O dia de hoje.

Todo dia é dia de se pensar.

Não o automático que a maioria usa para sobreviver, mas aqueles momentos em que a realidade existe partindo do mundo primordial: o interior.

Nada como horas livres das obrigações rotineiras para se perceber o que se há pelo avesso.

Momento crucial em que se revira o foco óptico para observar a presença de um ser que tem braços,pernas e olha só: respira!

A liberdade do tempo livre permite esse fluido de observações interessantes sobre o sentido da vida e o modo de escolha pessoal para dele decorrer.

O som da chuva ajuda nessa viagem e a parada súbita da mesma me faz lembrar de como até as reflexões internas podem sofrer dispersões gratuitas e redundantes.

Contudo, não menos interessantes.

Um sentimento de agradecimento universal me bate a porta.

Presenteia-me com um belo "boa tarde" mesmo em uma tarde escura de inverno alagoano.

Afasta as cortinas e me faz perceber a grandiosidade das presenças de meus afetos mais significativos.

A feliz simplicidade de conviver com as mais verdadeiras formas de relações.

Uma exceção às regras da nossa sociedade.

Regras que não estão dispostas em compêndios escritos, entretanto são assimiladas por todos como conceitos de dita normalidade.

Abrir os olhos para a relatividade de tudo o que nos cerca é algo incrível e ao mesmo tempo assustador.

Mas o que não é o medo senão uma mera forma de agressão interior para ganhar a impulsão para as atitudes mais valiosas de uma vida?

Bendita sois tu, ó auto-estima, que me permite por hoje enxergar tão vividamente o lado bom de ter um coração errante, mas pulsante.

Olhos sadios e mente apurada para observer que todos os momentos negativos, sejam pessoais ou coletivos, tem a característica singular de possuirem o tempo de intromissão medido pela nossa capacidade de abstrair e seguir em frente.

Talvez isso seja o processo de amadurecimento de uma pessoa que anda ora em passos curtos e vacilantes de menina, ora em passos largos e determinados de mulher.

Cada um é o que se determina a ser. Nada tão clichê e tão certeiro.

Angela MT Melo
Enviado por Angela MT Melo em 04/12/2012
Código do texto: T4018646
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