Meu livro de História

Esta história começa

com a Drika bebê

nascida com a ajuda da parteira

numa manhã de sexta feira

uma menina linda e faceira,

pesando três quilos e meio

para encantar Dona Benê.

Nasceu em casa,

em 23 de outubro,

sob o signo de escorpião

branquinha e cabeluda

com uma fome de leão.

Morava com os pais e o irmão

na cidade de São Paulo,

no bairro da Freguesia do Ó

numa casa pequena e simples,

perto dos tios

e da vó.

Quando Drika fez 4 anos,

sua mãe foi trabalhar

na secretaria de uma igreja,

matriculando a menina

na Ordem das Filipinas.

Drika junto das Freiras

logo foi alfabetizada

e quando entrou na escola

era uma criança adiantada.

Isso deu muito trabalho

para a Professora Iecla

pois não conseguia deixar

a Drika na aula muito atenta.

Sua mãe nos fins de semana

e sempre que podia

juntava a meninada da rua

e no final da tarde

levava todo mundo para caminhar

pelos diversos relevos do lugar.

Mas desde pequenininha

Drika foi agitadinha,

e muita brincadeira

acabou em choradeira.

Gostava de empinar pipa

e de rodar pião,

mas do que gostava mesmo

era brincar com seu irmão.

Nunca gostou do seu nome

sempre reclamou disso

mesmo tendo sido explicado

que era devido a uma promessa

pois sua mãe havia levado

um tremendo tropeção

no finalzinho da sua gestação.

Num momento de muito temor

Dona Benê apelou à Virgem Maria

auxílio pela saúde

da criança em seu ventre,

e naquele momento promete:

se for homem, o nome será José,

e Maria se for mulher.

Procurando no dicionário de nomes

o significado de Maria,

temos que vem do Hebraico

significando soberana ou senhora,

e uma homenagem a Virgem Maria.

Diz o dicionário, que as Marias

consideram o dinheiro necessário,

mas não essencial;

crescem e amadurecem

e isto sim é real.

Nas férias de julho ou dezembro

pro sítio da avó com a mãe eles iam

eram horas de trem ou de ônibus

mas tudo valia a pena

para andar a cavalo,

pegar peixinhos no "córgo",

comer muita manga fresquinha

e fugir correndo quando a boiada vinha.

Brincava de Bolinhas de gude e sabão

Bafo e pedrinhas

e em outros tantos momentos

brincava de casinha.

Carrinho de rolemã,

Queimada e voleibol

Quando ganhou bicicleta

andava horas no sol.

Um dia seu pai chega

mais cedo do trabalho,

encontra Drika na rua

empinando papagaio.

Da bronca e manda

ela pra cima

falando que aquilo

não é brincadeira de menina.

A garota obedece,

toma banho e coisa e tal

depois pergunta ao pai:

- O que é que tem de mal?

O pai parou para pensar

e relembrou com prazer

como ele mesmo gostava

do que viu a filha fazer.

Percebeu naquele instante

o papel estereotipado

de meninos e meninas

e como ele é forjado.

Qual o problema afinal,

de menina empinar pipa

ou jogar futebol?

e do menino pra dança ter jeito?

Isso é puro preconceito!

É assim que as crianças

deveriam crescer,

começando dentro de casa

questionando os porquês.

E a Drika sapeca

pelo pai foi liberada,

foi jogar com as amigas

uma partida de queimada.

Aos 15 anos começou a trabalhar

e a responsabilidade

teve logo que encontrar.

Chega à época de vestibular,

que correria danada:

trabalha e estuda

e sai pra balada.

Entrou na universidade

cursou comunicação,

mas abandonou tudo

por uma grande paixão.

Casou com estrangeiro

e teve filhos bem ligeiro

saiu de São Paulo e

foi pra outra capital

de nome Manaus,

seu endereço atual.

As histórias se repetem

com sua mãe foi semelhante

se prestarmos atenção aos fatos

será muito interessante.

O tempo passa e a família cresce,

já na maioridade,

novamente na faculdade,

cursando Pedagogia,

vê-se diante de um trabalho e

com um pouco de dificuldade

e uma pitada de rebeldia,

escreve um pouco da sua história

em forma de poesia.

A proposta da exposição deste texto é apenas divulgar um trabalho que foi muito prazeroso e poderá servir como idéia para alguém. O texto foi montado como um livrinho de história para crianças e foi ilustrado aqui e ali. É um exercício que pode ser praticado com os alunos de qualquer série do Ensino Fundamental ou mesmo ir mais além. Ouse com seus alunos, proponha a elaboração de um pequeno livro, contando uma história criada por eles ou mesmo a história de cada um, desafie-os na prática de utilizar diversas disciplinas e conteúdos. Eles irão trabalhar percebendo como as disciplinas estão em nosso dia-a-dia e não se dão conta. A escola tem de ser interessante, divertida e prazerosa.

Desejo a você excelentes momentos de produção e trabalho junto aos seus alunos.

Drika
Enviado por Drika em 24/06/2005
Reeditado em 11/07/2005
Código do texto: T27352