Análise da obra The Great Gatsby do autor Francis Scott Fitzgerald

1-Introdução

Este trabalho tem por finalidade analisar a obra The Great Gatsby (O grande Gatsby – 1925) do autor Francis Scott Fitzgerald.Organiza-se em características do autor , resumo da obra,análise dos personagens,estrutura da obra,contexto histórico,análise crítica da obra e bibliografia.

2-Características do Autor

A vida de Francis Scott Fitzgerald foi,de certo modo,mais trágica do que qualquer uma das páginas que escreveu.Tinha tudo para realizar-se plenamente como homem e escritor,Mas infeliz e desajustado,sucumbiu aos excessos boêmios da chamada “geração perdida”,que viveu estouvadamente a década de 20 e da qual absorveu-exprimindo-o literariamente -todo o desespero.

Autor de imaginação vigorosa e nervos fracos . Fitzgerald nasceu a 24 de setembro de 1896,em St.Paul,Minnesota,filho de irlandeses.A família próspera,procurou educá-lo nos melhores colégios,reprimindo a tendência já marcante no adolescente ,que passara o tempo a escrever.No entanto,Scott não relutou em abandonar a Universidade de Princeton,em 1917,após quatro anos de estudos.Em novembro daquele ano,foi convocado para o Exercito,onde serviu como tenente até fevereiro de 1919.Terminada a Primeira Guerra Mundial,e iniciada a catarse americana dos roaring twenties ,decidiu ganhar a vida como repórter em Nova York.Os jornais lhe recusaram uma oportunidade,e por três meses ele redigiu anúncios ,até que sua primeira remessa de contos foi aceita pela revista “Smart Set”.

O pagamento permitiu sua volta à cidade natal,com a única finalidade de escrever.Aos vinte e quatro anos ,publicou o primeiro livro , “Este lado do paraíso” (1920),que imediatamente o transformou numa celebridade,sem contudo alterar seu estilo de vida.Ainda em 1920 ,desposou Zelda Sayre,também escritora,da qual teve uma filha,e passou a dividir sua residência entre Long Island ,nos Estados Unidos,e a Riviera francesa.A partir de 1928,entretanto, Zelda apresentou sintomas de moléstia mental, tendo sido internada várias vezes em sanatórios.

Popular e famoso,ganhando bem,mas gastando sem medida,Fitzgerald prolongava a euforia dos primeiros êxitos,levando uma vida de festas e pouco trabalho.Em fins de 1924,escrevia da Riviera para o crítico Edmund Wilson: “Meu livro é maravilhoso,recuperei minha saúde-não tenho mais tosse nem uma dor funda no estômago após duas xícaras de café”.A razão desse entusiasmo era “O grande Gatsby” (1925),considerado por muitos a melhor obra de Fitzgerald.Nele,a tentativa de fugir à rotina,pelo rompimento com as convenções sociais,leva as personagens a um grande vazio, que anula todo sentimento.Sob esse aspecto,a obra revela um curioso conceito moral:a beleza sempre aparece associada ao pecado e à corrupção.O passado romântico do “velho oeste” é apresentado como uma espécie de ideal místico,em oposição à frieza do leste desenvolvido.

Incapaz de adaptar-se aos novos tempos e à geração que viveria uma nova Guerra Mundial,descrevendo-se como um ato inacabado”,Scott Fitzgerald passou seus três derradeiros anos em Hollywood,em completo retiro e escrevendo argumentos de filmes.Um ataque do coração ,a 21 de dezembro de 1940,não permitiu que concluísse seu último romance,publicado com o título de “O último magnata”.Relegado à obscuridade nos anos subseqüentes à sua morte,ele é hoje reconhecido não só como grande escritor mas também como historiador social de seu tempo.Traduzido e reeditado,levado ao teatro e ao cinema,.amado pela crítica e pelo público,Scott Fitzgerald recebe,em caráter póstumo,as glórias que apenas parcialmente conheceu durante sua atormentada carreira.

Outras obras: “Belos e malditos” (romance,1922); “Contos da era do jazz” (1922); “All the sad Young men”(1926);e “Suave é a noite”(romance,1934).

6-Resumo da obra

O grande Gatsby, de F. Scott. Fitzgerald.

A estória inicia-se com o narrador Nick Carraway, contando um pouco de sua vida, desde os tempos da universidade, quando fora injustamente acusado de ser um político típico, mais pelo fato de saber como poucos, lidar com os indivíduos de inteligência mais requintada até aqueles marcados pela violência e brutalidade. Seu pai sempre o alertou a respeito de como a vida deu-lhe chances e condições de ser o que era, e quando fosse criticar alguém que levasse as possibilidades que teve na vida, que outros não tiveram, em consideração. Nick também nos conta um pouco de como sua família, um antigo clã segundo ele mesmo, veio ao novo mundo em busca de conquistas materiais. Os Carraway descendiam de uns certos duques de Buccleuch.Diplomado em 1915, na universidade de New Haven, participou com a expedição yankee, nas sangrentas batalhas da grande guerra na Europa. De volta à América, resolve entrar no negócio de títulos em voga na época. Resolveu então tentar a vida aventurando-se no leste, no coração comercial da mais nova potência mundial, Nova Iorque. Consegue com sucesso alugar um bangalô, em uma cidadezinha nos arredores da cidade que nunca dormia: West Egg, uma simpática aldeia como o próprio Nick a chamava. Espremido entre mansões exuberantes e imponentes, dentre elas a de Gatsby. Surpreende-se por conseguir pagar por toda esta visão, apenas oitenta dólares mensais.Mete-se então sem perda de tempo a estudar dedicadamente, volumes sobre todo tipo de operações bancárias que se relacionassem com investimentos na bolsa. Ainda teve a felicidade de ter o auxílio de uma empregada finlandesa, que cuidava de suas roupas e demais afazeres domésticos.

Numa tarde, dirigiu-se a outro bairro próximo, East Egg, para visitar amigos seus de longa data que por coincidência, também resolveram experimentar a vida no leste: o casal Buchanan, constituídos por Tom, seu antigo colega de universidade e Daisy, sua prima em segundo grau, apesar de nunca ter tido realmente contato com a mesma. Conheceu nesta mesma visita, a senhorita Jordan Baker, campeã de golfe, astuta e realmente desonesta, não aceitando de modo algum levar para casa qualquer tipo de derrota, o que nos seria comprovado ao longo da obra. Naquele intenso verão, enquanto conversam ao sabor de coquetéis, telefonemas insistentes levam Tom e Daisy ao outro recinto da mansão, enquanto Jordan e Nick já interessados em conhecerem-se melhor, confabulam sobre o que estaria acontecendo. Nick perplexo, passa a ser sabedor através de sua recém apresentada colega, que seu amigo tem uma amante em Nova Iorque.Logo após este momento, Nick é convidado a sua revelia a ir com Tom visitar sua amante em Nova Iorque. Todos sabiam a respeito do caráter adúltero do bruta-montes e arrogante Tom, inclusive sua esposa. Mas viver de aparências não é algo comum somente nos dias atuais. Chegando na residência da amante, foram recebidos pelo marido da adúltera, Sr. Wilson. Tom e este pobre homem de aparência doentia, mantinham relações comerciais a respeito de vendas de carros. Neste instante a adúltera entra em cena, Myrtle Wilson. Esta mulher mente ao seu marido dizendo que sairia para visitar uma sua irmã. Esta era a senha para o perigoso e comentado encontro.

Seguiram então para um apartamento que Tom possuía, onde a festa tendo como coadjuvantes, outros convidados, realizou-se regada a muita bebida, futilidades e sexo. Até a irmã de Myrtle, convidada de última hora apareceu. De repente em meio a toda aquele calor festivo, onde todos estavam visivelmente afetados pelas doses de álcool, a brutalidade de Tom se revela, quando irritado a ouvir ser proferida da boca de sua amante por insistentes irritantes vezes o nome de sua esposa, esmurra-a, quebrando seu nariz. Ao findar a festa, nosso narrador parte, pensativo sobre as experiências que estava presenciando. Dada sua formação e do lugar de onde vinha, não estava ainda realmente afeito àquele tipo de coisa.Nick havia avistado alguns dias antes, um homem em uma mansão próxima à sua, e chamou-lhe a atenção de que extraordinariamente, parecia que aprazia a este cavalheiro estar só, observando ao seu redor o que o cercava. Recebe posteriormente um convite para mais uma de tantas glamorosas festas na mansão de Gatsby. Ouvira falar deste cidadão cercado de mistérios, pois que tantos comentavam sem certeza alguma sobre as origens dele e de sua fortuna. Dizia-se que ele havia estudado em Oxford, outras lendas diziam que havia matado um homem e por aí afora...

O foco da narrativa nos leva ao exato momento em que Nick conversa com um suposto convidado sem saber que seu interlocutor era o próprio Gatsby. Foi então que finalmente começam a conhecer-se. A estória toma um rumo impressionante à partir de então. Tudo isto acontece regado a bebida, dança, estrelas e diretores renomados do cinema (cinema na época, ainda não sonoro), ao som de uma fulgurante orquestra executando os clássicos da era do Jazz.Convidado pelo magnata excêntrico, para um almoço em dias posteriores, se encontram com um certo Wolfsheim, mafioso de aparente origem judaica. Coincidentemente encontram neste mesmo restaurante com Tom. Após uma breve apresentação entre Gatsby e o bruto, sem que Nick perceba, rapidamente Gatsby parte do local desapercebido, propositadamente.Através de sua amiga Jordan, nosso narrador fica sabendo que há cerca de cinco ou seis anos, Daisy e Gatsby haviam se conhecido e se apaixonado, ainda no oeste, poucos antes da Primeira Grande Guerra. Por motivos adversos que a vida nos impõe a todos, separaram-se. Dois foram os principais dentre tantos motivos para a separação: A Guerra na Europa; além do que, Daisy era linda, rica, cobiçada, cortejada a todo instante por todos, tinha berço. Gatsby em resumo, era pobre. Não se viram jamais outra vez. Daisy conheceu posteriormente Tom e contraiu matrimônio com o ex-atleta de New Haven.

Após todo este tempo, Gatsby após insistente procura e não se sabe como enriquecido, comprou aquela mansão naqueles arredores, sabendo que assim poderia tentar uma nova aproximação de sua amada e quem sabe, fazer recuar o tempo e recuperar aquilo que de direito o destino implacavelmente tirou-lhe: seu grande e inesquecível amor, agora casada e mãe de uma linda filhinha.Astutamente após a aproximação com Nick, o cavalheiro que dá título à esta obra, propôs através do narrador um encontro com Daisy numa tarde na casa do próprio Carraway. Nesta altura da obra, somos direcionados à uma hipotética explicação das origens de Gatsby, como pupilo de um tal Dan Cody, proprietário de um iate e milionário, morto misteriosamente. Mais misterioso ainda foi a possibilidade que sua esposa teve de ficar com a maior parte da fortuna do marido morto. A James Gatz, posteriormente auto-intitulando-se Gatsby, restou uma ninharia daquele a quem tanto se dedicou e ao mesmo agradava tanto a ponto de ser quase um filho.

Redirecionados ao foco da narração, somos apresentados à atual relação adúltera da qual agora Tom era a vítima. As festas na mansão de Gatsby eram famosas, pomposas, atraiam a atenção até da imprensa. Daisy e Gatsby parecia haver recuado no tempo, e viviam intensamente a cada momento de amor que outrora havia sido ceifado pelo implacável destino. Amavam-se, dançavam e amavam-se como nunca tinham imaginado. Gatsby desejava ardentemente que Daisy rompesse com seu casamento com Tom, que por sinal tomara ciência da traição de sua esposa. Agora ele era a caça e nao apenas o caçador, claro inconformado. Em um jantar, o todo-músculos presenciou sua mulher beijando seu rival rapidamente na boca, em frente de Nick e Jordan, que com repulsa condenaram sua provocação. O marido traído, porém matenve o raciocínio arquitetando sua vingança. Combinaram todos de fazer um passeio naquela ensolarada tarde de domingo. Em um carro seguiram junto de Tom, Nick e Jordan. A bordo do cupê de Gatsby, seguiu apenas Daisy. Antes, Tom passou na oficina de Wilson para disfarçadamente dar uma olhada em sua concubina. Surpreso toma conhecimento de que o outro marido traído já descobrira que a esposa levava uma vida paralela. Logo se tem a nítida impressão que todo aquele conjunto de desonestidade e traição tende mesmo a acabar em tragédia. Enquanto Tom conversava intensamente com Wilson, Myrtle observava presa em seu quarto, o carro parado em frente à sua casa. Apostando que a mulher que se encontrava dentro do carro (Jordan), era a esposa de seu amante. Daisy e Gatsby estavam atrás em seu carro.

Momentos depois no Plaza Hotel, Tom e Gatsby iniciam uma discussão e Gatsby diz que Daisy nunca amou seu marido. Que só havia se casado com ele porque Tom era rico. Gatsby tentou persuadir Daisy a declarar isto a Tom e avisá-lo de que ia abandoná-lo. O ex-atleta defendia-se acusando Gatsby de contrabandista, tentando ao mesmo tempo denegrir sua imagem perante todos os presentes. Nick e Jordan tentaram ir embora, mas foram praticamente obrigados a ficar e conferir toda aquela cena estapafúrdia. Tom cansado de discutir então ordena que os dois amantes retirem-se e que vão para casa. Partem juntos então: Nick, sua amiga e o marido ultrajado. Os dois amantes inconsequentes partem depois a bordo do luxuoso cupê amarelo. No trajeto de volta, enquanto Daisy dirigia o carro para se acalmar subitamente depara-se com a sra. Wilson correndo feito louca em direção ao carro. Foi um movimento tão súbito que houve tempo para qualquer reação da condutora. Myrtle foi mortalmente atropelada, dando início a um trágico desfecho já esperado da obra. Gatsby cegamente afirma inclusive a Nick horas mais tarde, que caso fosse descoberta a identidade da condutora, assumiria toda culpa, dizendo-se ele no volante no momento trágico.

Wilson doente e desgraçadamente revoltado, sente sede de vingança e não descansaria até encontrar o autor de tamanha barbárie, segundo ele. Seguindo pistas e informações aqui e ali, com auxílio de amigos acaba por infelizmente encontrar a casa do dono do cupê. Gatsby naquele instante não percebe a aproximação de seu algo em meio aos arbustos que cercam os arredores da mansão. Ouvem-se tiros. Após descobrirem o corpo de Gatsby sem vida, acabam por encontrar também o de Wilson caído sobre a relva, o triste desfecho ainda não estava completo.Nick percebe que após tudo isto, Gatsby não possuía amigo algum. Nenhum daqueles que freqüentavam assiduamente as festas na mansão, querem ao menos saber de qualquer detalhe e não comparecem nem para dar condolências. Os únicos presentes à toda cerimônia de sepultamento são: o próprio Nick, o pai de Gatsby que acabou por saber da morte do filho pelo noticiário e um homem que Nick conhecera rapidamente embriagado em uma das festas; um senhor que usava óculos que davam-lhe aspecto de olhos de coruja, segundo a descrição de nosso narrador.Daisy; essa partira rapidamente com o marido, sabe-se para onde. Não enviara qualquer mensagem de pesar ou uma flor ao menos.Tempos depois, Nick esbarrou com Tom e muito a contragosto, ouviu as desculpas do bruto sobre o ocorrido. Em verdade, creditou toda a culpa do atropelamento nas costas de Gatsby. Após uma breve conversa, Tom entrou numa joalheria como se nada tivesse acontecido. O casal Buchanan era de pessoas descuidadas, aprontavam em todo lugar e depois simplesmente desapareciam. Nick se envolvera amorosamente com Jordan, mas após o ocorrido não mais a vira. Exceto quando num dia ao encontrá-la, descobriu da mesma que já estava noiva e de casamento marcado.

Depois de tudo, Nick chegou à conclusão de que apesar de tudo isto ter acontecido no leste, esta era uma história do oeste. Todos os envolvidos eram do oeste. Isto talvez lhes desse a característica de possuírem uma deficiência de não poder apesar de tudo, adaptarem-se a vida no leste. Isto como uma deformidade o perseguia, sem que ele pudesse de modo algum, corrigi-la.E assim continuamos nossas vidas, numa dramática ânsia de ascensão social, vivendo num mundo febril a violência e o materialismo das grandes metrópoles. Vivemos como no desespero dos personagens oprimidos pela existência rotineira, buscando a fuga pelo rompimento de velhas convenções sociais e correndo de encontro a um grande vazio.

5-ANÁLISE DOS PERSONAGENS:

Nick Carraway:

Descendente de uns tais duques de Buccleuch, após diplomar-se pela universidade de New Haven, seguiu para a Primeira Grande Guerra. De volta, resolve seguir para o leste e dedicar-se ao negócio de títulos. Foi morar em West Egg, uma aldeia nos arredores de Nova Iorque. Toma então contato com o casal Bucchanan, Gatsby e a Srta. Jordan Baker, campeã de golfe e amiga de Daisy, sua prima em segundo grau. Nick decepciona-se com todos aqueles com os quais conviveu esta estória.

Jay Gatsby:

Jovem, elegante, passava pouco dos trinta. Costumava dizer que nascera nos Estados Unidos, porém fora educado em Oxford. Era na verdade tradição das famílias mais abastadas mandarem seus filhos estudarem nesta quase milenar instituição britânica. Participou também da grande guerra na Europa e manifestou profundo desejo de morrer por lá mesmo, para se esquecer de algo que lhe acontecera. Gatsby tomava parte em negócios pouco realmente esclarecidos por toda a obra. Tem-se a certeza de que era algo com a máfia das bebidas, dos títulos da bolsa dentre outros.

Tom Buchanan:

Marido de Daisy, fora colega de Nick na universidade. Originário de família riquíssima, sua liberalidade em questões de dinheiro era motivo de censuras. Infiel a sua esposa e enormemente arrogante, provaria um pouco de seu próprio veneno, procurando vingança é um dos responsáveis pelo desfecho trágico da estória. Tom e sua esposa costumavam aprontar em todos os lugares por quais passavam.

Daisy:

Prima em segundo grau de Nick Carraway, rosto triste e encantador, olhos brilhantes, boca ardentemente viva e sua era voz era também completamente excitante. Os homens que se interessavam por ela achavam difícil esquecer-se daquela voz suave, quase sussurrada; uma certeza de que ela acabara de fazer coisas alegres e a promessa de que outras coisas excitantes pairavam sobre a hora que se seguiria.

Jordan Baker:

Moça esguia. Esportista campeã de golfe. Amiga do casal Buchanan, era assídua frequentadora das festas na mansão de Gatsby. Era incuravelmente desonesta e nunca suportou uma situação na qual se sentisse em desvantagem. Instintivamente evitava os homens inteligentes e perspicazes. Em sua primeira grande conquista no golfe, foi alvo de suspeitas de um campeonato corrompido. Por pouco não chegou ao público o grande escândalo. Logo após a morte de Gatsby, quando Nick a procurou já anunciava que estava noiva de outra pessoa.

George B.Wilson

Desanimado, anêmico e traído pela esposa. Apesar de tudo, bem apessoado. Suas desconfianças não recaíram sobre Tom ao descobrir que Myrtle o traia. Trancara a mulher em seu quarto em cima da garagem e no dia seguinte iriam partir, mas ela escapou e correu e morreu tragicamente vítima de atropelamento. Wilson conseguiu descobrir onde era a garagem na qual o carro assassino permanecia. Deduziu erroneamente que Gatsby fora o grande culpado pela morte de sua esposa e matou-o, suicidando-se logo em seguida.

Myrtle Wilson:

Cerca de 35 anos, corpulenta, sensual. Infeliz por seus motivos em seu casamento, tornara-se amante de Tom. Após sua traição ter sido descoberta, fora trancada pelo marido em seu quarto. No dia seguinte partiria para sempre dalí. Ao avistar o carro amarelo de Gatsby correu desesperadamente de encontro ao veículo e foi impiedosamente atropelada.

4-Estrutura da obra:

Gênero:Épico,relata as façanhas dos anos 20,a hipocrisia e a falta de conduta moral.Gatsby era um romântico no meio dos realistas que viviam como se o dia fosse o último das suas vidas pois não sabiam se iria eclodir uma segunda guerra mundial novamente,então não se importavam muito com as outras pessoas.Era do jazz,da geração perdida e do consumismo exagerado.

Narrador:primeira pessoa , o narrador também é personagem.

Tempo:cronológico,há uma seqüência lógica de fatos marcados pelo próprio narrador,mas há também flashes back em que alguns personagens relatam coisas passadas nas vidas de outros personagens.

Espaço:A história se passa em West Egg e em algumas vezes em Nova York.É fechado quando os personagens estão na mansão de Daisy,na mansão de Gatsby ou no apartamento de Myrtle e Tom.É aberto quando alguns personagens se dirigirem para Nova York.

3-CONTEXTO HISTÓRICO

Os EUA pouco antes da Primeira Guerra Mundial.

I - O Governo de Wilson e a Primeira guerra Mundial

A. E a Nova Liberdade foi aplicada internamente

A vitória de Thomas Woodrow Wilson , candidato democrata às eleições presidenciais, inegavelmente se explica pela cisão entre os republicanos: a parcela conservadora permaneceu no partido apoiando a tentativa de reeleição do Presidente William Taft, ao passo que republicanos liberais filiaram-se ao Partido Progressista cujo candidato à presidência era Theodore Roosevelt (1912).

Durante a campanha, o candidato democrata levantara a bandeira da Nova Liberdade, programa de governo em que condenava o desperdício de riquezas, a utilização dos poderes do governo para atender a interesses de grupos e não da maioria, o orgulho com o crescimento industrial esquecendo que a satisfação de poucos fazia esquecer o sacrifício de muitos.

Em seu governo (1913-1921), Wilson teve um primeiro quatriênio cujo programa da Nova Liberdade foi aplicado mediante a aprovação de legislação, que representou a continuação do reformismo aplicado desde a administração de Theodore Roosevelt.

Foi importante a aprovação da nova tarifa aduaneira - a Tarifa Underwood - reduzindo os direitos de importação principalmente de matérias-primas (algodão, ferro, lã e carvão) e de produtos agrícolas. Para compensar a diminuição da receita, alternou-se a legislação sobre o imposto de renda estabelecendo uma tributação gradativa sobre rendimentos superiores a três mil dólares. A Lei de Owen -Glass o Lei de Reserva Federal reorganizou o sistema bancário a fim de "introduzir maior elasticidade no crédito do país, uma distribuição mais sadia das facilidades bancárias e proteção mais efetiva contra a especulação.

A política econômica e social reformista prosseguiu a luta contra os trustes mediante legislação mais atualizada, incluindo:

• a Lei da Comissão Federal de Comércio, que considerou ilegais os métodos competitivos desleais e autorizou investigações sobre as empresas suspeitas de violarem a legislação do comércio interestadual (publicidade enganosa, suborno etc.);

• a Lei Clayton, que despertou viva oposição dos empresários porque continha uma série de dispositivos trabalhistas e visava complementar a anterior Lei Sherman antitruste (1890). Proibia discriminações de preços que pudessem levar à diminuição da concorrência ou à criação de monopólios e 'acordos amarradores' que limitassem o direito dos compradores a escolher entre produtos de fabricantes concorrentes. Proibia as comparações de adquirir estoque em firmas concorrentes e pôs fora da lei diretorias entrelaçadas em corporações.

Com a Primeira Grande Guerra, porém a Lei de Clayton acabou sendo suspensa e a concentração capitalista continuou a se processar sob a forma de trustes, holdings e cartéis.

A preocupação social igualmente se traduziu na aprovação da Lei La Follette dos Marinheiros regulamentando as condições de trabalho nos navios mercantes, e na Lei Adamson estabelecendo a jornada de oito horas de trabalho para os ferroviários estaduais.

O primeiro quatriênio de Wilson foi o mais profícuo em sua legislação reformista, o que não ocorreu em seu segundo mandato presidencial (1917-1921), quando a política interna e externa estiveram condicionadas pela Primeira Guerra Mundial.

Foi segundo essa orientação que o governo estodounidense concluiu o Tratado de Bogotá (1914) com a Colômbia: comprometia-se indenizá-la em 25 milhões de dólares pela perda do Panamá em 1903. Entretanto, os marines continuaram ocupando a Nicarágua, e intervenções militares ocorreram no Haiti (1915) e na República Dominicana (1916), o primeiro ocupado até 1930 e a segunda por oito anos. Mais grave foi o relacionamento com o México, mergulhado na Revolução e sujeito a intervenções armadas norte-americanas como foi o desembarque em Vera Cruz (1914) e a invasão das forças comandadas pelo General Pershing (1916). Na prática, a Política do Big-Stick continuou funcionando.

B- O caminho para a guerra

Ao se iniciar a Primeira Guerra Mundial em agosto de 1914, os EUA formularam uma declaração de neutralidade e chegaram a enviar carta aos Estados beligerantes propondo sua arbitragem para solucionar o conflito.

Embora desde o início inclinado favoravelmente à causa dos Aliados, os EUA tiveram a princípio atritos com o governo inglês que decretara o bloqueio naval da Alemanha e, juntamente com a França, arrogava-se o direito de dar busca nos navios neutros.

Ainda que tais medidas representassem uma violação do proclamado direito de neutralidade e, conseqüentemente, do direito de liberdade dos mares, isto sem falar na redução do intercâmbio com a Alemanha, as vendas de produtos industriais e de gêneros agrícolas aos Aliados eram altamente lucrativas.

Adquiriu particular importância a exportação de munições: 40 milhões de dólares em 1914, saltou para um bilhão e duzentos e noventa milhões de dólares em 1916.

As transações de produtos industriais e agrícolas se ampliaram masi com a abertura de créditos bancários aos Aliados (1914), seguida em 1915 da concessão de empréstimos diretos a Inglaterra e França.

Considerando-se prejudicada em seu esforço de guerra, "a Alemanha revidou com as únicas armas que dispunha: minas e submarinos. Já em agosto de 1914 começara a semear minas no Mar do Norte e no Mar da Irlanda, e a 4 de fevereiro de 1915 anunciou que todas as águas ao redor das Ilhas Britânicas constituíam zona de guerra e na qual todo o comércio com os Aliados seria destruído. Inaugurou-se assim a guerra submarina.

A guerra submarina significava uma ameaça ao comércio marítimo norte-americano, mas também acarretou a perda de embarcações e o sacrifício de vidas humanas. Repercutiu profundamente nos EUA o afundamento do navio Lusitânia, em que morreram mais mil pessoas, das quais 128 eram norte-americanas.

O torpedo que afundou o Lusitânia também

afundou a alemanha perante a opinião pública

mundial.

(Afirmativa do jornal Nation, de Nova Iorque)

Os protestos norte-americanos foram se tornando mais frequentes na medida em que aumentou o número de embarcações torpedeadas.

Esses fatos, bem como a revelação de planos de sabotagem envolvendo diplomatas e militares germânicos em Washington, eram explorados em estardalhaço principalmente, procuraram moldar a opinião pública induzindo-a a se posicionar contra os "bárbaros alemães", incitando o homem comum a participar da "cruzada em defesa do direito das pequenas nações contra a prepotência dos grandes Estados", levando a "massa silenciosa" a crer na "sua missão de salvar a democracia" contra a "bestialidade do alemão-huno".

Ao se iniciar o ano de 1917 três acontecimentos precipitaram a entrada dos EUA na guerra:

• a decisão alemã de tornar irrestrita a campanha submarina, o que foi oficialmente comunicado ao governo norte-americano em 31 de janeiro; já a 3 de fevereiro, Wilson pediu ao Congresso o rompimento das relações diplomáticas com a Alemanha;

• a divulgação, em fevereiro, de um telegrama atribuído a Zimmermann, Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, a Von Eckhart, Embaixador alemão no México, instruindo-o no sentido de propor uma aliança ofensiva contra os EUA; como compensação, o México receberia o Texas, o Novo México e o Arizona, territórios que anteriormente haviam lhe pertencido; afirmando que interceptara o telegrama - cuja autenticidade foi posteiormente contestada pelos alemães - o serviço inglês de contra-espionagem entregou uma cópia do documento à Associated Press: sua publicação nos jornais provocou uma explosão do clamor público contra a Alemanha; é interessante lembrar que as relações EUA-México eram ruins;

• o início da Revolução Russa, cujo processamento em sua primeira etapa em março substituiu o Tzarismo pela República, o que não impediu a desintegração da sociedade russa; o colapso interno da Rússia era evidente e punha em risco a causa dos Aliados.

Uma possível derrota da França e da Inglaterra representaria um desastre para os empresários norte-americanos: banqueiros que haviam concedido empréstimos aos governos franceses e ingleses, industriais do Leste ou produtores agrícolas do Oeste que haviam vendido a crédito a ingleses e franceses, todos, enfim, que só seriam pagos com a vitória de Londres e de Paris.

Em 2 de abril de 1917, o Presidente Wilson encaminhou mensagem ao Congresso solicitando declaração de guerra `a Alemanha; quatro dias após os EUA entraram no conflito.

C - A participação na guerra

"Não era fácil transformar o sistema econômico norte-americano, altamente individualista, em uma bem integrada máquina, porém a tarefa foi executada com elogiável rapidez e eficiência, embora com enormes despesas.

Desde o ano anterior o Exército e a Marinha haviam começado a ser fortalecidos. Leis diversas foram aprovadas permitindo a construção de 300 destróieres e de cerca de dois milhões de toneladas de navios mercantes. Além do mais, o confisco de embarcações alemãs fundeadas em portos norte-americanos e a compra de navios neutros aumentaram mais o potencial naval dos EUA. "No decurso da guerra o país produziu dois e meio milhões de rifles, cento e oitenta e uma mil metralhadoras, três mil unidades de artilharia, vinte milhões de tiros para artilharia, três bilhões e meio de balas para armas pequenas, mais de cinco milhões de máscaras contra gases e mais de oito mil aviões de treinamento. O serviço militar foi alterado e antes de terminar o ano de 1917 já haviam partido para a França 365 000 soldados, sendo que o ano seguinte mais 1750 000 desembarcaram em território francês.

Para enfrentar os enormes gastos impostos pela guerra - os quais envolviam as despesas norte-americanas, mas também os empréstimos feitos aos Aliados - o governo reformou a política fiscal, tornando-a mais rigorosa, e recorreu a empréstimos públicos mediante a venda de bônus de guerra. "A prosperidade de tempo de guerra fez tantos novos milionários e trabalhadores prósperos que essas taxas foram suportadas sem protesto. Que a Nação estava gozando de uma prosperidade sem precedentes era evidente pelo sucesso extraordinário de cinco empréstimos de guerra que foram lançados entre maio de 1917 e maio de 1919.

A entrada dos EUA acabou sendo decisiva para a definição do conflito em favor dos Aliados. A decisão de melhor proteger os navios mediante o sistema de comboios, a criação de barreiras de minas anti-submarinas e o uso massivo da marinha de guerra na caça aos submersíveis frustraram a campanha submarina alemã. A chegada de milhares de soldados norte-americanos à França contribuiu para conter o avanço alemão e reforçar a contra-ofensiva dos aliados na frente ocidental.

Entrementes, em janeiro de 1918, o Presidente Wilson, em pronunciamento feito perante o Congresso, deu a conhecer os Quatorze Pontos que deveriam servir de base para a assinatura da futura paz. Essas proposições podem ser resumidas nos seguintes itens: abolição da diplomacia secreta; liberdade de navegação nos mares; eliminação das barreiras econômicas; redução dos armamentos nacionais; reajuste das questões coloniais levando em conta os direitos das populações nativas; desocupação do território russo pelos invasores estrangeiros; evacuação e restauração da Bélgica; restituição da Alsácia e da Lorena à França, cujos territórios invadidos deviam ser desocupados; reajuste das fronteiras da Itália; autodeterminação dos povos do Império Austro-Húngaro; solução das questões balcânicas, assegurando à Sérvia uma saída para o mar, e a desocupação da Romênia, Montenegro e Sérvia; autodeterminação para os povos do Império Turco e a livre navegação dos Estreitos dos Dardanelos; criação de uma Polônia independente e com saída para o mar; formação de uma sociedade geral das nações.

Em outubro de 1918 o governo alemão enviou nota a Wilson solicitando o armistício segundo os termos dos Quatorze Pontos. A presidência dos EUA, entretanto, afirmou a necessidade preliminar da retirada das tropas germânicas dos territórios invadidos e também da existência de um governo democrático na Alemanha. A abdicação de Guilherme II e a violenta ofensiva dos Aliados, levando ao colapso as Potências Centrais, resultaram na capitulação alemã em 11 de novembro de 1918.

Para os EUA não fora fácil ajudar os Aliados a ganhar a guerra; contudo, os erros cometidos após a paralisação das operações tornaram a paz ilusória e contribuíram para o eclipse do Partido Democrata durante 12 anos.

II - A era de Gatsby - Os anos 20.

America First !

(Lema do Presidente Warren Harding)

• Isolacionismo na política exterior?

Durante as presidências republicanas de Warren Harding (1921-1923), Calvin Coolidge (1923-1929) e Herbert Hoover (1929-1933), um dos postulados da política externa foi o Isolacionismo, que deve ser entendido como o não-comprometimento em tratados ou alianças permanentes. Essa diretriz já estava contida no Discurso de Despedida de George Washington quase 150 anos antes.

O Isolacionismo, portanto, representava um esforço para limitar os compromissos com o exterior, reduzi-los ao estritamente necessário e como tal significava Não-Engajamento. O Isolacionismo também se identificava com uma postura nacional porque partia da premissa de haver uma superioridade dos EUA em relação aos estrangeiros.

Isolacionismo, contudo, não significava omissão em relação às questões internacionais que interessassem aos EUA: contenção da expansão japonesa no Extremo Oriente e Pacífico, solução de problemas relativos às dívidas de guerra e às reparações impostas à Alemanha, discussão de assuntos concernentes ao desarmamento e à paz no mundo, e o relacionamento com a América Latina ...

Problema urgente e de pronta solução foi à aprovação pelo Congresso de tratados de paz com a Alemanha, a Áustria e a Hungria, uma vez que os concluídos na Conferência de Paris (1919-1922) haviam sido rejeitados.

A diplomacia norte-americana obteve importante triunfo na Conferência de Washington (1921-1922), reunida basicamente para travar expansão e o fortalecimento do Japão. Com a participação dos EUA, Japão, França, Inglaterra Holanda, Itália, China, Bélgica e Portugal ficou decidida a retirada das tropas japonesas aquarteladas na Sibéria e em Xantum, na China. Acordou-se em suspender a construção de couraçados durante dez anos e fixar o sistema de cotas para a fabricação de outras grandes embarcações de guerra: 5 para os EUA, 5 para a Inglaterra, 3 para o Japão ... Igualmente estabeleceu-se o compromisso de não se construir novas fortificações militares nas ilhas e terras continentais do Pacífico, a não ser nas Ilhas Havaí e na Califórnia, territórios pertencentes aos EUA.

Essas decisões provocaram violentas reações nos círculos militares japoneses e aprofundariam as rivalidades com os EUA, tanto mais que o isolamento internacional do Japão pelos ocidentais ficou mais evidenciado com a não-renovação da aliança militar nipo-inglesa, que expirou em 1922.

Por mais isolacionistas que fossem os EUA, como proclamavam os republicanos, os dirigentes norte-americanos tinham profundo interesse na economia européia. Seu interesse prendia-se à preocupação em receber os empréstimos feitos durante a guerra e no pós-guerra para fins da reconstrução. Entretanto, o recebimento dessas importâncias, com os respectivos juros contratuais, se revelou um problema porque os Estados europeus devedores alegaram só poder pagar suas dívidas através das reparações impostas à Alemanha.

Os banqueiros vivem das dívidas. Quando não

há dívidas não há dinheiro nem lucros.

(Wright Patman, presidente do Comitê Econômico do

Congresso dos EUA)

• A prosperidade do Big Business

Após superar a Pequena Crise (1919-1921), os EUA conheceram um período de impressionante desenvolvimento econômico, processado em ritmo tão acelerado que a sociedade norte-americana atingiu índices de prosperidade até então desconhecidos.

As indústrias desfrutaram uma expansão bastante significativa. "Os números de estabelecimentos fabris declinou, graças a consolidação e eliminação de pequenos produtores, de 274 598 unidades existentes em 1919 para 210 959 em 1929; o número de assalariados declinou também de 9 041 311 para 8 838 743. Simultaneamente , verificou-se um aumento de 64% na população fabril.

O prodigioso impulso industrial ligou-se, em parte, aos aperfeiçoamentos técnicos permitindo a produção em massa. O taylorismo, a técnica de linha de montagem, a pesquisa científica sistemática, os modernos padrões de segurança adotados no trabalho e o uso generalizado de novas fontes de energia elétrica pesaram sensivelmente sobre as indústrias em geral e determinadas indústrias em particular.

A construção civil assim como a indústria automobilística teve crescimento espantoso nesta época. Em 1921 havia 10 milhões e meio de automóveis, em 1928 o total atingia 23 300 000. Nos anos 20 proliferaram os arranha-céus, mais tarde sendo os cartões de visita dos EUA; simbolizavam a prosperidade e o crescimento norte-americanos.

Também foram de grande importância indústrias como:

• as indústrias cinematográficas, responsáveis pela abertura de milhares de salas de projeção, pela criação de milhares de postos de trabalho nas diversas locações cinematográficas, pela elevação de Hollywood, na Califórnia, à condição de capital do cinema, pela popularidade de dezenas de atores e atrizes, pela propagação do american way of life;

• as indústrias radiofônicas que levaram à produção de milhares de aparelhos receptores e seus acessórios, paralelamente à fundação de 562 estações de rádio entre 1920 e 1924;

• a indústria aeronáutica impulsionada pela organização de empresas de transporte de passageiros e de linhas de correio aéreo;

• as indústrias de aparelhos de uso doméstico, com a produção de fogões e geladeiras fabricados aos milhares.

Essa prosperidade era vigorosamente defendida pelos dirigentes republicanos, partidários da Política do Big Business.

Nesta época também desenvolveram visões nacionalistas fundamentalistas de características racistas, sob o disfarce do nacionalismo. Assumiu através dos tempos do pós-guerra, matrizes reacionárias, extremamente racistas e intolerantes. Esse nacionalismo manifestava-se em uma perturbadora variedade de maneiras - na revisão da História e dos manuais de História, na exigência de que os professores fizessem juramentos de lealdade, na denegação de cidadania aos pacifistas, na deportação dos estrangeiros, na supressão da inquietação econômica através de leis contra o Sindicalismo e o Anarquismo, no repúdio do Liberalismo nas Artes e na Literatura, na celebração do fundamentalismo em religião, na emasculação legislativa e judicial do Estado e nos decretos federais de direitos.

Esta mentalidade expressou-se nas leis restritivas à imigração, como a Johnson Act (1924). A aprovação da Lei Volstead, constitui outra manisfestação da intolerância e falso moralismo dos anos 20. Conhecida como Lei Seca, proibia a fabricação, a venda ou o transporte de bebidas alcoólicas nos EUA. Na prática resultou ineficaz e estimulou a multiplicação de bares clandestinos, o crime organizado que contou com o apoio de políticos e policiais corruptos. Multiplicaram-se as destilarias ilegais, as lutas sangrentas pelo controle de territórios que incluíam até cidades. Foi a época de Al Capone, dentre outros criminosos célebres, tendo como quartel general a cidade de Chicago.

*A intolerância então existente explica a ascensão da Ku Klux Klan, restaurada em Atlanta, na Geórgia (1915) e logo se expandindo a todo o país. Com suas práticas rituais, que chegava a impor o uso de capuzes a seus filiados, a KKK incorporou a sua linha de atuação todas as fobias de pós-guerra contra os negros, católicos, judeus e todos os tipos de estrangeiros. Sistematizando a intolerância política, racial e religiosa, a KKK batia-se pela supremacia do norte-americano branco, protestante e anti-revolucionário.

Eu sou a lei.

(Afirmativa de D.C. Stephenson, dirigente da KKK)

Apesar de tudo fica evidente que a prosperidade norte-americana e a intolerância coexistiram na década de 1920.

Mesmo em meio a todo este glamour, havia uma face oculta da sociedade caracterizada pela miséria e pela desigualdade. Desde 1920, por exemplo, a situação dos agricultores piorava, pois se acumulavam os estoques agrícolas e baixavam os preços dos cereais. Havia regiões agrícolas em que a depressão tornava uma utopia o trabalho assalariado: na prática imperavam condições de servidão. Mesmo nas grandes cidades, em meio à riqueza de poucos, muitos vivia em condições subumanas nos bairros pobres, desprovidos de condições mínimas de saúde e habitação. Esse mundo também incluía numerosas greves e conflitos trabalhistas, onde o massacre dos operários não era novidade. A insatisfação era grande em amplos setores operários, especialmente os ligados às indústrias têxteis e mineiras.

É certo, porém, que a imagem do american way of life - novo modelo de civilização oferecido pelos EUA ao mundo - projetava apenas a prosperidade: cidades povoadas de imensos arranha-céus, negros automóveis correndo velozmente por modernas rodovias, estádios repletos de multidões comprimidas e torcendo nas partidas de beisebol e nas lutas de boxe, clubes luxuosos ou modestos em que os pares saltitavam dançando o jazz, o charleston, o shimmy, tocados por orquestras ou estridentes e coloridas bandas. Nesta época as empresas que lidavam com especulações na bolsa de valores obtiveram altos lucros em suas transações. A valor das ações cresciam em espiral. Isto estimulava a especulação em larga escala das ações valorizadas com a prosperidade existente. Fortunas se fizeram destas especulações e do contrabando, além de outros delitos. Isto foi muito retratado em obras literárias, especialmente nas F. Scott Fitzgerald, que descrevem com detalhes o mundo de loucura e de ostentação criado com a desenfreada especulação.

• Em 29 de outubro de 1929 uma notícia explodiu como uma bomba nos EUA: A Bolsa de Nova Iorque havia quebrado.

Mas isto já é outra história.

8-ANÁLISE CRÍTICA DA OBRA

O autor retrata com muita fidelidade a hipocrisia e a falta de conduta moral que imperavam naquela sociedade. Fitzgerald conseguiu ser fiel quando nos passa um panorama real do que acontecia naquela sociedade burguesas e perdidas, vazia em busca de algo que nunca conseguiriam alcançar. No entanto, com muita propriedade foi hábil o bastante, para que com muita sutileza nos mostrasse o quadro de preconceito e discriminação, com que eram tratados os cidadãos, ditos imigrantes, os negros e todos aqueles considerados de função secundária e até insignificante. Piadinhas, gestos, declarações e outras formas de manifestação de racismo com relação à superioridade de raças são citadas na obra.

O preconceito era tão grande que nem os brancos que ascendiam à uma condição social mais alta, eram aceitos com naturalidade pelos que nas mais altas posições eram desde o nascimento. Um imigrante ou afro-americano, invariavelmente nunca conseguiriam por mais que lutassem, conquistar um posto mais destacado na sociedade norte-americana. Um branco pobre se conseguisse ascender, era porque tinha pacto com gansters, ou estaria metido em outras falcatruas.

As mulheres apesar das primeiras recentes conquistas, eram ainda em sua maioria tolas donas de casa. Eram educadas para contrair casamentos. Estavam destinadas pela família desde criança a casar-se com homens (indicados pela família) bem sucedidos economicamente. Nada de envolver com pessoas de nível social inferior, isto nem pensar.

O fato de que Gatsby possuía uma vasta biblioteca, acabava por aguçar a inveja dos intelectuais que compareciam aos eventos em sua mansão. Enchia de elogios tão refinado gosto, admitindo portanto a veracidade de que ele teria realmente sido educado em Oxford.

As festas cheias de glamour e ostentação, eram uma forma de se estar em evidência e chamar a atenção de toda a alta sociedade e da imprensa da época. O que imperava na realidade era o esbanjamento, a futilidade, assuntos que passavam ao longo da realidade da grande massa operária, que eram os que realmente faziam o mecanismo funcionar. Sente-se o perturbador espírito burguês que comandava aqueles cérebros vazios que não viviam mais nada, além daqueles momentos. Nem ao menos conheciam, após cada festa nem ficavam sabendo ao menos que na verdade era o anfitrião. De onde vinha e o que fazia da vida. E em verdade pouco importava, pois o que quer que tivesse acontecido o dinheiro sempre compraria tudo.

Apesar de Gatsby estar sempre rodeado de pessoas, no fundo ele é triste e solitário. Nunca terá a única coisa que ele tanto almejou: o amor de Daisy. Toda aquela ostentação, tudo quanto ele por meios ilícitos ou não conquistou, até a localização da sua mansão era um ponto estratégico, que dava visão para o outro lado da baía onde localizava a casa de seu grande amor. Enfim, tudo tinha um único e maior objetivo, que infelizmente para o personagem que dá título a esta obra, nunca chegaria a ser alcançado.

Constatamos sua solidão, quando ninguém nem ao menos ligar para desejar condolências por sua trágica passagem. Seu grande amor, após mais uma de suas trapalhadas, que desta feita termina em tragédia, deixa a cidade com o marido, como se fossem dois fugitivos reféns de sua hipocrisia. Enquanto jovem rica e bela, poderá Daisy ao envelhecer, ser mais uma daquelas senhoras ricas e respeitáveis, que poderá pagar pagar para matar o marido para permanecer com toda sua fortuna, e ainda terá que financiar um jovem que se disponha a deitar-se com ela. Esta é uma de tantas facetas trágicas que cercam a alta sociedade.

Somos colocados mais uma vez frente a frente com nós mesmos. Deparamos com nossas imperfeições e o quanto o ser humano se torna obcecado ao desejar algo às vezes inalcançável. O quanto independente de sua condição social, pode-se ser umas pessoas fútil, despreocupada com os sentimentos alheios, passando-se por cima de tudo e de todos, sem se preocupar com as conseqüências.

Apesar de ter sido escrita no início dos anos 20, esta é uma estória atual e aplica-se em cheio ao nosso mundo e por quê não, ao nosso país. Vivemos numa nação dirigida por pessoas de atitudes no mínimo duvidosas. Há verdadeiros gangsters comandando com mão de ferro os rumos do nosso país, não se importando se causa ou não os sofrimentos de milhões em detrimento de suas mazelas. Festas onde o luxo e a ostentação reinam absolutos, enquanto uma massa de desempregados e milhares de pessoas vítimas de todo tipo de discriminação vivem em condições precárias. O Jazz foi apenas um pano de fundo à narrativa, como uma imaginária trilha sonora, embalada junto às ilusões que o cinema (ainda mudo) despertava nos corações alienados de tantos jovens nos anos 20. Atualmente a televisão ilude a grande massa todos os dias, vendendo ilusões e sonhos de riqueza e ostentação que a plebe nunca alcançará, levando outros tantos a entrar no mundo do crime, dada a impossibilidade de conquistar seus objetivos materiais por meios diríamos, normais.

É o materialismo, fruto de um capitalismo selvagem que domina, persegue e nos devora a todos, sem que tenhamos forças para reagir.

UM POUCO DA HISTÓRIA DO JAZZ

• JAZZ, é uma forma musical desenvolvida por volta de 1900. Tem uma história definida e uma evolução estilística específica.

Tem suas origens no encontro de duas tradições musicais: a africana e a européia. Da África assimila os estilos vocais, que se destacam por uma grande liberdade de cloração vocal, a tradição da improvisação, a alternância de pergunta e resposta e a complexidade rítmica.

A música européia contribui com estilos e formas específicos: hinos, marchas, valsas, quadrilhas e outras músicas de dança, de teatro ligeiro e de óperas italianas, bem como elementos teóricos - em especial a harmonia - um vocabulário de acordes e a relação com a forma musical.

Estas duas tradições, ao confluir em terras norte-americanas, deram origem ao jazz.

Outros elementos da música popular que contribuíram para o jazz incluem a música de banjo dos minstrel shows (espetáculos apresentados por brancos maquiados de negros), os ritmos sincopados procedentes da música latino-americana. os estilos de pianola dos músicos das tabernas do Meio Oeste, e as marchas e hinos tocados pelas bandas de metais no fim do século XIX.

Nesses anos surgiu outro gênero que exerceu uma poderosa influência, o Ragtime, música que combinava muitos elementos musicais.

A partir de 1910, o diretor de orquestra W.C. Handy tomou outra influente, o blues, e a levou para além dos limites de sua tradição estritamente oral. Pelas mãos dos músicos de Jazz, seus blues chegaram a quem seria talvez seu maior intérprete: a cantora Bessie Smith.

O JAZZ DE NOVA ORLEANS

Com o início do século XX, surgiu o primeiro estilo de jazz, cujo centro estava na cidade de Nova Orleans, no Estado de Louisiana. A corneta ou o trompete arcava com o peso da melodia, o clarinete tocava floridas contra-melodias e o trombone interpretava sons rítmicos. Atrás desse trio básico, a tuba e o contrabaixo interpretavam a linha do baixo e a bateria o acompanhamento rítmico. A exuberância e o volume eram mais importantes que a delicadeza: a improvisação se centrava no som do conjunto.

Um músico de nome Buddy Bolden parece ter sido o artífice das primeiras bandas de Jazz, mas sua música e seu som se perderam, se bem que podem ser percebidas certas influências do Jazz nas poucas gravações primitivas em antigos discos de acetato, que giravam em 78 rotações pelos modernos gramofones da época.

A primeira gravação de uma banda de Jazz teve que esperar até 1917. Essa banda, um grupo de músicos brancos de Nova Orleans que se chamava The Original Dixieland Jazz Band, teve um enorme sucesso ( o termo dixieland seria utilizado para definir mais tarde o estilo de Nova Orleans interpretado por músicos brancos). Depois apareceriam outras duas, uma branca e outra negra: em 1922 os New Orleans Rhythm Kings e, em 1923, a Creole Jazz Band, esta última liderada pelo cornetista King Oliver. As gravações realizadas pelo grupo Oliver constituem os registros mais significativos desse estilo. Outros destacados músicos de Nova Orleans foram os trompetistas Bunk Johnson e Freddie Keppard, o saxofonista soprano Sidney Bechet, o percussionista Warren "baby" Dodds e o pianista e compositor Jelly Roll Morton. Entretanto, o músico mais influente foi o segundo trompetista de King Oliver, Louis Armstrong.

CHICAGO E NOVA IORQUE

Para Jazz, a década de 20 foi uma grande época de grande experimentação e muitas descobertas. Muitos músicos de Nova Orleans emigraram para Chicago, onde exerceram influência sobre os intérpretes locais e estimulou a evolução de um estilo identificável, derivados do estilo Nova Orleans, acentuando a atuação dos solistas e acrescentando de forma habitual o saxofone à orquestração. Entre os instrumentistas que trabalham em Chicago se incluem o trombonista Jack Teagarden, o baterista Gene Krupa e o clarinetista Benny Goodman. Em Chicago também trabalhava Bix Beiderbecke, cujo lirismo como cornetista era o contraponto do estilo Armstrong. Muitos dos músicos de Chicago se estabeleceriam depois em Nova York, outro centro importante de Jazz na década de 20.

A ERA DAS BIG BANDS

Durante a década de 1920, existiram grupos de Jazz que começaram a tocar seguindo o modelo das bandas da sociedade. Formaram aquelas que seriam chamadas as big bands. Foram tão populares nas décadas de 1930 e 1940 que esse período tornou-se conhecido como a era do swing.

O desenvolvimento das big bands deveu-se em grande parte a Duke Ellington e a Fletcher Henderson, com a colaboração de solistas muito dotados, como o saxofonista tenor Coleman Hawkins.

Durante a década de 1920, desenvolveu-se também em Kansas City um estilo diferente, cujo máximo expoente foi a banda d Count Basie. Os instrumentos de sopro intercambiavam riffs de conjunto e interagiam com grandes doses de ritmo fazendo pausas para acomodar-se aos longos solos. O saxofonista tenor Lester Young tocava com uma estranha liberdade rítmica durante as improvisações dos solistas.

9-Bibliografia

AQUINO,Rubim Santos Leão de , História das sociedades americanas,p.236 a p.261,Ao Livro

Técnico,São Paulo,1990.

FITZGERALD,Francis Scott, O grande Gatsby ; tradução de Breno Silveira,Abril Cultural,

São Paulo,1980.

TAYLOR,Walter Fuller,A história das letras americanas,1ª ed.,p.406 e p.407, Fundo de Cultura, São

Paulo,1967

Roseli Princhatti
Enviado por Roseli Princhatti em 31/12/2009
Reeditado em 08/05/2013
Código do texto: T2004052
Classificação de conteúdo: seguro
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