JEHOVA DE CARVALHO: MEMÓRIA E REGIONALISMO - Por Raimundo Dalvo Costa

PREFÁCIO

A cidade foi edificada à beira do Rio Corrente.As areias das ruas eram a marca maior do cenário urbano do nosso Porto Calendário. Na saída para Correntina havia um cancelão que impedia a entrada de animais. De um lado estava o alto do Cruzeiro. Do outro lado, o Rio Corrente em cujas margens os juazeiros faziam as sombras deliciosas para as lavadeiras de roupas, onde as plantas rasteiras, dentre elas a maria fecha a porta para o boi não te pegar, serviam de quaradouro , capitaneados pelo majestoso tamarindeiro. Na curva do rio a pedreira cingia de cinzas as águas esverdeadas do rio refletindo a imagem do bairro do São Felix. Do outro lado da curva, havia a manga de Anacleto.

Na saída para Santana dos Brejos, São Pedro, Pinhengo, Sambaíba, na curva onde o rio parte em direção da volta da pedra e do Domingão, também havia uma cancela de onde podíamos descortinar a imagem do morro imponente.

A partir do alto do Menino Deus, hoje sentido à AABB, existe uma rua onde morava a minha tia Rosa, cuja casa ficava do lado de fora do cancelão. Mas antes do cancelão, havia a casa do Casal, Otacilio Carvalho e Maria Carvalho, onde nas manhãs comprávamos pães caseiros fabricados pelo Seu Otacilio, pães bem quentinhos. Ali eu brincava com os netos do casal e foi ali, em umas férias de julho, onde conheci pela primeira vez, o filho dele que estudava e morava em Salvador, que sempre visitava os pais nas suas férias, quando possível.

Foi entre os cancelões, os gerais e o rio corrente que nasceu e cresceu o Menino Jehová de Carvalho que ganhou asas e partiu para a imortalidade, deixando um legado para os baianos, principalmente os de Santa Maria da Vitória, enchendo-os de orgulho.

Há tempos eu buscava dados para homenagear este grande vulto histórico, meu conterrâneo, contemporâneo de pessoas ilustres como, o poeta Osias, o sociólogo Clodomir Morais,Zequinha Lisboa, Zezito, Wilton Barros, José Clemente,Jorge Amado, Osório Alves de Castro, Glauber Rocha, Kinkas Lisboa, Dr.Libório,Jairo Rodrigues,Poeta Novais, Neto Pablo Neruda, Eugênio Lyra e tantos outros.

Jehová de Carvalho é filho de Santa Maria da Vitória, cidadão Soteropolitano, imortal do Brasil.Achei algo interessante escrito pelo professor Raimundo Dalvo Costa e resolvi publicá-lo aqui no Recanto das Letras.O artigo é fidelíssimo à historia de Jehová de Carvalho e que aditará em muito, novas informações aos leitores do RL, em especial aos Santa-marienses, assim espero.

Agradeço de pronto e peço desculpas ao professor Raimundo Dalvo pela publicação desta informação tão rica na minha página sobre o meu conterrâneo, cuja cadeira na recém fundada Academia de Artes e Letras da Bacia do corrente, será ocupada pelo Poeta Noivais Neto, sobrinho do Poeta Osias, que com certeza foi companheiro de andanças de Jheová de Carvalho, nas areias cálidas dos gerais e das ruas da cidade.

Espero que curtam os escritos do professor Raimundo Dalvo Costa.

Por Joãozinho de dona Rosa

JEHOVA DE CARVALHO: MEMÓRIA E REGIONALISMO

Jehová de Carvalho nasceu no interior da Bahia em Santa Maria da Vitória, em 18 de Março de 1930, filho do alfaiate Otacílio Carvalho e da costureira Maria Dina de Carvalho. Oriundo de uma família humilde de formação religiosa Presbiteriana. Estes evangélicos se instalaram em Santa Maria no início do século estes se preocuparam com a educação da população criando escolas primárias que terminam por beneficiar os mais carentes assim como Jehová de Carvalho que fez o primário na escolinha de Rosa Oliveira Magalhães sendo uma missionária Presbiteriana.

Nessa escola, humilde, aprendeu a rigidez e a disciplina, considerada na época, necessária para uma boa conduta humana fundamentada nos princípios do evangelho e na educação moral e cívica, como lembra Jehová:

A professora Rosa Oliveira Magalhães pegou a Bandeira Nacional, desfraldou-se sobre a mesa da sala, na qual se dividiam várias classes, e disse:

- Todos vão desenhar, agora, a bandeira, da posição em que a estejam vendo. Cuidado com as cores!

E tomei do lápis para lhe fazer os contornos. A escola era pobre. Da farda só o escudo. Os pés, aliás a maioria dos pés, entrados em tamancos de madeira. Os livros tinham as marcas de várias mãos infantis e dezenas de assinaturas vacilantes[...] (CARVALHO, 1994 p.144)

Nessa crônica o poeta revisita a sua cidade natal, seu chão apontando valores de um tempo onde a escola, mesmo humilde, tinha a preocupação de fomentar as idéias nacionalistas típicas de uma época. A sua vivência local, que ficou retida na sua memória, surge como um tempo vivido característico de uma cidade carente de tudo. Este é um momento do ontem presente no agora que parece fortalecer suas marcas de identidade com este lugar.

Jehová aos 14 anos de idade veio definitivamente morar e estudar em Salvador. Com o incentivo da família e da Central Brasil Missão Presbiteriana ele passa a estudar no Ginásio Americano, hoje Colégio Dois de Julho, depois de ser agraciado com uma bolsa de estudo.

Estudando nessa instituição, ainda muito jovem, trouxe dentro de si as suas "diabruras" que sua mãe tanto sentia saudades e as soltou de forma engraçada dentro da sua escola. Jehová se lembra dessa passagem na crônica intitulada "Memorial do antigo colégio":

[...] Nos sonhos dos quartoze anos, que incluíam, como pequenas metas, a Presidência da República, olhei-a na postura do tronco erecto, cabeça levemente inclinada para o ombro esquerdo, a voz firme e pausada. Era a mesma postura das fotografias do prospecto do Colégio Dois de Julho, ainda denominado de Ginásio Americano. O menino das várzeas de Santa Maria da Vitória descobria, na sua timidez de estrangeiro no sítio de paralelepídeo da cidade grande, um mundo novo...

Após as provas, o susto: o alto-falante chamava-me à Secretaria.... o primeiro dissabor:

- Como é mesmo seu nome? Suas provas estão excelentes. Parabéns. Mas terá que fazê-las novamente. Assinou-as como "Giovanni". E parece que este não é seu nome.

Todos riram... quando expliquei estarem meus pais providenciando a mudança de meu nome, porque o "Jehová" que me sacralizava os defeitos que me marcaram a vida até hoje, era o mais alto substantivo bíblico, o mais abstrato e, a um tempo, o mais concreto..." ( CARVALHO, 1994 p.146)

O nome Jehová era muito mais que um nome significado no Antigo Testamento Deus. Ele gostando ou não dessa palavra, registrada em cartório pelos seus genitores, teve que carregá-la para o resto da sua vida como também a brilhante inteligência já observada na escola. O seu olhar sobre a cidade grande percebia que esta lhe era estranho, diferente da sua terra natal conflito próprio de um "estrangeiro" que não tinha a intenção de um dia retornar devido às dificuldades existentes em Santa Maria da Vitória um município pobre e decadente economicamente.

"[...] Minha obsessiva necessidade de alcançar, sempre, a media final "sete", para garantir a bolsa e a impossibilidade de retorno aos zunidos das moscas de brejas do sítio do meu pai, à beira de um riacho na zona da Sambaíba, me obrigava, ao lazer dominical dos livros de Eduardo Carlos Pereira e Erasmo Braga, à Crestomatia e à Gramática Latina de Wandick Londres da Nóbrega. Assim, era aproveitado para olhar os alunos que fintavam a vigilância da portaria para ganhar as ruas, o campo da Graça, os cinemas Santo Antonio e Popular ou as praias da Barra e Rio Vermelho[...]

( CARVALHO, 1994 p. 147)

A crônica estabelece um dialogo com o autor, com seu passado apontando para as dificuldades materiais reafirmando a todo o momento a sua cultura ou modos de vida que ele não desejava mais viver. Residindo em Salvador não pretendia retornar a Santa Maria para ouvir "zunidos das moscas de brejas do sítio do meu pai, à beira de um riacho na zona da Sambaíba..." não eram mais seus objetivos.

Jehová alem de estudante era bedel do Colégio 2 de julho como também orador da turma escolhido pela professora Jane Régis, mais tarde diretora. "Ela sabedora da irreverência das poesias libertarias que a minha débil lira já experimentava, ao modo do condoreiro Castro Alves, exigiu que lhe levasse à censura o discurso da noite solene, que deveria iniciar-se com um culto de Ação de Graça, cujo pregador haveria, necessariamente, de ser o pastor e, logo após, deputado Basílio Catalá de Castro. Dei-lhe o discurso. Mas à hora de lê-lo, embora o simulasse diante das laudas, na verdade, improvisava outro que, ao lado de outras falhas, próprias da adolescência, me privou da renovação da bolsa [...]"(CARVALHO, 1994 p. 147)

Essa irreverência do jovem, traço da sua personalidade era alimentada, também, pelas leituras de diversos escritores como Castro Alves, Gregório de Matos, Marx dentre outros - Eu li O Capital com 14 anos, afirmou Jehová. Foi professor de algumas escolas particulares ministrando aulas de Português, Francês e Latim assume atividades jornalistas nos seguintes Jornais: "A Crítica" em 1951, A Tarde em 1954 e redação repórter especial para assuntos da cidade, em 1956 o Diário de, em 1957 integra a primeira redação do Jornal da Bahia e em 1963 é secretario da Rádio Cultura e Rádio Cruzeiro. Em 1956 trabalhou 2 meses na Lafisa S.A produtos químicos e farmacêuticos era propagandista auxiliar. Ainda como jornalista formou-se em advocacia em 1972 sendo considerado um dos maiores criminalistas da capital.

Jehová viveu uma época onde quase todas as grandes capitais do Brasil passava por mudanças significativas como o surgimento de indústrias, crescimento populacional, aumento da classe média e do consumo e a saída de muitos trabalhadores do campo para a cidade. Inerente a tudo isso estava os conflitos e problemas sociais.

Salvador na foi diferente neste período. Já apresentava sinais de mudanças desde o inicio do século vinte passando a se intensificar nas décadas de 40 e 50 que foi um momento de afirmação e "modernidade" nas grandes capitais.

A Rua Chile, Misericórdia, Ajuda e a Avenida Sete de Setembro como também na cidade baixa nas ruas Portugal e Conselheiro Dantas foram as primeiras a viverem mudanças arquitetônicas e a conviverem com as diferenças sociais . Jehová recorda:

[...] a cidade cresceu. A calma da Praça Deodoro foi acabando. O tráfego intenso, pesado e louco, afastou para os bairros a carroça tradicional. Foi sumindo a figura do carroceiro, com seu bornal de couro, chicote na mão e o "ôba" na boca e - no entendimento do burro-entre os trilhos dos bondes abertos. Sobre eles, sobre essa categoria de trabalhadores anônimos da cidade, alijados de sua paisagem pelo progresso, vieram os motoristas dos caminhões, veículos capacitados a conduzir, com mais pressa, o açúcar que as velhas e lentas carroças transportavam. Mas São Cristóvão ficou, sem que os motoristas pudessem entender sua presença na centenária árvore da Deodoro. Agora, a praça vai perder seu arvoredo, a única concentração de verde que a Bahia contava em sua já desumana armação de metal e concreto.

( CARVALHO, 1994 p 150 )

A alteração do espaço, mudanças econômicas e culturais dentre outras passam a colaborar nos novos olhares e percepções que a sociedade passa a ter de si, do mundo do seu lugar e da sua cultura, ou seja, a realidade imaginada sofre mudanças. Estórias que povoam os modos de vida de uma sociedade ou grupo social parecem escapar para dar lugar ao mundo objetivo em detrimento do abstrato. Jehová com uma visão critica de sua cidade percebe que Salvador não muda apenas materialmente, mas a sua forma de pensar e representar a sua cultura. Na sua crônica "Onde estão os mistérios da meia-noite" isso se revela:

"Meia noite. Não é necessário mais ter-se medo deste momento algo antigamente misterioso e fantasmagórico. Os duendes, as almas sofridas e penitentes já não têm mais ambiência para surpreender os vivos descerem da falha de uma telha para a escrivaninha onde o poeta esteja a entregar-se aos insondáveis reinos das musas situados entre as sílabas das palavras buscadas. Não há mais nem o silêncio para estimulá-los em suas recreativas aparições. As almofadas sobre os assentos das cadeiras postas em frente aos nichos dos quartos de alcova já não trazem as marcas dos joelhos que se dobram diante dos santos, à hora em que os carrilhões principais dão sinais do início da madrugada. As velhas gameleiras do fetichismo negro- às arvores do Loôco não despertam mais temor a quem passa nas ruas antigas sob suas copas frondosas. Para o cientista César Lattes, uma das grandes contribuições do desenvolvimento às regiões miseráveis foi a de pôr termo ao medo. O homem entregue ao abandono social sentia-se diminuído diante do Abstrato e o recriava em neuroses, imaginando-lhe figuras terrificantes em que se identificava a ordem social dominante. Nada sei disso tudo. È especulação para os doutos [...]

Os namorados em seus automóveis espantaram os cavalos do mar e os pretos velhos que costumavam desembarcar das jangadas escuras na Praia de Armação, Ondina e Rio Vermelho. Tão familiar da geração a que pertenceu o poeta Élder Cardoso Costa. Atabaques já não batem mais em lugares onde, há séculos foram sítios de escravos, porque sobre estes passam agora, largas avenidas e os que restam fugiram do centro [...] Posso, sem me dar conta da impiedade do olhar alheio, descer a rua dos Verônicas e chegar ao Gravata, embalado pelos galos do major Canabrava, os únicos na cidade que ainda anunciam a meia-noite. Odoé Passidó"- ( CARVALHO 1994, p 90)

Essas mudanças geram no poeta um desencantamento, ele parece sentir saudades de um espaço mais rural que ganha contornos urbanos, olhares e comportamentos diferentes, mas ele percebe a resistência da baianidade aos novos modos de vida que chegam. A crônica de Jehová "De que é feita esta cidade ?" confirma esta afirmação:

"De que é feita esta cidade, senhorita? Responde a poetisa Lina Gadelha: - De dendê, se realmente o senhor quer saber.

A resposta alcança a dimensão exata da natureza da Cidade de São Salvador da Bahia de todos os Santos, enganchada nos altiplanos e pendurada nas encostas, povo espantado entre o desenvolvimento que chega e a tradição que lhe caracteriza, mais que outros elementos, uma cultura que veio a influir, ao menos em certos momentos de sua história, no comportamento brasileiro.

O escritor Carlos Torres, como todos os baianos, mesmo os que se ilustram e vivem em outros centros- e não são poucos- é, em plena Rua Chile, uma projeção do nosso azeite, na fala mansa, nas frases de espírito dos bate-papos da esquina do Palácio. Aí onde até cartas já recebeu pelo Correio, ele vê os jovens duas gerações além da sua e aponta:

- É o neto do comendador Pedreira. Deve ter chegado da Europa para uns dias aqui. Não nega o jeitão baiano: olhe o andar dele e ouça como o Rê que pronuncia parece trazer a garganta para a língua!

Carlos Torres faz parte de um grupo de aposentados do serviço público que, nessa mesma esquina, se reúne, às cinco horas da tarde, quando a Bahia é todo um espectro de luz, portanto uma profusão de cores que, dos sapatos das mulatas safra 72, sobem aos cintos dos comerciários e se perdem na gravata dos moços que já estão colocando seus vinte e cinco, trinta e cinco anos, á disposição da direção dos institutos de ciências nas universidades, das gerencias de empresas... das entidades que operam em mercado de capital.

Depois do chope, em casas com feição do Caxixi- lanchonetes adaptadas ao gosto baiano-, onde o mulato Manoel repete a postura dos outros colegas de ramo, contando estórias e anedotas dobrado sobre a registradora, toda esse gente nova entra nos automóveis de luxo, exibindo prosperidade pela Avenida Sete de Setembro, Rua Carlos Gomes, Campo Grande, Barra Avenida, já invadidas pelo crepúsculo que vem dos lados do Forte de São Marcelo, Forte Largartixa, Forte da Barra.

Os moços que subiam os andaimes, equilibrando-se no ar, com o privilegio apenas de ver, sobre aqueles outros, os primeiros instantes da manhã e a ultima nesga do sol, encompridam-se nas filas do Terminais para viagem penosa dos ônibus, parando em cada curva em busca dos Bairros de São Caetano, Uruguai, Retiro, Stiep, Boca do Rio, Cabula, aqui onde as laranjas pareciam nascer das colméias que proliferam, entre os Dois leões e o Beiru, ao longo da bacia do Camurugipe.

Mas se opta o operário por uma pausa em que necessária comunicação da alegria, pelo fim de um dia de trabalho duro, nas oficinas mecânicas, na construção civil, nas estucarias - que na Bahia ainda se lapidam mármore e a cruz das sepulturas-, é só descer a Baixa dos sapateiros, onde um palhaço de pernas de pau ainda faz reclames das padronagens das lojas antigas... ( CARVALHO, 1994 p 23)

É visível o regionalismo presente nas crônicas, até aqui apresentadas. Ele fala da sua cidade natal, de Salvador apontando mudanças, rupturas e permanecias, valores culturais e identitários presentes na sociedade. O poeta adota uma linha literária regionalista típica de sua época voltada para o olhar da cor local e pitoresco com marcas histórica e cultural.

Salvador é tomada pela literatura regionalista urbana traduzindo particularidades locais atenta para uma literatura histórico social presentes em escritores com Jehová de Carvalho , Jorge Amado, Guido Guerra e outros assim com José Carlos Capinam quando escreve:

Soteropolitano que se preze tem que conhecer as figuras humanas que representam a alma da sua cidade. Ao seu tempo, diríamos que o cidadão do Salvador não tinha o direito de desconhecer Cuíca de Santo Amaro nem de deixar de admirar o Major Cosme. São criaturas que estenderam até a contemporaneidade a presença de Gregório, de Cecéu, de Mahim, humanizando a nossa urbanidade com uma paixão que os tempos não vão a pagar, tornando Salvador, pela vivência das andanças, pelo saboreio de seus percursos, um lugar real, fruído, existente, amado, conquistado e não apenas décor modernoso da pieguice de nossa elite conservadora...

( CARAVLHO, 1994 p.13)

Em Jehová aflora-se a busca da identidade em especial nas suas poesias presentes no livro no Reino Dos Voduns como também em palestras proferidas sobre o negro. Atingido pela avalanche estética cultural o poeta deu a sua contribuição intelectual para Salvador escrevendo livros como Um passo na noite, Memória da cantina da lua, Reinvenção do Reino dos Voduns e A cidade que não dorme: crônicas noturnas de São Salvador da Bahia.

Podemos afirmar que Jehová foi um regionalista pois trazia no seu jeito de ser e nas suas obras peculiaridades locais como forma de ser no tocantes a seus costumes, religiosidades, modismos, forma de falar, etc. Ele era um regionalista urbano e rural.

O filho de Santa Maria da Vitória traduz bem essas particularidades locais tanto da vida do campo como da cidade guardadas na sua memória, apaixonado pela Bahia e suas manifestações populares.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Jehová. Um passo na noite.Salvador: Mensageiro da Casa Grande, 1969.

CARVALHO, Jehová. Memória da cantina da lua. Salvador: EDUFBA: Câmara Municipal de Salvador, 1995.

CARVALHO, Jehová. Reinvenção do reino dos voduns. Salvador: Ouro Negro, 1977.

CARVALHO, Jheová. A cidade que não dorme: crônicas noturnas de São Salvador da Bahia. Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1994.

Raimundo Dalvo Costa - Perfil do Autor:

Graduação em História, Especialização em História do Brasil, Mestre em História Social, Doutorando PUC-RS