Assim como em Assis

Nascido no final do século XII em Assis, Itália. Filho de uma família de comerciantes. Naquela época essa classe começava a alcançar prestígio social devido a sua ascenção econômica. Em contrapartida, a nobreza, famílias tradicionais, perdiam seu prestígio junto ao povo e a realeza.

Seu primeiro nome foi João de Berbadone. Era filho de Pietro Bernadone e Pica Bernadone. Sua vida foi como a de um jovem qualquer naquela parte.

A vida que Francisco conhecera no fundo de sua agonia para saber se realmente havia encontrado Aquele que um dia tinha sido o seu ideal de vida fez com que ele relativizasse todas as demais coisas. Portanto, essa é uma vida de sonhos desmantelados e de vazio quase pleno. Quase, porque se fosse total se confundiria com a própria morte e ainda lhe resta um infimo pedaço de vida que ainda não fora carcomido pelo verme da solidão pavorosa e dadivosa.

Nesse estado os sentimentos não são nada além nulos e nulificantes. Existe uma diferença entre experiência de Deus e experiencia religiosa. Essa ultima pode acontecer até mesmo na leitura de um livro, ante um quadro de expressiva magia, defronte a uma paisagem da natureza, enfim, ante qualquer percepção da realidade mediante uma junção de compreensão entre aquilo que se experiementa e a inteligibilidade disso mesmo. Isso porque a experiência religiosa possui uma caracteristica de religamento com aquilo que se havia rompido. Dentro dessa perspectiva, o fato de se extasiar ante a propria percepção e sua inteligibilidade não é nada além desse religamento obtido mediante o estar situado defronte ao percebido. A experiência dita de Deus além de englobar essa compreensão a eleva a uma categoria acima e esta se efetiva por meio de uma sensação de estar situado numa dimensão de sentido da própria vida em confornto com outra vida que, em última instância, a supera e a compreende em toda a sua extensão e complexidade. É para essa caracteristica que Bruno Forte aponta quando diz que Jesus de Nazaré, o Deus historicizado, se sentia ambientado. Tal fato se evidencia pelo modo como esse Jesus de Nazaré se portava nas suas atitudes e gestos. Tais gestos levados a a cabo fizeram com que ele entregasse a sua própria vida em favor de seus irmãos porque se sentia impelido por uma força que o colocava numa condição de "sacerdote de sentido" de vida para seus irmãos e irmãs. Dentro dessa compreensão a critica feita por Emanuel Lévinas cai por terra, tal critica procura evidenciar o fato da não supressão da responsabilidade de messianidade de todos os homens em relação aos seus semelhantes. Ora, o que fez São Francisco de Assis que não agarrar a sua co-messianidade? Quando relativizou todas as coisas o fez de modo a agarra-las em um nivel ainda mais profundo.

Dranem
Enviado por Dranem em 13/08/2009
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