PÉRICLES - General - Atenas - Grécia - Aquario

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Nascimento ca. 495 a.C.
Atenas
Morte 429 a.C. (66 anos)
Atenas
País Grécia
Hierarquia General (estratego)

Péricles (em grego Περικλῆς, lit. "cercado por glória"; c. 495/492 a.C. - 429 a.C.) foi um célebre e influente estadista, orador e estratego (general) da Grécia Antiga, um dos principais líderes democráticos de Atenas e a maior personalidade política do século V a.C. Viveu durante a Era de Ouro de Atenas - mais especificamente, durante o período entre as guerras Persas e Peloponésica. Descendia, pela linhagem de sua mãe, dos Alcmeônidas, uma influente e poderosa família. Teve uma influência tão profunda na sociedade ateniense que Tucídides, um historiador contemporâneo seu, o declarou "o primeiro cidadão de Atenas". Péricles transformou a Liga Délia num verdadeiro império ateniense, e liderou seus compatriotas durante os dois primeiros anos da Guerra do Peloponeso. Promoveu as artes e a literatura, num período em que Atenas tinha a reputação de ser o centro educacional e cultural do mundo da Grécia Antiga. Iniciou um ambicioso projeto que construiu a maior parte das estruturas que ainda existem na Acrópole de Atenas (incluindo o Partenon). Este projeto foi responsável por embelezar a cidade, exibir a sua glória e dar emprego à população, estimulou a democracia ateniense, a tal ponto que seus críticos o chamaram de populista.

Juventude

Era filho do político Xantipo, que, embora tivesse sido condenado ao ostracismo em 484-484 a.C., retornou a Atenas para comandar o contingente ateniense durante a vitória grega na Batalha de Mícale cinco anos antes. A mãe de Péricles, Agarista, pertencia à nobre e poderosa família dos Alcmeônidas, e suas ligações familiares desempenharam um papel crucial no início da carreira de Xantipo. Agarista era bisneta do tirano de Sícion, Clístenes, e sobrinha do supremo reformista ateniense, também chamado Clístenes, e também Alcmeônida. De acordo com Heródoto e Plutarco, Agarista teria sonhado, algumas noites antes do nascimento de Péricles, que ela dava a luz a um leão. Uma interpretação da anedota trata o leão como um símbolo tradicional de grandeza, porém a história também pode estar aludindo ao tamanho incomum da cabeça de Péricles, que se tornou um alvo popular dos comediantes da época. Embora Plutarco tenha afirmado que esta deformidade era o motivo pelo qual Péricles sempre era retratado vestindo um elmo, este elmo na realidade tinha o papel de simbolizar seu cargo oficial como estratego (general). Péricles pertencia à tribo local de Acamante (Ἀκαμαντὶς φυλὴ). Sua infância foi tranquila; introvertido, o jovem Péricles evitava aparições públicas, preferindo dedicar seu tempo aos estudos. A nobreza e a riqueza de sua família permitiram-lhe dar sequência a esta sua inclinação para a educação. Aprendeu música com os mestres de seu tempo (Dámon ou Pitóclides podem ter sido seus professores) e é considerado o primeiro político a atribuir grande importância à filosofia. Apreciava a companhia dos filósofos Protágoras, Zenão de Eleia e Anaxágoras. Este último, em especial, tornou-se um grande amigo seu, e o influenciou enormemente. Sua maneira de pensar e seu carisma retórico podem ter sido em parte frutos da ênfase dada por Anaxágoras à calma emocional diante dos problemas, e de seu ceticismo a respeito dos fenômenos divinos, Sua célebre calma e auto-controle também são vistos como advindos desta influência do filósofo.

Batalha com os conservadores

Em 444 a.C., as facções conservadora e democrática se confrontaram numa batalha feroz. O ambicioso líder novo dos conservadores, Tucídides (que não deve ser confundido com o historiador homônimo) acusou Péricles de dilapidação do patrimônio, criticando a maneira com que ele gastou o dinheiro destinado ao plano de reconstrução que estava em vigor. Tucídides conseguiu, inicialmente, incitar as paixões da eclésia a seu favor, porém quando Péricles, líder dos democratas, tomou a palavra, conseguiu ganhar a dianteira no debate, respondendo com resolução, e se oferecendo a pagar todos gastos da cidade de seu próprio bolso, com a condição de colocar seu próprio nome nas inscrições de dedicação. Sua postura foi recebida com aplausos, e Tucídides recebeu uma derrota inesperada. Em 442 a.C. os cidadãos atenienses condenaram Tucídides ao ostracismo por 10 anos, e Péricles tornou-se novamente o suserano inconteste da arena política atenisense.

Domínio de Atenas sobre a sua aliança

Péricles queria estabilizar o domínio de Atenas sobre sua aliança, e assegurar sua preeminência na Grécia. O processo através do qual a Liga Délia se transformou num império ateniense é considerado geralmente como tendo começado bem antes do período de Péricles, já que diversos aliados na liga optaram por pagar tributo a Atenas em vez de fornecer mão-de-obra para os navios da frota militar da liga, porém a transformação foi acelerada e concluída através de medidas implementadas por ele. Os passos finais desta mudança rumo a um império podem ter sido desencadeados pela derrota de Atenas no Egito, que representou um desafio à dominância da cidade sobre o Mar Egeu, e levou à revolta de diversos aliados, como Mileto e Éritras. Seja por um medo genuíno de sua segurança, após a derrota no Egito, ou pela revolta de seus aliados, ou por um pretexto para ganhar o controle das finanças da liga, Atenas transferiu o tesouro da aliança de Delos para Atenas em 454-453 a.C.55 Em 450–449 a.C. as revoltas em Mileto e Éritras foram debeladas, e Atenas recuperou seu domínio sobre os aliados.56 Por volta de 447 a.C. Clearco propôs o Decreto da Cunhagem, que impunha os pesos, medidas e a cunhagem de prata a todos os aliados. Uma das medidas mais restritivas do decreto estabelecia que todo o excedente de uma operação de cunhagem deveria ser destinado a um fundo especial, e que todos que propusessem utilizá-lo de maneira diferente estaria sujeito à pena capital. Foi do tesouro da aliança que Péricles extraiu os fundos necessários para financiar seu ambicioso plano de construção, centrado na "Acrópole de Péricles", que incluía os Propiléus, o Partenon e a estátua dourada de Atena, esculpida pelo amigo pessoal de Péricles, Fídias. Em 449 a.C. Péricles propôs um decreto que permitia o uso de 9000 talentos para financiar o principal programa de reconstrução dos templos atenienses. Angelos Vlachos, um acadêmico grego, ressalta que a utilização do tesouro da aliança, um dos casos mais graves de apropriação indébita e desvio de dinheiro da história da humanidade, financiou algumas das mais maravilhosas criações artísticas do mundo antigo.

Guerra Sâmia

A Guerra Sâmia foi o último evento militar importante ocorrido antes da Guerra do Peloponeso. Após o ostracismo de Tucídides, Péricles foi reeleito anualmente para o generalato, único cargo a ser ocupado oficialmente por ele, embora sua influência fosse tão grande a ponto de torná-lo o soberano de facto do Estado ateniense. Em 440 a.C. a ilha de Samos se encontrava em guerra com Mileto pelo controle de Priene, antiga cidade da Jônia, no sopé do Mícale. Derrotados na guerra, os milésios solicitariam auxílio a Atenas contra os sâmios. Quanto os atenienses solicitaram a ambos os lados que interrompessem os combates e submetessem o caso oficialmente para a arbitragem, os sâmios se recusaram. Como resposta, Péricles promulgou um decreto despachando uma expedição a Samos, "alegando contra o povo daquela cidade que, embora tenham recebido uma ordem de interromper sua guerra contra os milésios, não a teriam acatado.Numa batalha naval os atenienses, liderados por Péricles e nove outros generais, derrotaram as forças de Samos e impuseram à ilha uma administração aliada. Quando os sâmios se revoltaram contra o jugo ateniense, Péricles forçou a capitulação dos rebeldes após um cansativo cerco à cidade que durou oito meses, e que resultou num descontentamento generalizado contra os marinheiros atenienses. Péricles debelou em seguida uma revolta em Bizâncio e, ao retornar a Atenas, foi responsável pela oração fúnebre que honrou os soldados mortos na expedição. Entre 438 e 436 a.C., Péricles liderou a frota naval ateniense no Ponto, e estabeleceu relações amistosas com as cidades gregas da região. Péricles se concentrou também em projetos internos, como a fortificação de Atenas (a construção da chamada "muralha média", por volta de 440 a.C.), e com a criação de novas clerúquias, como Andros, Naxos e Túrios (444 a.C.), bem como Anfípolis (437–436 a.C.).

Ataques pessoais

Aspásia de Mileto (c. 469 a.C. – c. 406 a.C., amante de Péricles.
Péricles e seus amigos nunca estiveram imunes aos ataques pessoais, já que a preeminência, na Atenas democrática, não equivalia ao poder absoluto. Pouco antes do início da Guerra do Peloponeso, Péricles e dois de seus parceiros mais próximos, sua amante Aspásia e o escultor Fídias, se viram diante de uma série de ataques pessoais e judiciais.
Fídias, que havia estado até então em cargo de todos os projetos de construção, foi primeiro acusado de se apropriar indevidamente de ouro destinado à estátua de Atena que ele estava esculpindo, e de impiedade, por ter retratado a si mesmo (como um idoso calvo) no escudo da deusa empunhado por um soldado em sua escultura sobre a Amazonomaquia; Fídias também teria colocado na obra um indivíduo muito semelhante a Péricles combatendo uma amazona. Os inimigos de Péricles teriam se utilizado de uma testemunha falsa contra Fídias, chamada Mênon. Aspásia, célebre por sua capacidade como conselheira e conversadora, foi acusada de corromper as mulheres de Atenas para satisfazer as perversões de Péricles. As acusações contra ela provavelmente nada mais eram que calúnias sem provas, porém a experiência toda se revelou muito amarga para Péricles. Embora Aspásia tenha sido inocentada, devido a uma rara demonstração arrebatada de emoção por parte dele, seu amigo, Fídias, acabou por morrer na prisão e outro amigo seu, Anaxágoras, foi atacado pela eclésia por suas crenças religiosas. Além destes processos legais, a eclésia também tentou atingir o próprio Péricles exigindo que ele justificasse sua profligação ostensiva e má administração do dinheiro público. De acordo com Plutarco, Péricles estaria com tanto medo do julgamento que teria impedido que os atenienses cedessem às exigências dos lacedemônios, numa tentativa de prorrogá-lo. Existem outras fontes que apoiam a ideia de que Péricles teria iniciado deliberadamente o conflito para proteger sua posição política em Atenas. Assim, no início da Guerra do Peloponeso, Atenas se viu na incômoda posição de confiar o seu futuro a um líder cuja preeminência havia sido seriamente abalada pela primeira vez em mais de uma década.

Últimas operações militares e morte

Em 430 a.C. o exército espartano saqueou a Ática pela segunda vez, porém Péricles não se intimidou, e ainda assim recusou-se a recuar de sua estratégia inicial. Evitando confrontar diretamente o exército espartano em combate, liderou novamente uma expedição naval para saquear a costa peloponésica, desta vez levando consigo cem navios atenienses. De acordo com Plutarco, pouco antes da partida dos navios um eclipse do Sol teria assustado suas tripulações, porém Péricles teria se utilizado de seu conhecimento astronômico, adquirido com Anaxágoras, para acalmá-los. No verão daquele mesmo ano, uma epidemia devastou a população ateniense. A identidade exata da doença é incerta, e desde então tem sido alvo de muita discussão. De qualquer maneira, a condição de penúria da cidade, provocada pela epidemia, desencadeou uma nova onda de revolta entre a população, e Péricles foi obrigado a se defender num discurso final emocionado, do qual uma versão é apresentada pro Tucídides. Este texto é considerado uma oração monumental, que revela as virtude de Péricles, e também sua amargura com a ingratidão de seus compatriotas. Inicialmente foi bem sucedido em dominar o ressentimento da população e passar pela tempestade, porém o golpe final de seus inimigos internos acabou por lograr sucesso, e Péricles foi removido do cargo de general, além de multado numa quantidade estimada entre 15 e 50 talentos. Fontes antigas mencionam que Cléon, um protagonista em ascensão da cena política ateniense durante a guerra, teria sido o promotor público durante o julgamento de Péricles. Apesar de tudo, em pouco menos de um ano (429 a.C.), os atenienses não apenas perdoaram Péricles como também o reelegeram strategos. Foi recolocado no comando do exército de Atenas, e liderou todas as suas operações militares durante aquele ano, assumindo novamente o controle do poder na cidade. Ainda no mesmo ano, no entanto, Péricles sofreria um duro golpe com a morte de seus dois filhos legítimos (com sua primeira esposa), Páralo e Xantipo, vítimas da epidemia. Com sua moral em frangalhos, Péricles frequentemente irrompia em lágrimas, e nem mesmo a companhia de Aspásia o consolava. Acabou por morrer, também vitimado pela doença, no outono de 429 a.C. Pouco antes de sua morte, alguns de seus amigos mais próximos teriam se reunido em torno de seu leito, enumerando suas virtudes e suas nove vitórias em combate; Péricles então, embora moribundo, pôde ouvi-los e interrompeu-os, mencionando "que se espantava ao vê-los louvando de maneira tão exaltada o que ele tinha de comum com os outros capitães, num campo onde a sorte mesmo tinha sua parte", ao mesmo tempo em que esqueciam de "dizer o que era nele mais belo e maior:" que nenhum ateniense havia vestido luto por sua causa." Péricles viveu durante os primeiros dois anos e meio da Guerra do Peloponeso e, de acordo com Tucídides, sua morte teria sido um desastre para Atenas, na medida em que seus sucessores foram muito inferiores a ele, preferindo incitar todos os maus hábitos da multidão furiosa, e seguindo políticas instáveis, procurando mais aquilo que era popular do que o que realmente era útil. Com estes comentários amargos, Tucídides não só lamenta a perda de um homem que ele admirava, mas também alardeia o apagar da glória e da grandiosidade únicas de Atenas.

Vida pessoal

Seguindo o costume ateniense, Péricles se casou inicialmente com uma parente próxima sua, com quem teve dois filhos, Páralo e Xantipo. O casamento, no entanto, não foi feliz, e em algum ponto por volta de 445 a.C. Péricles se divorciou de sua esposa, oferecendo-a a outro homem, com o consentimento de seus parentes do sexo masculino.100 O nome desta sua primeira esposa não é conhecido; a única informação a seu respeito que chegou aos dias de hoje é a de que ela teria sido casada com um Hipônico, antes de Péricles, e que Cálias seria fruto deste seu casamento anterior. "Pois os homens só podem suportar ouvir os outros sendo louvados enquanto podem persuadir a si mesmos com severidade acerca de sua própria habilidade de igualar os atos sendo narrados; uma vez que este ponto seja ultrapassado, surge a inveja, e com ela a incredulidade." Oração Fúnebre de Péricles, registrada por Tucídides
A mulher que Péricles realmente amou foi Aspásia de Mileto. Aspásia tornou-se sua amante e passou a viver juntamente com ele como se fossem casados. A relação despertou diversas reações na sociedade ateniense, e até mesmo o próprio filho de Péricles, Xantipo, que tinha ambições eleitorais, não hesitou em ridicularizar e espalhar rumores sobre seu pai. Mesmo assim, estas perseguições não afetaram Péricles, embora ele tenha certa vez chorado publicamente ao proteger sua amada Aspásia da acusação de corromper a sociedade ateniense. Sua maior tragédia pessoal foi a morte de sua irmã e de seus dois filhos para a epidemia, uma calamidade da qual ele nunca se recuperou. Pouco tempo antes de sua morte os atenienses aprovaram uma mudança na lei de 451 a.C., que permitiu que seu filho semi-ateniense com Aspásia, Péricles, o Jovem, pudesse ser um cidadão e um herdeiro legítimo seu, uma decisão ainda mais impactante considerando-se que o próprio Péricles havia proposto a lei que limitava a cidadania ateniense àqueles que tivessem ambos os pais originários da cidade.

Péricles marcou toda uma era, e inspirou julgamentos conflitantes acerca de suas decisões mais significantes, algo natural para uma personalidade política deusa magnitude. O fato de que também foi um orador, general e estadista vigoroso torna ainda mais complexa a tarefa de uma avaliação objetiva de seus atos.

Liderança política

Alguns estudiosos contemporâneos descrevem Péricles como um "populista", um "demagogo" e até mesmo uma "ave da rapina", enquanto outros expressaram admiração pela sua liderança carismática. De acordo com Plutarco, após assumir a liderança de Atenas "ele não era mais o mesmo homem de antes, que era tanto submisso ao povo quanto estava pronto a ceder aos desejos da multidão, como um timoneiro aos ventos." Conta-se que seu oponente político, Tucídides, teria sido perguntado pelo rei de Esparta, Arquídamo, quem entre ele e Péricles era o melhor guerreiro. Tucídides respondeu sem hesitação que Péricles era melhor, porque mesmo quando era derrotado ele conseguia convencer o público de que havia vencido.9 Em termos de caráter, Péricles era irrepreensível aos olhos dos historiadores antigos, "mantendo-se inacessível a subornos, muito embora não fosse de todo indiferente ao ganho.".
Tucídides, um admirador de Péricles, afirmou que Atenas era "nominalmente uma democracia, porém de fato era governada por seu primeiro cidadão". Com este comentário, o historiador ilustra o que ele entende como o carisma de Péricles para liderar, convencer e, por vezes, manipular. Embora o autor mencione as multas sofridas por Péricles, ele não menciona as acusações feitas contra ele, preferindo focar-se na sua integridade. Por outro lado, Platão, num de seus diálogos, rejeita a glorificação de Péricles, afirmando: "pelo que ouço dizer, Péricles deixou os atenienses preguiçosos, fofoqueiros e ávidos por dinheiro, por ter sido quem instituiu o estipêndio popular." Plutarco menciona outra crítica à liderança de Péricles: "dizem muitos outros ter sido ele quem em primeiro lugar fomentou o costume de repartir pelo povo as terras conquistadas na guerra e de distribuir dinheiros públicos para ir ver os jogos, fixando-lhe salários para todas as coisas, sendo esse um mau costume, porque a plebe que antes passava com pouco, ganhando a vida com o trabalho do seu corpo, tornou-se supérflua, suntuosa e dissoluta, em vez de frugal e auto-suficiente."
Tucídides argumenta que Péricles "conduzia a multidão, ao invés de ser conduzido por ela." Seu julgamento, no entanto, foi questionado; críticos do século XX, como Malcolm F. McGregor e John S. Morrison, propuseram que ele poderia ter sido uma figura pública atuando como um mero advogado das propostas de seus conselheiros, ou da própria população. Ao aumentar o poder que o povo tinha nas decisões, os atenienses teriam acabado ficando sem um líder que impusesse com sucesso sua autoridade; durante a Guerra do Peloponeso, a dependência de Péricles do apoio popular para governar tornou-se evidente.