Rachel de Queiroz, primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras
 
Em 1910, nasceu Rachel de Queiroz em Fortaleza. Sua bisavó materna era prima de José de Alencar, importante escritor do Romantismo brasileiro. Portanto, a literatura também está em seu sangue.
 
Seu pai, professor de Geografia, dedicou-se pessoalmente à sua educação. Ensinou-a a ler, a cavalgar e a nadar. Com cinco anos, a escritora leu Ubirajara, de José de Alencar, "obviamente sem entender nada", como gosta de frisar.
 
Em 1917, fugindo dos horrores da seca de 1915, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Essa seca foi tema de seu primeiro livro, O Quinze. No mesmo ano viajaram para Belém do Pará e depois de dois anos retornaram para o Ceará, mais precisamente Quixadá, onde Rachel é matriculada no curso normal.
 
Em 1925, formou-se professora. Tinha então 15 anos. Na fazenda dos pais, dedicou-se à leitura.
 
Em 1926, nasceu sua irmã caçula, Maria Luiza. Tinha mais irmãos: Roberto, Flávio e Luciano (já falecidos).
 
Em 1927, com o pseudônimo de Rita de Queluz, ela enviou ao jornal O Ceará, uma carta ironizando o concurso "Rainha dos Estudantes", promovido por aquela publicação. Em vista do sucesso da carta, o diretor, amigo de seu pai, a convida para colaborar com o jornal.
 
Três anos depois, por ironia, quando substituía a professora de História no colégio onde estudara, Rachel foi eleita a "Rainha dos Estudantes". Estava na sua festa de coroação, quando chegou a notícia do assassinato de João Pessoa. Ela atirou a coroa no chão e deixou o local, dando a explicação que era repórter.
 
Em 1930, esteve de repouso para tratar de um problema pulmonar. Nesta época, escreveu o livro O Quinze - romance social sobre a seca nordestina de 1915. Deu para os pais lerem, e eles decidiram financiar a edição, publicada com uma tiragem de mil exemplares. Ela enviou o livro para o Rio de Janeiro e São Paulo, sendo elogiado por Augusto Frederico Schmidt e Mário de Andrade. E Rachel se transformou numa personalidade literária.
 
Em 1931, no Rio de Janeiro, conheceu integrantes do Partido Comunista. De volta a Fortaleza, ajudou a fundar o PC cearense

Em 1932, casou-se com o poeta bissexto José Auto da Cruz Oliveira. Foi fichada como "agitadora comunista" pela polícia política de Pernambuco. Nesta época, o seu segundo romance João Miguel foi vetado pelo Partido Comunista. A escritora rompeu com o partido e lançou a obra pela editora Schmidt no Rio de Janeiro
 
Em 1933, nasceu, em Fortaleza, sua filha Clotilde.



 
Em 1935, mudou-se para Maceió, onde fez amizade com Jorge de Lima, Graciliano Ramos e José Lins do Rego. Aproximou-se também do jornalista Arnon de Mello (pai do presidente da República Fernando Collor, que a agraciou com a Ordem Nacional do Mérito). Sua filha morreu aos 18 meses, vítima de septicemia.
 
Em 1937, lançou o romance Caminho de Pedras. Com a decretação do Estado Novo, seus livros foram queimados em Salvador - BA, sob a acusação de subversivos. Permaneceu detida, por três meses, na sala de cinema do quartel do Corpo de Bombeiros de Fortaleza.
 
Em 1939, separou-se de seu marido e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde publicou seu quarto romance, As Três Marias.
 
Em 1944, tornou-se cronista exclusiva da revista O Cruzeiro, onde permaneceu até 1975.
 
Recusou o convite do presidente da República Jânio Quadros, para ocupar o cargo de ministra da Educação. Na época, justificando sua decisão, teria dito: "Sou apenas jornalista e gostaria de continuar sendo apenas jornalista."
 
Pode-se dizer que Rachel colaborou com o golpe militar de 1964, porque foi a favor da deposição do presidente João Goulart.
 
Em 1967, passou a integrar o Conselho Federal de Cultura, ficando até 1985.
 
Em 1969, estreou na literatura infanto-juvenil, com O Menino Mágico.
 
Em 1975, publicou o romance Dôra, Doralina.
 
Em 1977, tornou-se a primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras.
 
Em 1992, lançou o romance Memorial de Maria Moura.
 
Rachel de Queiroz recebeu vários prêmios: em 1931, no Rio de Janeiro o prêmio de romance da Fundação Graça Aranha, mantida pelo escritor, em companhia de Murilo Mendes (poesia) e Cícero Dias (pintura); em 1953, pela montagem paulista da peça de teatro Lmapião, com o Prêmio Saci, conferido pelo jornal O Estado de São Paulo; em 1957, da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra; em 1993, dos governos do Brasil e de Portugal, o Prêmio Camões e da União Brasileira de Escritores, o Juca Pato; em 1996, pelo conjunto de sua obra, o Prêmio Moinho Santista; em 2000, o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
 
Em 2003, faleceu, dormindo em sua rede, na cidade do Rio de Janeiro.



 
 
Referências:
http://www.releituras.com/racheldequeiroz_bio.asp
http://www.infoescola.com/biografias/rachel-de-queiroz/
http://www.geocities.com/~rebra/autoras/1port.html


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