CIENTISTA VISIONÁRIA NA AMAZÔNIA
      
     A química e ambientalista Clara Martins Pandolfo também foi professora, dirigente, pesquisadora, idealizadora, indutora, executora, escritora... Uma pioneira na ocupação dos espaços intelectuais da sociedade paraense no início do século XX.

         Desde os 14 anos, em 1926, já interessada pela ciência, ingressou no curso de Química da antiga Chimica Industrial do Pará, que foi dirigida pelo naturalista francês Paul Le Cointe, que estudou a flora amazônica. Foi a primeira mulher a se formar em Química na Região Norte e uma das cinco primeiras do país. Depois de formada, trabalhou com Le Cointe em pesquisas tecnológicas de matérias-primas regionais.
       Em 1930, Clara Pandolfo atuou por mais de 20 anos nos laboratórios de Bromatologia e Hipodermia, da Diretoria de Saúde Pública do Pará, e no laboratório de Biologia da Santa Casa de Misericórdia do Pará. Durante esse período fez estudos sobre espécies oleaginosas da Amazônia. Articulou a reabertura, em 1956, da Escola Industrial de Química do Pará, atuando como professora de Química Inorgânica. Em 1958, com o destacado empenho de Clara, a Escola de Química foi incorporada pela Universidade Federal do Pará, onde atuou como pesquisadora e professora até se aposentar.
      Ela trabalhou como técnica na Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA) e na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), onde foi membro do conselho técnico e da diretoria do Departamento de Recursos Naturais. Em 1960, implantou um projeto experimental de cultura do dendê na região. Também desenvolveu pesquisas com “florestas de rendimento”, que usavam conceitos de ecologia e economia no contexto do uso racional dos recursos naturais das florestas, os quais já carregavam o princípio da exploração e manejo sustentável.
      Em 1979, ela foi convidada para proferir palestras sobre recursos naturais da Amazônia no Center of Braziliam Studies, da Advanced International Studies, na Universidade John Hopkins, Washington D.C., capital dos Estados Unidos. Ela também recebeu a Medalha do Mérito Florestal da Ordem do Mérito Grão-Pará e foi destaque nacional no Concurso Internacional de Poesias, Contos e Crônicas, da Associação literária Alpas, em 2008, com o Conto “Um Episódio Passional”
    Dentre os muitos artigos publicados destacam-se 42, que são relacionados a diversos temas como políticas florestal, mineral, infraestruturais, planejamento e de desenvolvimento; recursos naturais; florestais; madeireiros, minerais; potencialidades regionais e integração brasileira; enfoque econômico-ecológico; ciência, tecnologia e desenvolvimento; dendê e vocação oleífera da região amazônica, além de problemas amazônicos.
     Ela foi homenageada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Para (Secti) em 2011, na IV Feira Estadual de Ciência e Tecnologia.
     Ela foi homenageada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Para (Secti) em 2011, na IV Feira Estadual de Ciência e Tecnologia.
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Clara Martins Pandolfo
(1912-2009)

Na fotografia ao alto da página Clara Pandolfo em atividade no Laboratório de Biologia da Santa Casa de Misericórdia do Pará, em 1930.

Nota: reproduzido da Revista Amazônia Viva, ed. nº 8, ano 1, abril 2012, encartada no jornal O Liberal de 4/04/2012
Revista Amazônia Viva, ed.nº 8, ano 1 e 4 de abril 2012
Enviado por Sérgio Pandolfo em 05/04/2012
Código do texto: T3595758
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