Os últimos passos de Ian Curtis

Em agosto de 1979, Ian Curtis deixou o emprego.

O Joy Division abriria a turnê dos Buzzcocks pela Europa e receberiam U$5 dólares por dia.

Eram tempos sombrios e de recessão no mundo do entretenimento juvenil.

Em Bruxelas, Ian conheceu Annik Honoré e, iniciou-se uma paixão efêmera, intensa e com sentimento de culpa.

Deborah, a esposa, dera luz à Natalie, filha que Ian nunca segurara. Dizia ter medo de sofrer um ataque com o bebê em seus braços.

Pai distante, voltou para casa se sentindo culpado, traidor.

Bebeu muito, rasgou páginas bíblicas, trechos sobre fidelidade, e fez cortes no próprio tórax.

Disse a Deborah que não a amava mais, pois tinha uma foto da cadela Candy na carteira e nenhuma da esposa ou da filha.

Vieram as gravações de "Closer" e Ian toma uma overdose de medicamentos.

Banda e empresário não se tocam sobre o fato. Ian estava em profunda depressão, vítima de seus próprios versos.

O cantor deixava o hospital direto para os palcos.

Na véspera da turnê aos EUA, assistiu "Stroszek", filme de Werner Herzog e se encontrou com a ex-mulher.

Quis desistir da separação, mas não havia volta.

Deborah foi para a casa dos pais e Ian ficou tomando uísque na casa de Bernard, membro da banda.

Ouviu "The Idiot", magnífico album de Iggy Pop, escreveu uma carta e se enforcou na cozinha com uma corda de varal.

Ninguém do Joy Division chorou em seu funeral.

Deborah escolheu a frase: "Love will tear us apart" para a lápide em sua morada final.

*FONTE: Showbizz, ed.152, pág.50.

Marciano James
Enviado por Marciano James em 12/09/2009
Reeditado em 20/02/2013
Código do texto: T1806994
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