Allexandre Bullon em Angola.

Luanda me marcou no meu intímo,muitas coisas vivi que não mais vou repetir,pena que não. Conheci pessoas e lugarejos que ficaram na alma. Em 2004 o meu grande amigo António Barradas,se um dia leres isto meu vais sentir a emoção que vivemos naquele estádio da Cidadela com mais de 30.000 pessoas assitindo ás conferências do Bullon, que certamente muita gente conhece por esse mundo fora,convidou-me se queria juntamente com o Fernando Venâncio o Tonico de Aveiro com a esposa e o José Esteves e esposa,que são agora missionários voluntários numa missão da Igreja Adventista nos Açôres,para ser-mos a equipa técnica de gravação vídeo e audío das conferências em Angola.Todo o grupo ficou instalado no Futungo em um Hotel junto do mar,como eu tinha já alguns amigos de outra visita anterior ao país,decidi pernoitar em Luanda no bairro popular,lugar pouco aconselhável para quem é "tuga" por aquelas bandas. No Sábado no programa de abertura cheguei atrazado, pois o trânsito em Luanda é caótico,só consegui entrar não sei como por uma porta lá nos fundos,pois estavam mais pessoas sem lugar na rua do que as que conseguiram entrar,(estou a falar do pavilhão da Cidadela),conheci pessoas que viajaram durante uma semana para estar em Luanda para assistir a este programa,e como tal,era-me dificil chegar lá na zona central onde estavam os oradores e personalidades.O Barradas ao fazer um barrimento com a câmara pela assistência localizou-me bem lá no meio,quer dizer,eu era o unico branco que estava por ali dei nas vistas,mandou um pastor da organização me levar bem lá na frente junto do primeiro ministro e outros da alta social de Luanda,os operadores de TV fizeram vários grandes planos da minha chegada,julgo que me consideraram alguma patente,e enfim foi um dia em cheio mas o melhor estava por vir bem de noite. No fim do programa disse ao grupo que iria dormir em casa de um amigo,não iria para o Futungo,e assim já bem de noite apanhei um candongueiro e rumei ao bairro Neves Bendinha onde cheguei perto das zero horas,convém frizar que já é bem tarde para andar na rua,ao chegar não localizei a rua onde morava o meu amigo e deambulei pelo bairro acabando por me perder.Estava a ficar bem preocupado com a situação,estava escuro como breu,acho que passei em ruas escuras e sinistras várias vezes tudo me parecia igual. Até que já em desespero vi um ponto de referência bem lá no fundo no meio das favelas,não hesitei e subi uns morros com os olhos fixos lá no fundo,não reparei para o chão,também não podia pois a escuridão era total.Ó pá o que fui fazer!andei uma dezena de passos ,talvêz,e caí numa pasta que parecia crude pelo ou coisa estranha que me sugava para baixo,quanto mais me debatia mais me enterrava. Óh meu Deus ,pensei,passei por tanto e me deixas morrer neste antro?e cada mais me sentia impotente para sair dali,estava sugado até á cintura e sem sentir solidêz em meus pés.Passou mais de meia hora e já estava desanimando,pensei... Se caí em uma passada,a lógica é um passo atráz está chão firme,e bem pensei bem elaborei,num esforço terrivél joguei meus braços bem para tráz e lá senti o solo,já tinha aquela lama,ou lá o que era, bem no abdómem.Resumindo, meia hora depois estava fora daquele atoleiro de lama com crude,fedia e estava desconfortável o télemovel que me ligava ao mundo e as negócios que tinha em Portugal tinha sumido,e agora,todos os meus contactos estavam ali,tinha que o encontrar. E lá andava ás apalpadelas no chão sem saber o que fazer e sem meditar na situação.Segundo susto,andava rastejando feito estupido sem racicionar procurando algo que não encontraria como é óbvio,entretanto uma senhora ,que conhecia o sítio vem caminhando nesse corta mato para abreviar caminho e como a ercuridão era total ela não me viu estando eu de quatro pesquisando o chão,apanhou o maior susto da vida dela,ela bate em mim dá dois saltos um potente berro,pois é mesmo esse o temo,e vai cair no atoleiro onde eu caíra.Eu tentei tirá-la de lá ela berrava eu não sabia se tirá-la ou vazar dali,pois se alguém ouvisse e se abeirasse de nós iría pensar que eu a estava a esturpar, e o resultado mais provável era que me linchassem pois a cultura angolana permite que um europeu se deite com uma menina de catorze anos mas tem que ser com seu consentimento,mas não tolera que alguém,branco claro,abuse de suas mulheres. Bem lá consegui tirar a senhora da lama e ela foi á vida dela sem que alguém se apercebesse daquele drama,voltei para tráz e dei a volta ao enorme muro que circundava,estava por detráz do quartel das FAA,fui bater na porta de armas,agora imaginem a cena,um branco fedendo a milhas batendo na porta de armas já passava da uma da manhã era impensável para aquelas cabecinhas,o gajo que atende diz:-Ué tás fazendo o qué aqui tuga,você tá doido ou qué?-eu lhe expliquei o sucedido e pedi uma lanterna,o oficial de turno abeira-se e diz para eu entrar para a caserna pois não pode ter a porta aberta. Lá entrei,a medo,e no interior fui contando toda a estória,ele anuiu em mandar buscar uma lanterna mas com pouca vontade.Agora o melhor,estava a dar as notícias do dia no canal publico, mostrando o programa da Igreja Adventista lá na cidadela com o primeiro ministro, fazem um grande plano de mim a cumprimentar o tipo e em franca amizade com todos os presentes,gente importante,o oficial manda um berro:-Ué pá és tu lá meu.Frase mágica que mudou o curso daquele bairro,convocou uma brigada com potentes geradores para iluminar, e lá fomos procurar o benbito telemóvel,que não chegaria a aparecer.Na segunda-feira uma equipa de engenharia com buldozeres e camions retirou toda a lama e detritos da zona onde eu ia a passar,aquilo era uma antiga rua que ligava os dois bairros pelas trazeiras do quartel das FAA,ao fim de uma semana tinham a rua transitável e eu entretanto virara o heroi por aquelas bandas,todos me conheciam por engenheiro,estou para saber porquê. O sucedido,como é óbvio virou notícia e lá na equipa de trabalho das filmagens me obrigaram na noite seguinte a ir pernoitar com o pessoal no Futungo,acedi e lá fomos depois de uma bela jantarada,comida boa que o pessoal não apreciava lá muito mas para mim estava em casa em Angola sinto-me como peixe na água como de tudo e aprecio a sua cultura,coisa que os naturais apreciam de quem os visita.Tinhamos para comer, funge,galulu,muamba,banana assada,mandioca feijão preto,cabrito assado e uma variada quantidade de acepipes da cultura africana.O jantar foi diferente,disseram,pois nos outros dias o ambiente era um pouco formal por estarem muitas individualidades no grupo,ora onde eu estou todo o mundo ri, tenho por condão quebrar o gelo,o que eu me lembrei de comentar:os urinois da casa de banho;em pleno jantar digo,depois de ir aliviar a bexiga,-O pastor Sabino como faz quando vai urinar aponta para cima?(é que o pastor Sabino como muitos o conhecem é cambuto,termo angolano,isto é baixinho),é que os orinois estavam a uma altura tal que eu tenho 1,72 de altura e tinha que fazer ginástica para acertar no tal urinol,tal não era a sua altura. O presidente da união,Teodoro Elias escangalhou-se a rir e diz;-O irmão Coutinho não foi á minha casa de banho,tome a chave e vá experimentar sentar na sanita. Eu como bom pandego lá fui,ó pá não era mesmo,os gajos colocaram a sanita quase de baixo do lavatório,tinha que se fazer uma posição esqusita para se colocar a bunda em posição de tal coisa. Voltei á mesa e chegamos á conclusão que foram dois mestres de obra,como lhe chamam,que fizeram tal coisa,nos urinois devia ser um bem grandão que faz a coisa á sua medida,no quarto deveria ser um mestre bem cambutinho pois se ele cabia lá na coisa os outros que se amanhassem. Foi a refeição mais divertida e mais longa que todos fizeram,todos comentaram porque eu não estive ali com eles todos os dias. Tive o previlégio de partilhar o quarto do presidente,Teodoro Elias,pessoa muito culta lia muito e fizemos uma grande conversa pela noite dentro ficámos amigos do peito e viriamos a partilhar muitas experiências agradáveis ao longo de minhas outras visitas áquele agradável país,tal como a recépção do conferencista no estádio dos conqueiros do Dr, Mark Fylen,que muitos conhecem,do seminário do ministèrioda mulher da foz do rio Kuanza,onde estive a seu convite com oito mil senhoras da divisão norte acampadas,recordo os seus cânticos,aquela gente podem morrer de miséria mas morrem a cantar.Batizaram-se 160 pessoas lá no rio,mas ficou marcada por duas coisas bem diferentes aquele programa,morreram duas pessoas,uma garota que morava naquelas bandas como habitual fora com seus amigos banhar no rio e foi mordida por um jacaré,a outra, uma senhora que estava a passar para o santuário do Bom Jesus,tradição lá do sitio.Apercebeu-se do acantonamento de tanta gente,ficou por ali,perguntou quem eram e ficou com aquelas senhoras por três dias e no domingo demanhã pediu que a batizassem o que os pastores acederam pois acreditaram na conversão instântanea.No final da tarde a senhora ficou lá assistindo ao fecho do programa,musica para todos os gostos com o já habitual ritmo africano a que eu já me habituara,e não é que ás pás das tantas repararam que a velhota falecera a ouvir falar Jesus,muito dramático mas esperem pelo resultado.A senhora estava só como se ia dar a noticia á familia?todos eram da religião tradicional,como explicar o sucedido?como a família ia reagir?. Quando vim embora de Angola,em Abril de 2008,quase toda a família estava convertida,são os milagres só possíveis em África.

PS:Meu nome está registado na coleção de nove DVD,s como equipa técnica que elaborou o trabalho de recolha de imagens,um previlégio que agradeço,é uma obra sendo vendida em todo o mundo.