Bento Gonçalves da Silva, líder da Revolução Farroupilha 


Bento Gonçalves da Silva nasceu em Triunfo, RS, em 23 de setembro de 1788, filho de rico estancieiro.  Maçom, foi um dos principais líderes da Revolução Farroupilha, movimento liberal e federativo que proclamou a República no Rio Grande do Sul.

Cedo, dedicou-se à carreira militar, participando da primeira e da segunda campanhas cisplatinas (respectivamente, 1811-1812 e 1816-1821). A segunda terminou com a anexação do Banda Oriental do Uruguai ao Brasil como Província Cisplatina (1821). Por causa dos serviços prestados na guerra contra as Províncias Unidas do Rio da Prata (1825-1828), chegou ao posto de coronel.

Em 1832, foi nomeando por D. Pedro I comandante da Guarda Nacional do Rio Grande do Sul, cargo que, por ser eminentemente político, lhe deu grande prestígio.

Em 1833, o marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto, comandante de Armas da Província, denunciou-o por proteger Juan Antonio Lavalleja, político e militar uruguaio, que libertou o Uruguai do Brasil, depois de uma luta de três anos, em 1828, declarando a independência da República Oriental do Uruguai. Por esse motivo, foi convocado à corte no Rio de Janeiro, onde não só se defendeu de modo brilhante como ainda convenceu o regente padre Feijó a nomear como novo presidente da Província, Antonio Rodrigues Fernandes Braga.

Regressando ao Rio Grande, continuou a defender suas idéias liberais, à proporção que se afastava de Braga, denunciado pelos farrapos como prepotente e arbitrário. Eleito para a primeira Assembléia Legislativa da província, que se instalou em abril de 1835, foi denunciado como um dos deputados que planejava desligar o Rio Grande do Sul do Brasil.

Em 1835, destituído do cargo de comandante pelos conservadores, Bento Gonçalves rebelou-se contra as autoridades constituídas, derrubando o presidente da província, Antônio Fernandes Braga, dando início à Revolução Farroupilha. Com o apoio da população, resistiu às primeiras reações legalistas.

Em 1836, foi preso junto com outros líderes farrapos, no combate da ilha do Fanfa (em Triunfo). Foi enviado para a prisão de Santa Cruz e mais tarde para a fortaleza de Lage, no Rio de Janeiro, onde chegou a tentar uma fuga, da qual desistiu porque seu companheiro de cela, o também farrapo Pedro Boticário, era muito gordo, e não conseguiu passar pela janela. Transferiram-no para o forte do Mar, em Salvador. Mesmo preso, sua influência no movimento farroupilha continuou, pois foi eleito presidente da República Rio-Grandense, proclamada pelos farroupilhas em 11 de setembro. Como estava preso, assumiu em seu lugar José Gomes de Vasconcelos Jardim. Piratini era a capital farroupilha.

Em 1837, Bento, auxiliado pela Maçonaria, fugiu da prisão. Sua fuga foi, de certo modo, um tanto quanto romanesca: fingindo que ia tomar um banho de mar, ele começou a nadar diante do forte até que, aproveitando um descuido dos guardas, fugiu - a nado - em direção a um barco que estava à sua espera. Em novembro, ele regressou ao Rio Grande do Sul, tendo chegado a Piratini, em dezembro, quando tomou posse do cargo para o qual havia sido eleito. Imediatamente, passou a Presidência ao seu vice, José Mariano de Mattos, para poder comandar o exército farroupilha. A partir de então, dedicou-se aos combates e campanhas, embora se mantivesse como presidente.

Em 1843, entretanto, resolveu renunciar ao cargo, porque ficou desgostoso por causa das divergências que começavam a surgir entre os farrapos. Passou a Presidência a José Gomes de Vasconcelos Jardim, e o comando do exército a David Canabarro, assumindo apenas um comando de tropas.

As divisões entre os revolucionários terminaram por resultar em um desagradável episódio. Informado de que Onofre Pires, um outro líder farrapo, fazia-lhe acusações, dizendo inclusive que era ladrão, Bento o desafiou para um duelo, no início de 1844. Onofre Pires foi ferido e morreu dias depois devido a uma gangrena.

Em 1844, ele iniciou as negociações de paz com Caxias, porém não as concluiu, porque o clima de divisão entre os farrapos continuava, e ele foi afastado das negociações pelo grupo que se lhe opunha. Desligou-se, então, definitivamente da vida pública. Passou os dois anos seguintes em sua estância, no Cristal .

Em 18 de julho de 1847, morreu de pleurisia na casa de José Gomes de Vasconcelos Jardim, em Pedras Brancas, no Rio Grande do Sul.

O herói farroupilha foi casado com Caetana Joana Francisca Garcia.


Referências

http://www.e-biografias.net/modules/news/index.php?storytopic=2&start=210
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/BentGSil.html
http://www.paginadogaucho.com.br/hist/crono.htm
http://www.riogrande.com.br/historia/revolucao/revol4a.htm