MINHA VIDA

Neste elenco de frases
Em quadrinhas mal rimadas
Contarei a minha historia
Desta vida devassada

Aos vinte cinco dias
Do mês de fevereiro
No ano de sessenta e oito
Nasce o ultimo herdeiro

Tinha quase seis quilos
O pequeno gurizão
Duas irmãs sorriam
Mais feliz ficou o irmão

Mesmo perdendo o colo
O guri não exitou :
“gostei muito do irmão,
Que o nome eu mesmo dou”.

E assim como queria
O irmão assim o fez
Dando nome ao irmãozinho
Com muita rapidez

Vai se chamar Edgar
Como aquele locutor
Pois o irmão mais velho
De rádio era ouvidor

Na casa cheia de gente
Primos, tios e familiares
A mãe cuidava de todos
Mesmo longe dos seus lares

Neste ambiente feliz
Cresceu o menino mimado
Alem de ser o mais novo
De todos sobrava agrado

Mudou-se para cidade
Em uma nova construção
Casa de parede dupla
Naquele tempo mansão

Mas ali por poucos anos
Teve sua moradia
Porque o pai muito amado
Montou outra serraria

Saiu da serra gelada
Tomou outra direção
Sociedade bem formada
Com sede no Barracão

No mesmo mês da mudança
Teve outra novidade
Ingressou o garotinho
Na escola da cidade

Professora bem querida
Que nunca esqueceu
Doralice era seu nome
Era a tia do Ceceu

Amigo de longa data
De irmandade a relação
O primário, secundário
Faculdade, mesma missão

Neste período da vida
Muita coisa conheceu
Mas as voltas com as meninas
A amada apareceu

Paixão quase imediata
Onde o ódio existia
São sentimentos tão fortes
Com a mesma energia

Duas décadas passaram
Vivendo essa relação
Três filhas abençoadas
Geradas desta união

Tão amadas pelos pais
Disputadas todo o tempo
Qual dos dois é mais amado
Querem sempre seu alento

Foi descrito até agora
Só momentos de alegria
Mas sabemos na verdade
Que tristeza existia

A mãe muito amada
Após grande contusão
Começou a melindrar
Entrando em depressão

Seis anos se passaram
Sofrendo desta agonia
Dando fim a sua vida
A mamãe se despedia

Num período muito curto
Aceitando o ocorrido
Em um erro absurdo
O sogro teria morrido

Sofrimento nesta hora
Era tudo que restava
Minha sogra tão querida
Só na saudade pensava

Passaria muito tempo
E nada de se alegrar
Apenas se consolava
Com os netos para amar

Esta mulher poderosa
De caráter irreparável
É o esteio da família
Para todos agradável

Perante estes fatos
Que agora eu exponho
Começou minha doença
Acabando com meus sonhos

Reclusão isolamento
Aflição da sociedade
Foram os primeiros danos
Que me trouxe a enfermidade

Pouca gente preocupada
Com a minha condição
Escrever minhas lamurias
Foi a minha solução

Quero dizer outras coisas
Quero narrar alegrias
Mas neste pequeno impresso
Pouca coisa caberia

São 10 anos de procura
De alguma melhoria
As vezes até achava
Que isso ocorreria

São períodos, são acasos
De alguma utopia
Quando tudo se alinhava
Algo ruim acontecia

Alguns destes momentos
Vividos por este ser
Vão ao longo destas folhas
Pra vocês aparecer

Tem de tudo nestes versos
Amizade, emoção
Mas a maioria deles
Não passa de expiação

Que a verdade seja dita
Com firmeza ao falar
Que uma mente perturbada
Pode tudo relatar

Sem nenhum regulamento
Esta é a minha introdução
Apenas com sentimento
Com verdade e emoção.



Dego Bitencourt
Enviado por Dego Bitencourt em 09/01/2012
Reeditado em 11/01/2012
Código do texto: T3431113
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