Minha Infância

Caem as barreiras do tempo e eu volto ao passado: minha infância.

As lembranças da minha infância estão gravadas em minha memória, tão vívidas como se fossem no dia de hoje. Começo a considerar como vivi esse tempo sem cicatrizes. Apesar de calma e calada, eu era ativa, gostava de brincar e fazer as coisas.

Hoje ao olhar para o passado, e percebo que sempre foi minha mãe que nos conduziu em boa disciplina; se preocupou conosco, com nosso crescimento espiritual, levando-nos para Igreja.

Cresci como qualquer outra criança, buscando maneiras de desfrutar a vida: andar de bicicleta, brincar num balanço, subir nas árvores, jogar bola na rua, brincar de esconde-esconde, jogar as cinco pedrinhas, correr, pular, dançar. Ainda: brincar de roda, e de “panelada”, semelhante a “piquenique”, afora as casinhas de boneca.

Eu era ativa e plenamente criativa.

Essas lembranças se apresentam em minha mente como um vestígio de uma vida já passada, um símbolo de um mundo de inocência que já se perdera.

Quando cresci, minha paixão pela vida foi reprimida. Não sei o porquê. Bem cedo foram surgindo barreiras, timidez que limitavam minha habilidade e eu já não abraçava a vida com o mesmo ardor.

Vivi num mundo muito pequeno, sem chance para um estudo melhor.

O medo de desobedecer as regras dos meus pais contribuiu para um isolamento, e ser um pouco calada.

Desde muito criança, desfrutei de uma boa vida espiritual. Ia a Igreja todos os dias; não perdia terço nem missa. Isso me fazia sentir protegida e muito feliz.

Era inteligente, segundo amigos, e tinha uma habilidade incrível para trabalhos manuais. Aprendi bordar, costurar, tricô e crochê. Também lia muito e escrevia.

Com entusiasmo juvenil, participei das festinhas na escola, recitando; representei o “lobo mau”, fiz o “Saci Pererê” Em outra peça fiz a “Lua”. É o que lembro agora. As poesias ainda as tenho decoradas.

Na adolescência comecei me desprezando e tentava buscar uma forma de me esconder.

Hoje lembro os melhores momentos, o tempo com a família ao redor da mesa, nossas conversas, as histórias e estórias que papai contava; todos os seus atos simples e de bondade. Tudo isso fazia parte da vida digna de ser vivida.

Essas lembranças retomam como ondas que vão e voltam nas areias da praia. Alguns detalhes poderão não está muito precisos, mas estão narrados da maneira que posso lembrá-los.

Os anos da infância foram os mais felizes.

Ilma Albuquerque
Enviado por Ilma Albuquerque em 01/04/2012
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