Sonhos

Durante anos sonhei com letras, palavras que se enredavam e se transformavam em poesias e histórias que me recusei a escrever.

Elas surgiam na noite cansada e eu inventava desculpas para não transcrevê-las: levantar, acender a luz, procurar papel e caneta...

...Quando o dia me despertava, só sobravam fragmentos que se perdiam nos acúmulos do dia-a-dia.

Então fiquei doente e os sonhos tornaram-se não apenas noturnos, mas companheiros dos dias de enfermidade.

Comentando tal fato com uma amiga muito querida (que muitos conhecem como Deusa Indiana), ela sugeriu-me colocar papel e caneta ao lado da cama e ali mesmo escrever o que me surgia.

Durante o dia se abatia sobre mim um cansaço enorme que me obrigava a repousar; durante esses repousos recebi seis poesias e ao despertar escrevi-as completamente como me surgiram, pois tamanha era sua clareza.

Essas poesias estão no Recanto como poesias espiritualistas.

Não tenho mais sonhado e se sonho não me lembro.

Escrevo agora poesias de sonho desperto, que falam de meus sentimentos, vivências...

Sinto falta dos sonhos e do muito que se perdeu por eu não transcrevê-los.

Quem sabe um dia meus sonhos me perdoem e me achem digna de novamente escrevê-los.

Tetê Rosa
Enviado por Tetê Rosa em 31/03/2007
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