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SYLVIA TELLES
(32 anos)
Cantora
* Rio de Janeiro, RJ (27/08/1934)
+ Maricá, RJ (17/12/1966) - VIRGEM
 
Também conhecida como Sylvinha Telles, foi uma das intérpretes dos primórdios da bossa nova.
 
A maioria de seus discos estão fora de catálogo, o que dificulta o seu conhecimento pelas gerações recentes. Porém, ocasionalmente é lançada uma compilação com algumas de suas inúmeras gravações.
 
Segundo matéria publicada em O Globo e assinada por João Máximo: "Sylvinha foi uma das melhores intérpretes da moderna música brasileira, entendendo-se como tal a que vai de "Ponto Final", com Dick Farney e "Amargura", com Lúcio Alves, até as canções que Tom Jobim e Vinicius de Moraes fizeram depois de "Orfeu da Conceição".
 
Família
 
Sylvia era filha de Maria Amélia D'Atri, natural da França, e do carioca Paulo Telles, um amante da música clássica. Seu irmão mais velho, Mário Telles, também foi músico.
 
Ela estudou no Colégio Sagrado Coração de Maria e sonhava em se tornar bailarina, mas, ao realizar um curso de teatro, descobriu que seu talento era realmente cantar.
 
Carreira
 
Em 1954, Billy Blanco, amigo da família, notou o dom de Sylvinha e apresentou-a a amigos músicos. Nas reuniões que eles faziam, pôde conhecer os grandes nomes do rádio da época, tais como Aníbal Augusto Sardinha, o "Garoto", que a ajudou a encontrar trabalho em boates para o início de sua carreira profissional. Nessa época, conheceu seu primeiro namorado, o cantor e violonista João Gilberto, amigo de Mário. O relacionamento acabou porque a família Telles não gostava do jovem, que vivia de favor na casa dos outros.
 
No ano seguinte, Garoto escreveu-lhe um musical, chamado "Gente de Bem e Champanhota", executado no Teatro Follies de Copacabana. Na ocasião, o músico e advogado José Cândido de Mello Mattos, o "Candinho", acompanhou Sylvinha na canção "Amendoim Torradinho", por Henrique Beltrão. Eles se apaixonaram à primeira vista. Pouco tempo depois, morreu Garoto, sem poder ver o lançamento do primeiro disco de Telles.
 
Sylvinha e Candinho casaram-se e tiveram uma filha, Cláudia Telles. Em 1956, ela e seu marido apresentaram pela TV Rio o programa Música e romance, recebendo como convidados Tom Jobim, Dolores Duran, Johnny Alf e Billy Blanco. Contudo, o casal logo se separou.
 
Em 1958, o local de encontro dos músicos passou a ser o apartamento de Nara Leão, então com quinze anos de idade. Ronaldo Bôscoli, que frequentava as reuniões, atuava como produtor musical do grupo. Sylvia Telles, que já era um nome conhecido, foi então chamada para participar de um espetáculo no Grupo Universitário Hebraico, juntamente com Carlos Lyra, Roberto Menescal, entre outros. Foi neste show, "Carlos Lyra, Sylvia Telles e os seus Bossa Nova", que a expressão Bossa Nova foi divulgada pela primeira vez.
 
Sylvinha Telles chegou a fazer turnês em outros países, como Estados Unidos, Suíça, França e Alemanha.
 
Em 1963, já divorciada de Candinho, Sylvia casou-se com o produtor musical Aloysio de Oliveira, separando-se no ano seguinte por causa de ciúme. Aloysio casou-se com Cyva, do Quarteto em Cy, posteriormente.
 
Discografia
 
1955 - Amendoim Torradinho
1955 - Menina
1957 - Carícia
1959 - Silvia
1959 - Amor de Gente Moça
1960 - Amor em Hi-Fi
1961 - Sylvia Telles USA
1962 - Bossa Nova Mesmo
1963 - Bossa, Balanço, Balada
1964 - Bossa Session
1964 - It Might As Well Be Spring
1964 - The Face I Love
1965 - The Music Of Mr. Jobim By Sylvia Telles
1965 - Sylvia Telles Sings The Wonderful Songs Of Antonio Carlos Jobim
1966 - Reencontro
1966 - Folklore e Bossa Nova do Brasil
 
Morte
 
Aos trinta e dois anos de idade, Sylvia Telles morreu em um acidente de automóvel na Rodovia Amaral Peixoto, no município de Maricá, em companhia de seu namorado Horacinho de Carvalho, filho da socialite Lily de Carvalho Marinho. Eles se dirigiam à fazenda de Horacinho no município, mas Horacinho dormiu ao volante, algo que acontecera à própria Sylvia dois anos antes, enquanto voltava de um show.