GUSTAVO BARROSO

GUSTAVO BARROSO

Natural de Fortaleza, CE, nasceu a 29 de dezembro de 1888, GUSTAVO Dodt BARROSO. Filho de Filinto Barroso e de Ana Dodt Barroso. Seu nome chamou a atenção:

"Entrei na secretaria. Deram-me uma pena e indicaram-me onde devia assinar. O meu nome por extenso espantou o secretário e maravilhou o bedel: Gustavo Adolfo Luís Guilherme Dodt da Cunha Barroso. O secretário declarou que nas listas de chamada não poderiam figurar mais de quatro apelidos e escolheu: Gustavo Adolfo Dodt Barroso. O destino do meu nome era mesmo ser diminuído quanto mais eu crescesse. Oficialmente reduziram a Gustavo Dodt Barroso, graças à minha carta de bacharel. Eu o limitei ao máximo possível: Gustavo Barroso." (BARROSO, 2000, p.20)

Realizou seus primeiros estudos nos externatos São José, Parthenon Cearense e Liceu do Ceará. Em 1910 deixa a terra natal para estudar no Rio de Janeiro, onde concluiu o curso de Direito (em 1911), iniciado no Ceará.

Quando jovem passava suas férias em Maracanaú, conforme relata em sua obra de memórias Liceu do Ceará (1941 – 1ª edição):

"Merecia boas férias. Parte delas passei na Jurucutuosa e parte em Maracanaú, fazendo companhia a Mister Myles, que alugara uma casa à esquina da praça da Estação, com fundos sobre a lagoa, onde me banhava deliciosamente todas as manhãs. Aos domingos, visitava Maranguape, vencendo a pé a dezena de quilômetros que distava de Maracanaú. Ali almoçava com o vigário, meu primo Padre Salazar, dava uma prosa com meu colega José de Castelar, na farmácia de seu pai, ou tio, e voltava num burro alugado por dois mil réis ao velho Mota, com um menino na garupa para recambiá-lo." (BARROSO, 2000, p. 171).

Em 1913 foi nomeado secretário-geral da Superintendência de Defesa da Borracha. E em 1914 retorna ao Ceará como Secretário do Interior e da Justiça, exercendo depois o mandato de deputado federal pelo Ceará, em 1915, que cumpriu até 1927 (época que assumiu a direção da revista Fon-Fon).

Foi designado, em 1919, secretário da delegação brasileira à Conferência de Paz de Versalhes. Em 1922, fundou e passou a dirigir o Museu Histórico Nacional, na capital federal (Rio de Janeiro).

Em 1923, elegeu-se para a Academia Brasileira de Letras, da qual foi por duas vezes presidente (nos anos de 1931-32, e depois em 1950).

Fez parte da Ação Integralista Brasileira (AIB), em 1933. Esta organização foi inspirada no fascismo italiano e dirigida por Plínio Salgado. Teve suas ideias aos extremos, ficando seu ideal mais próximo ao nazismo alemão (posição que o deixou mal visto perante a sociedade). Ele e toda a AIB apoiaram o golpe do Estado Novo, e Gustavo Barroso ficou cogitado pelos integralistas a assumir o Ministério da Educação. Surpreendentemente Getúlio Vargas manda fechar a AIB, logo a implantação do Estado Novo. Assim sendo, Gustavo Barroso passou a conspirar contra o governo Vargas. Por ter se envolvido no levante integralista de maio de 1938, foi preso, mas por falta de provas, foi excluído do processo judicial, ao contrário de Plínio Salgado (que foi obrigado a deixar o Brasil). Após esses fatos, retirou-se da vida política e reassumiu a direção do Museu Histórico Nacional. Foi respeitado como um intelectual prestigiado por todos os governos que se sucederam na nação brasileira e em muitas das vezes foi representar o Brasil no exterior.

Foi membro da Academia Portuguesa da História; da Academia das Ciências de Lisboa; da Royal Society of Literature de Londres; da Academia de Belas Artes de Portugal; da Sociedade dos Arqueólogos de Lisboa; do Instituto de Coimbra; da Sociedade Numismática da Bélgica, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e de vários Estados; e das Sociedades de Geografia de Lisboa, do Rio de Janeiro e de Lima.

Gustavo Barroso morreu a 3 de dezembro de 1959, no Rio de Janeiro. Próximo dia 3 de dezembro de 2012 será aniversário de 53 anos de seu falecimento. Gustavo Barroso quando morreu faltavam poucos dias para completar 71 anos, mas no decorrer de seus 70 anos deixou uma história de perseverança e atitude ao povo brasileiro.

Gustavo Barroso foi homenageado em vários locais, a citar nomes de escolas: em Maracanaú, em 1963, foi fundado o colégio cenecista (CNEC – Campanha Nacional de Escolas da Comunidade) Ginásio Gustavo Barroso. Escola que foi um referencial de educação no município que fica localizado na área metropolitana de Fortaleza. Seu fechamento ocorreu nos anos 90 do século XX. No Rio de Janeiro (em Belford Roxo) o Colégio Estadual Gustavo Barroso foi criado em homenagem a este escritor. E em vários outros locais brasileiros há instituições públicas e privadas com o nome do ilustre cearense.

Gustavo Barroso foi advogado, professor, político, contista, folclorista, cronista, ensaísta e romancista brasileiro.

Suas obras:

• Terra do sol. Natureza e costumes do Norte (1912);

• Praias e várzeas (1915);

• Idéias e palavras (1917);

• Heróis e bandidos: os cangaceiros do Nordeste (1917);

• Tradições militares (1918);

• Tratado de Paz (1919);

• A ronda dos séculos (1920);

• Mosquita muerta (1921);

• Casa de marimbondos (1921);

• Ao som da viola (1921);

• Mula sem cabeça (1922);

• Pergaminhos (1922);

• Coração da Europa (1922);

• Uniformes do Exército (1922);

• Alma sertaneja (1923);

• Antes do bolchevismo (1923);

• Mapirunga (1924);

• O anel das maravilhas (1924);

• Livro dos milagres (1924);

• O sertão e o mundo (1924);

• En el tiempo de los Zares (1924);

• O ramo de oliveira (1925);

• Tição do inferno (1926);

• Através dos folclores (1927);

• Almas de lama e de aço (1928);

• A guerra do Lopez (1928);

• A guerra do Flores (1929);

• A guerra do Rosas (1929);

• Mythes, contes et legendes des indiens du Brésil (1930);

• A guerra de Vidéo (1930);

• A guerra de Artigas (1930);

• O Brasil em face do Prata (1930);

• Inscrições primitivas (1930);

• O bracelete de safiras (1931);

• Aquém da Atlântida (1931);

• A ortografia oficial (1931);

• A senhora de Pangim (1932);

• Osório, o Centauro dos pampas (1932);

• Luz e pó (1932);

• Mulheres de Paris (1933);

• As colunas do templo (1933).

• O santo do brejo (1933);

• Tamandaré,

• O Nélson brasileiro (1933);

• O Integralismo em marcha (1933);

• O Integralismo e o mundo (1933);

• Brasil - Colônia de Banqueiros (1934);

• O integralismo de norte a sul (1934);

• O quarto império, integralismo (1935);

• A palavra e o pensamento integralista (1935);

• O que o integralista deve saber (1935);

• A Destruição da Atlântida, 2 vols. (1936);

• O Espírito do Século XX (1936);

• História Secreta do Brasil, 6 vols. (1936, 1937, 1938...);

• Os Protocolos dos Sábios de Sião (1936);

• A Sinagoga Paulista (1937);

• A Maçonaria: Seita Judaica (1937);

• Judaísmo, Maçonaria e Comunismo (1937);

• Os Civilizados (1937);

• Integralismo e Catolicismo (1937);

• Pequeno dicionário popular brasileiro (1938);

• Corporativismo, cristianismo e comunismo (1938);

• O livro dos enforcados (1939);

• Coração de menino (1939);

• O Brasil na lenda e na cartografia antiga (1941);

• Liceu do Ceará (1941);

• Consulado da China (1941);

• Portugal - Semente de impérios (1943);

• Anais do Museu Histórico Nacional, vols. I a V (1943-1949);

• Caxias (1945);

• Seca, Meca e Olivais de Santarém, descrições e viagens (1947);

• Fábulas sertanejas (1948);

• As sete vozes do espírito (1950);

• História do Palácio

• Itamarati (1953).

BIBLIOGRAFIA:

AZEVEDO, Sânzio de. Literatura cearense. Fortaleza: Academia Cearense de Letras, 1976, 597p.

BARROSO, Gustavo. Memórias de Gustavo Barroso: Liceu do Ceará. Fortaleza: Edições UFC – Casa de José de Alencar, 2000, 196p.

Sites acessado em 1º de dezembro de 2012:

http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/gustavo_barroso

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gustavo_Barroso

Gildênia Moura

1º de dezembro de 2012.