ROCCO RAFAEL PANDOLFO, MEU PAI
                                                            Sérgio Martins Pandolfo*
    Gaúcho de tradicional família de Porto Alegre, Rocco Rafael Pandolfo (P. Alegre, 28/11/1902 – Belém, 15/01/1987) era filho de Nicolau e Filomena Cozenza Pandolfo, italianos da Calábria que emigraram para o Brasil na segunda metade do século XIX premidos pelas condições adversas por que passava a Europa àquela época.
       Veio para Belém em 1928, em missão de serviço público e aqui acabou por se radicar e constituir família, contraindo casamento com a Profª Clara Martins Pandolfo. Dessa união, que durou cinquenta anos e meio e que só a morte interrompeu, ficaram-lhe três filhos, dos quais muito se orgulhava.
       Formado em Odontologia e exercendo o magistério como professor de Desenho Industrial na antiga Escola de Aprendizes Artífices, hoje Escola Técnica Federal, ingressou, posteriormente, na Escola de Agronomia do Pará, onde se diplomou em 1939.
       Durante a Segunda Guerra Mundial, atendendo à convocação da Batalha da Borracha, entrou para o quadro técnico do então Banco da Borracha, hoje Banco da Amazônia S/A – BASA, onde prestou relevantes serviços por mais de 20 anos, a maior parte desse tempo em longas e espinhosas missões pelos mais ínvios e longínquos recantos da Região Amazônica, designado, frequentes vezes, dado o seu alto espírito de conciliação, como Interventor do Banco junto aos seringais nativos que foram reativados para suprir de borracha as tropas aliadas contra o nazismo, dentro do Acordo estabelecido entre os governos brasileiro e americano, embrenhando-se na selva amazônica, na fiscalização das atividades em desenvolvimento, missões das quais sempre se desempenhou com muita eficiência, grande zelo profissional e exemplar honestidade, granjeando a estima geral dos companheiros de trabalho e dirigentes do Banco.
       Lembro-me bem de, várias vezes, tê-lo visto chegar em casa abatido, envolto em lençóis, tiritando de frio, com os olhos fortemente amarelados pela ação da atebrina que houvera de tomar para sanar surtos de malária contraídos em prolongadas viagens de trabalho a serviço do banco. De seu convívio diário com a família também me ficou a imagem de um homem austero sem chegar à severidade, sincero, tolerante, fleumático, quase imperturbável, meticuloso, metódico, amigo leal de seus companheiros de labor e de lazer. Uma bela figura humana.
       Profissional de reais méritos ascendeu depois às elevadas funções de Consultor Técnico da Presidência daquela instituição bancária, em várias administrações, até se aposentar em 1967. Foi sempre um exemplo edificante de vida digna e frutuosa.
       De seu casamento com a Profª Clara Martins Pandolfo, cujas Bodas de Ouro decorreram em junho de 1986, advieram os seguintes filhos: Drª. Vera Pandolfo Ribeiro, advogada, casada com o também advogado Dr. Francisco Wilson Ribeiro; Dr. Sérgio Martins Pandolfo, médico ginecologista atualmente exercendo atividades no Hospital de Clínicas “Gaspar Vianna”, casado com a igualmente médica Drª. Maria José Canthé Pandolfo e a Drª Maria Lúcia Martins Pandolfo, diplomada em Ciências Sociais, radicada no Rio de Janeiro. Sua viúva, que veio a falecer em 31 de julho de 2009, pôde assistir, com emocionada satisfação, ao desdobramento da família através das novas gerações, atualmente representadas por oito netos e seis bisnetos.
       Nota: Na foto acima, Rocco Rafael Pandolfo com sua esposa Clara Martins Pandolfo, em Buenos Aires, capital da República Argentina em merecidas férias.

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*Médico e escritor. ABRAMES/SOBRAMES
sergio.serpan@gmail.com  -  serpan@amazon.com.br
www.sergiopandolfo.com


Sérgio Pandolfo
Enviado por Sérgio Pandolfo em 23/10/2011
Reeditado em 22/11/2011
Código do texto: T3293509
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