Texto de apresentação do projeto-livro "Ricardo Coutinho – uma primeira biografia"

Em meses próximos, deverei procurar escrever sobre a vida e obra de Ricardo Coutinho. Porque finalmente decidi trabalhar em um texto motivado por alguns interessantes acontecimentos políticos de nossa história recente. Não sobre as estórias que às vezes invento como escritor em meu exercício de imaginação, mas sobre as histórias tornadas reais que outras imaginações, associadas com boas vontades políticas, instauraram a feitura dos capítulos recém escritos da história paraibana - que também espero poder contar ao conhecimento dos muitos futuros de nós que, de preferência, deverão herdar, senão um mundo, pelo menos um Estado melhor e saber sobre quem e como puderam realizá-lo.

A despeito de minha insistência em contá-la, entendo porque Ricardo Coutinho não quer permitir que eu pesquise sua história pessoal a partir de estudos sobre sua vida familiar para que saibamos graças à quais relações afetivo-educativas sua aplaudida, invejada e perseguida persona veio a constar nos registros da história recente da Paraíba, particularmente da história de sua capital, João Pessoa.

Embora não seja nada tímido (como demonstra não ser em várias situações determinantes de suas atuações públicas), enquanto estive mais próximo dele entre os que o auxiliavam na Prefeitura, Ricardo Coutinho não me permitiu nenhuma ação de idolatria de sua persona, quando assumiu a tarefa de fazer surgir uma nova cidade de João Pessoa.

Sei que, às vezes, como disse Nelson Rodrigues - e como também deve saber Ricardo - “os admiradores corrompem”. Além disso, muitas vezes não é mesmo possível àqueles tornados celebridades representar os personagens que criam delas certos admiradores biógrafos, quase sempre tentados a exercícios de imaginação a revelar uma das certezas da sabedoria popular: “o povo aumenta, mas não inventa”.

Mas, uma das intenções deste meu projeto – que não sei se Ricardo algum dia quererá me auxiliar a realizar – além de naturalmente ter o intuito de prestar uma justa homenagem ao cidadão eleito mais importante gestor público da atualidade, será contrapor esta verdade popular e tornar-se um documento capaz de ajudar futuros historiadores a saberem quem era ou como era, de fato, o cidadão Ricardo Coutinho, e sobre as benfeitorias que fez ao emergir de certo Sindicato à administração de uma Prefeitura que, sob sua batuta (e com o auxílio de outros tantos de seus admiradores colaboradores), teve também seu sentido de instituição pré-feitora resgatado, sendo uma edilidade capaz de, sob a égide de um humano Socialismo, pensar como bem-fazer e, então, realizar sua sagrada missão de promover – como promoveu – muitas melhorias humanas necessárias a boas convivências sociais na capital paraibana.

Considerando sua trajetória como um dos promotores da Saúde Pública (e aqui Saúde considerada em seus vários aspectos), já não há dúvidas de que Ricardo Coutinho, desde muito jovem, tem realizado sua missão de lançar olhares mais críticos sobre o que é o mundo e o que ele pode vir a ser. Com esse intuito, reflexo de um incontrolável apelo íntimo, de certa vocação, como poderá reconhecer sua mãe, e por forças de circunstâncias, ele resolveu que seria um representante dos anseios daqueles que sofrem junto com ele as conseqüências das muitas injustiças sociais, resultantes de perversas ingerências mil, entre os que freqüentemente (e um tanto compulsoriamente) tivemos elegido gestores de um poder a que não mais nos parecia possível reconhecer público.

Mas, aos poucos, com mais algumas bem sucedidas experiências em instâncias superiores da administração pública, Ricardo Coutinho resolveu que seria um dos que procurariam resgatar a força do poder público municipal.

Como Prefeito, entre idas e vindas mundo afora, Ricardo sentiu o quanto, de fato, nosso planeta é mesmo grande, mas também quão grandes são os problemas que afligem seus mais próximos reclamantes, aqueles que podem até não estar sofrendo a violência de uma dessas guerras que promovem matanças e o inferno em outros lados do mundo, mas que sofrem as angústias de pensar “não poderem fazer nada” diante da pré-potente máquina de exploração e promoção de exclusões que, por décadas, se estabeleceu por essas bandas da Terra.

Mas, como dizem esperançosos, ainda haverá um futuro melhor para todos aqueles que acreditam nele, tanto quanto acreditam na força e determinação do futuro governador Ricardo Coutinho para instaurá-lo entre nós.

Que assim seja.