Hipólito da Costa

Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, jornalista nasceu na Colônia do Sacramento, atual República do Uruguai, em 13 de agosto de 1774, e faleceu em Londres, Inglaterra, em 11 de setembro de 1823. É o patrono da Cadeira n. 17, por escolha do fundador Sílvio Romero.

Era filho de um fazendeiro da Capitania do Rio de Janeiro, lá destacado como Alferes de Ordenanças, Félix da Costa Furtado de Mendonça, e de Ana Josefa Pereira, natural daquela Colônia. Fez os preparatórios em Porto Alegre e formou-se em Direito e Filosofia na Universidade de Coimbra, em 1798. No mesmo ano foi encarregado pelo ministro português, D. Rodrigo de Sousa Coutinho, de estudar questões econômicas nos Estados Unidos, onde ficou até 1800, daí resultando o Diário de minha viagem para Filadélfia, só publicado em 1955. Nomeado para a Imprensa Real em 1801, fez nova viagem oficial, à Inglaterra e à França, sendo preso na volta, em 1802, passando então cerca de três anos nos cárceres da Inquisição, acusado de disseminação da maçonaria em Portugal. Fugiu em 1805, disfarçado em criado de serviços, tomando o rumo de Espanha, Gibraltar e finalmente Londres, onde se estabeleceu definitivamente. Ali, pondo-se sob a proteção do Duque de Sussex, filho do rei e maçon ele próprio, funda o Correio Brasiliense em 1808, o mesmo ano da criação da imprensa no Brasil. Tem-se dito que é o primeiro jornal brasileiro, antecedendo mesmo ao primeiro jornal que se imprimiu em território nacional, a Gazeta do Rio de Janeiro (10 de setembro de 1808). Foi a mais completa tribuna de análise e crítica da situação portuguesa e brasileira, formando uma estante do 29 grossos tomos, os quais se estendem desde 1802 a 1822, ano em que, verificando que o seu apostolado em favor da independência do Brasil estava transformado numa radiosa vitória, o jornalista julgou cumprido o seu dever, e encerrou a publicação do jornal. Faleceu pouco depois, em 1823, sem chegar a saber que fora nomeado cônsul do Império do Brasil em Londres. É o patrono da imprensa e dos estudiosos da realidade brasileira.

Obras:

Diário de minha viagem para Filadélfia (1798, publicado em 1955);

Correio Brasiliense, Londres (1808-1822, 29 vols.); Narrativa da perseguição, Londres (1811, 2 vols.; publicado no Brasil,

Em 1974, pela Associação Rio-Grandense de Imprensa e UFRGS);

Cartas sobre a franco-maçonaria, Amsterdã, 1863;

E numerosos trabalhos de natureza política e econômica.

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Milton Nunes Fillho
Enviado por Milton Nunes Fillho em 09/11/2006
Reeditado em 23/12/2012
Código do texto: T286683
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