Fandango de Galpão

Certa feita um gaudério cúiudo

Depois de ficá na roça só trabaiando

Aresorveu í lá pa cidadi tomo umas canha

Procura umas quenga daquelas

Da xana bem pequena;

Deu uns barrigaço lá na sanga

Escolheu a melhor pilcha

passô uma agua cherosa nas melena

Encilho o tordilho e se mando

Na noite serena;

Cheganu na cidadi

Passo na venda do seu Tonhão

Onde tomo um gole da amarelinha

Disse que era pa froxá os garrão,

Alçou a perna no pingo e foi direto

Prum fandango lá no galpão.

Cheganu por lá o xinaredo tava por compréto

Dava pa escoie cos dedo,mais tinha umas feiosa

Que só di oiá dava medo,sinfiô pa dentro do salão,

E logo de pronto foi dança um vanerão,

Marca vem e marca vai i a cordiona resmungando

O gauderio tava que tava se esbaldando,

Naquele salão onde a fumaça do lampião

E toda poera du chão ia se misturando.

Dança daqui,caborteia dali e nesse intrevero todo

Tomava das amarelinha ate as misturada com raíz

Dizia o gauderio que tava muito feliz

E numa milonga paxonada,sí incanto cuma morena

E falava que era sua namorada

Chinóca di anca redonda,dançava i rebola

Cum olhar toda caprichosa,dançava toda mimosa

Aqueli perfume di rosa,era a china mais cherosa

Que tinha lá nu salão,dançava i rebolava

Dexando u gauderio nu maior tesão

Entre uma marca i outra ficava roçando

Cocha cum cocha i mijadô cum mijadô

Chamanu a china prum cantu disse :

- Vamo ali nun canto da quisássa fazê

uque a natureza mandô.

Naquele intrevero todo

Di longe si iuscuitava bem bachinhu

O som das milonga i as vanera du salão

I beja daqui,umas fungada nu cangoti dali

Arranca bombacha,tira saia,o gauderio tava

exprodinu,a chinóca caiu de joeio e começo a mamá,

Mais o gauderio num podia isperá que depois

De tanta canha o pau vinha broxá

A china só pa aliviá disse ;

- Tenta relaxá!

E naquela peleja,di abraça i sí isfregá

O gauderio lá na macéga,viro a moça de quatro

E as prega do cu da china começa a coçá

Esfrega a cabeça do pau,mais nada d'ele levantá

Muito injuriado,pego nu vazio da pança da china

E pro seu lado ele puxô,logo de pronto um peido

Ele insatisfeito escuitô

O gauderio deu um suspiro

Seguranu o pau disse:

- Ansim de vergonha vance mi mata.

Deu um tapa no miserave e ainda disse:

_ Levanta pau veio qui tem cu fazenu serenata

Seu eterno menino
Enviado por Seu eterno menino em 04/11/2009
Código do texto: T1904630
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.