É este o pseudónimo poético de Francisco de Assis Machado
da Cunha. Natural do norte de Portugal, mais propriamente da Cidade Invicta.
Desde muito cedo que sentiu uma forte inclinação para as Artes, nomeadamente
para a Poesia e a Música. Descendente de uma família com essa mesma
inclinação, não admira que - logo na sua juventude - tenha procurado por
todos os meios dar sentido a essa vocação.
Paralelamente aos seus variadíssimos estudos, desde Cursos oficiais, médios
e superiores, passando por Colégios e Institutos particulares, chegou a
frequentar uma Escola Técnica Industrial, em Guimarães, onde aprendeu a
mecânica dos metais e, já na capital, o Instituto Gregoriano de Artes
Musicais, onde alicerçou, orientado por professores qualificados, as suas
qualidades de empenhamento manual, estético e metodológico. O seu profundo
amor à Literatura, à História, à Filosofia e à Música, deve a sua origem
justamente aos seus grandes mestres universitários, a quando da frequência
do Curso Superior de Filosofia, na Universidade Católica de Lisboa e do Curso
de História na Universidade Clássica - Faculdade de Letras e Ciências Humanas,
da mesma cidade.
Tem leccionado, no Ensino Secundário, a disciplina de História e dinamizado
o Clube de Música, onde ensina a arte do canto, da dramatização e alguns
instrumentos musicais. Ainda quanto à Música, vem exercendo cargos diversos
como o de organista e compositor de música sacra, bem assim direcção coral
em assembleias litúrgicas enquanto que, relativamente à música profana, tem
participado em muitíssimas iniciativas quer como instrumentista, quer como
cantor, interpretando textos por si criados, quer de gosto geralmente
intervencionista, quer didáctico-histórico, ou mesmo de crítica social.
Chegou a organizar já alguns festivais de Canção Juvenil em várias zonas do
país.
Actualmente tem participado com frequência em Tertúlias da Capital, sendo
membro efectivo da «Tertúlia Poética ao Encontro de Bocage», dirigida pela
ilustre poetisa América Miranda. Tem dinamizado há já vários anos momentos
de canto e música, quando do lançamento de Obras Literárias, nomeadamente
nas actividades promovidas pela Editorial Minerva, na qual tem já editados
alguns dos seus trabalhos poéticos, nomeadamente na conhecida Antologia
POIESIS.
Iniciado na prática das novas tecnologias, criou uma Página na Internet, com
o nome de JARDIM DE ORFEU e dinamiza dois Webblogues denominados MIRADALTO ( de iniciativa pessoal ) e outro denominado TERTÚLIA POÉTICA AO ENCONTRO DE BOCAGE, presidido por América Miranda.
Criou uma outra Página de Expressão Poética, a qual se denomina O CANTO DO
PARNASO, a qual integrará alternadamente seus temas poéticos com poesias de
Poetas Laureados e que ficaram célebres ao longo da História. Igualmente
tem imensas participações em variadas outras Páginas de dominância poética,
quer em Portugal quer em diversos países de expressão lusófona, espanhola,
francesa, italiana e outros.

www.jardimdeorfeu.no.sapo.pt
assismachado@sapo.pt

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Minhas Escritas



A PONTE DA AMIZADE


Neste mundo dos homens e do vil Progresso
há uma coisa comum que falta construir
e o homem q' infelizmente vive mui disperso
nunca consegue nem procura refletir ...

As coisas cá de fora só lhe dão o inverso
do que interessa fazer em prol do seu fruir
por isso o que ele faz é sempre assaz perverso
dando-lhe lágrimas e dores e carpir.

Não olhes para fora, ó infeliz amigo,
procurando a razão do teu cruel sofrer
buscando para ti qualquer porto d' abrigo...

O coração que tens é que há-de conter
a energia e a paz que há muito ' stão contigo
naquela ponte d' amizade sempre a crescer !


Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA

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A SECA

Uma bilha tombada
sequioso de água
um pé de salsa ressequida

Um cão que passa ao longe
não reconhece o dono
nem o escaldante sol

Na fonte abandonada
uma sombra solitária
tudo está deserto

Aldeia silenciosa
o gado está fora
desde alta madrugada

Paira o desespero
no coração da cigarra
que perdeu a fala

Sem crianças o povo
procuram sedentas
seu naco de pão

As sombras saíram
buscam lugares
mais apetecidos

Nas soleiras das portas
pendem recados
carece uma esperança

Nem novos nem velhos
dizem a quem passa
o nome que têm

Virá o cangalheiro,
o Zé da Bomba,
ou o da sotaina preta ?

Ninguém vê ninguém
passa ténue o boato
que amanhã virá chuva !


Frassino Machado
In HAIKAI