ORIGEM- O Fruto de um Amor

Deus em silêncio, foi soprando com muita suavidade mais um Ser que iria descer.

E na terra existia um casal que trocavam um intenso momento de amor. Ela no auge dos seus vinte e seis anos (muito apaixonada), ele dez anos mais vividos. Ela repleta de uma vontade inexplicável, na pele um arrepio, na boca uma sede infinita... Daquelas que nunca é saciada. O corpo quente e ofegante, coração palpitante. No quarto o cheiro era de suor, perfume e desejo. No coração a certeza do amor verdadeiro. E na junção de prazer e de orgasmos múltiplos... A fecundação foi consumada.

Passado um mês, ela resolveu ir ao ginecologista para fazer a ligadura.
O médico perguntou se a mesma tinha a certeza do que iria fazer. Ela confiante falou que “sim.” Os exames foram solicitados e após alguns dias, veio à surpresa que mais um filho chegaria.
Nove meses se passaram e o fruto agarrado a seu lindo porto seguro.

Em 19/08/1966, os anjos acordaram fazendo muita folia, e lá do alto assistiram a queda por entre as nuvens de mais uma semente que estava sendo lançada na terra.
E a luz do dia brilhou, e aos seus olhos encantou. E uma lágrima desceu, trazendo muita alegria na vida daqueles que a conceberam.
E da obra nasceu uma pequena e rechonchuda menina, de pele rosada e pequeninos olhos azuis.
O marido foi logo falando: “Quero que ela tenha o seu nome.” E assim, a mulher gostou da idéia e batizou a filha com o mesmo nome. (Homônimas)

Mãe: Cândida Augusta Gomes de Albuquerque (Dida)
Filha: Cândida Augusta Gomes de Albuquerque (Didinha)

E o laço foi formado desde o ventre até os dias de hoje.
Sua infância e adolescência foram livres e vividas entre a cidade grande e o campo... Lugar que guarda até hoje no coração em uma bela caixinha colorida. As recordações da infância são abarrotadas de muita saudade. Época em que tomava banho de rio pelada, cavalgava no meio do canavial e fazia algazarra de todas as maneiras... Era do tipo de abrir bucho de cobra morta com gilete só pra ver o que tinha dentro. Passava os dias caminhando entre as árvores e cantando com o coração repleto de alegrias pela linda vida que recebia.
Na cidade grande era muito fujona e todo dia aperreava o juízo da mãe, sempre escapando para as casa dos vizinhos ou jogando bola e andando de bicicleta na rua com os amigos.
Foi muito namoradeira e aos doze anos de idade surpreendeu o pai levando um namorado para casa, seis anos mais velho.

Mãe e filha permanecem unidas até os dias de hoje. Convivendo com as suas diferenças e semelhanças, que fazem parte de uma raiz que vem do nome até a aparência. Amigas na medida do possível, afinal mãe e filha têm uma ligação muito profunda e é mais do que natural haver uma super proteção da parte da matriarca e certa cautela da parte da cria. Que adora viver a vida e tem a cabeça muito aberta, na forma de mirar o mundo e as pessoas. Motivo que faz com que ambas entrem em conflito de vez em quando, mas nada que não seja resolvido em pouco tempo, afinal, a cumplicidade entre elas é muito forte.

Didinha, cresceu, amou, sofreu, machucou, estudou, trabalhou, perdeu, conquistou, casou, sangrou... Separou e até hoje segue a vida acreditando que a cada dia uma nova ESPERANÇA irá abraçá-la.

Têm três irmãos, oito sobrinhos lindos e é do tipo super protetora que mata e morre por qualquer um deles. Muita apegada a família. As cunhadas são como irmãs.

Acredita que a verdadeira Felicidade habita na simplicidade dos corações. Ama e é muito amada pela maioria das pessoas que conquista.
Adora tudo que é relacionado ao entrosamento HUMANO. Psicologia, filosofia, fotografia e escrever são as coisas que mais a encantam.


AQUI CARIMBO UMA PEQUENA PARTE DA MINHA BIOGRAFIA. Prefiro terminá-la deixando registradas duas poesias que foram feitas pela minha mãe, uma na minha infância e outra na fase adulta que decifra muito bem um pouco da minha existência.

A primeira Poesia que mamãe fez eu tinha um ano. (1967)


Minha Didinha
É um amor
Tão bonitinha
Quanto uma flor

Seus olhos lindos
Da cor de Anil
Doces e infindos
De encantos mil

Caracóis dourados
São seus cabelinhos
Seu sorriso amado
Cheio de carinho

Meiga bonequinha
Presente de Deus
És minha rainha
Luz dos olhos meus.


A segunda Poesia eu tinha trinta e um anos. (1997)

Minha Filha!
Filha Minha!

Quase não posso crer no que vejo,
Há pouco estavas em meu colo,
Chorando, sorrindo, brincando,
Descobrindo a vida.
Aconchegada em meu seio,
Aquecias-te, acalmavas-te.

E foste crescendo, crescendo...
E sempre ao meu colo voltavas.
Como ficaste bela!
Como foste por Deus privilegiada!

Vivacidade, saúde, inteligência,
Um coração tão terno e dedicado,
Logo menina-moça te tornaste,
Quanto encanto em ti brotava!

Nem vi que já eras mulher.
Sempre menina em meus olhos estavas.
E já conhecias o amor,
E as primeiras marcas se formavam...

Explodias em sonhos e anseios,
Sempre, no amor, firmando a tua estrada.
Sonhos desfeitos, outros conquistados,
Ao Altar subiste como Deusa Encantada
Vi em teu rosto surgir a dúvida,
Mas logo um riso transformar a mágoa.
E vi aquele amor despedaçado
E um grande vazio te cercava.

Hoje te vejo buscando um novo rumo
Uma luz mesmo tênue na jornada.
Precisas "elevar teus olhos aos montes"
E no Senhor achar tua pousada.

Lembrando-te que és a filha amada,
E que por Ele serás sempre amparada.
Os que te amam querem ver-te
Na virtude, e na grandeza elevada.

Uma trilha de luz na nova estrada
E no fim o Amor,
O Verdadeiro Amor,
Fará em ti morada.

Tua mãe,

Cândida Augusta



MINHA FAMÍLIA, MEU PORTO SEGURO...
Tudo na vida tem um desígnio e quando DEUS escolhe a árvore que devemos nascer, ele sabe muito bem onde planta a semente.

- Didinha Albuquerque
15/04/2010.
Didinha Albuquerque
Enviado por Didinha Albuquerque em 15/04/2010
Reeditado em 16/10/2018
Código do texto: T2199561
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