoven. Se não conhecesse a obra do notável compositor, um dos maiores nomes da música, pela biografia de Ludwig não procuraria conhecê-la. Admitindo por absurdo, alguém poder ignorar Beethoven. Otto Friedrich biografou Glenn Gould com tanta paixão, que passei a ouvir sem parar o notável pianista canadense. Sofri tanto a morte de Chopin, que quase encomendei uma missa, para chorar com mais razão na igreja; imaginem que Chopin, além de sua marcha fúnebre, pediu que se tocasse em seu velório o Réquiem de Mozart; emoção demais; hasta la vista!