Rodrigo Octavio Filho

Rodrigo Octavio Filho, advogado, poeta, crítico literário, ensaísta e orador, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de dezembro de 1892, e faleceu na mesma cidade em 2 de abril de 1969. Eleito em 10 de agosto de 1944, na sucessão de Rodrigo Octavio, foi recebido em 19 de junho de 1945, pelo acadêmico Pedro Calmon.

Era filho do dr. Rodrigo Octavio de Laggaard Meneses, um dos fundadores da Academia, e de Maria Rita Pederneiras de Langgaard Meneses. Fez o curso secundário no Ginásio Nacional, hoje Colégio Pedro II, e no Colégio Alfredo Gomes, recebendo o grau de bacharel em Ciências e Letras em 1909. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1914, pela Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, e dedicou-se à advocacia.

Fundou, com seu pai, a Revista Jurídica, órgão que teve grande prestígio na vida jurídica do país e da qual foi redator-secretário. Participou ativamente da vida intelectual e literária do Rio de Janeiro, graças a uma inteligência privilegiada e sua irradiante personalidade humana. Integrou-se, no período inicial do século XX, na linha do Penumbrismo, herdeiro do Simbolismo, de que foi o cronista. Estreou na literatura em 1922, publicando o livro de poemas Alameda noturna. Assinava-se Octavio Filho. Amigo de Álvaro Moreyra, fez parte do grupo de colaboradores da revista Fon-Fon! Colaborou em vários jornais, entre os quais o Correio da Manhã.

Rodrigo Octavio Filho só falava dos livros que lhe agradavam. Não tinha interesse na crítica amarga, destrutiva; escolhia para estudar artistas pelos quais sentia admiração e simpatia. Entre os escritores focalizados em seu livro póstumo Simbolismo e Penumbrismo (1970), estão Mário Pederneiras, Homero Prates, Gonzaga Duque, Álvaro Moreyra, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto. Salienta que o Penumbrismo, expressão que se originou de um artigo de Ronald Couto, em 1921, não foi propriamente uma escola literária, mas uma atitude, um movimento emocional, uma coincidência temática, tendente a um acentuado intimismo poético.

Foi membro da Comissão Legislativa do Governo Provisório. Fez parte do Conselho Superior do Instituto dos Advogados Brasileiros e do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Foi um dos delegados brasileiros nos plenários do Conselho Interamericano das Câmaras de Comércio e Produção, realizados em Chicago (1948) e Santos (1950).

Foi orador oficial do Clube dos Advogados. Fundador e presidente da Sociedade Felipe d’Oliveira. Organizou e foi o secretário-geral do Congresso Brasileiro de Língua Vernácula, comemorativo do centenário de Rui Barbosa e promovido pela Academia Brasileira de Letras, em 1949. Foi um dos fundadores do PEN Clube do Brasil, do qual foi secretário-geral, vice-presidente e fez parte do seu Conselho da Presidência.

Na Academia Brasileira de Letras, foi segundo-secretário em 1945; primeiro-secretário em 1946 e 1950; secretário-geral em 1953 e 1954 e presidente em 1955.

Era membro efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros; da Sociedade Brasileira de Geografia; da Sociedade Brasileira de Direito Internacional; da Sociedade Capistrano de Abreu; sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Nacional de História da Argentina.

Obras: Alameda noturna, poesia (1922); Fundo da gaveta, estudos (1924); O poeta Mário Pederneiras, ensaio (1932); A vida amorosa de Liszt, conferência (1937); Velhos amigos, estudos e ensaios (1938); Prudente de Morais - Sofrimento e grandeza de um governo, conferência (1941); Figuras do Império e da República, estudos biográficos (1944); Viagem a Barbacena, viagem (1944); Camilo, homem de vidro e de pimenta, conferência (1950); Inglês de Sousa, ensaio (1955); Política e Direito Internacional (1955); Mário Pederneiras, organização e antologia de poesia, coleção Nossos Clássicos (1958); Sincretismo e transição: O Penumbrismo, in A literatura no Brasil, vol. III (1959; direção de Afrânio Coutinho); O infante D. Henrique, ensaio (1962); Simbolismo e Penumbrismo, ensaio (póstumo, 1970); Espelho de duas faces - Presença de Portugal no Brasil, ensaio (póstumo, 1972); numerosas conferências, proferidas na Academia Brasileira de Letras, no Instituto Histórico, no PEN Clube e no Instituto dos Advogados Brasileiros, além de colaborações em periódicos.

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Milton Nunes Fillho
Enviado por Milton Nunes Fillho em 20/10/2006
Reeditado em 23/12/2012
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