O que eu trouxe na bagagem

No ultimo feriado viajei ao Sul com 3 intenções: rever pessoas que amava muito, matar a saudade e trazer umas lembrancinhas de lá. Mas todos os meus planos foram frustrados. Felizmente.

Logo que eu cheguei aprendi a primeira lição: Eu não poderia rever as pessoas que conheci e que amava, simplesmente porque essas pessoas não existiam mais, elas não eram mais as mesmas.

Os anos que passaram não mudaram só o tamanho, o sotaque e o corte de cabelo. Cada ano trás consigo momentos novos, que nos transformam pouco a pouco.

Todos mudaram, mas por sorte os sentimentos ainda se mantinham conservados dentro de nós e me senti tão acolhida e tão em casa como sempre.

Aquela família tão querida, me tratou com todo o amor e carinho. Mostraram-me a cidade, os costumes, as comidas e as tradições locais. Mostraram-me que independente do Estado ou País que você vive o seu mundo corresponde exatamente à forma como você o administra. É a maneira como você trata o outro, como você se dedica ou não a uma causa, a maneira como você vive que faz a verdadeira diferença, e não a sua naturalidade.

Foi aí que aprendi a segunda lição: Eu não poderia matar a saudade de nenhum deles porque sempre ia sentir muita falta.

Cada um de sua maneira era importante para mim, todos, sem exceção já fizeram parte da minha vida e tinham se tornado também parte de mim. Não importa o tempo que passe eles sempre serão amados e lembrados com muito carinho, mesmo com a distância. O que nos leva então a lição final: eu não consegui trazer umas lembrancinhas apenas, trouxe grandes lembranças e grandes lições.

Trouxe um pouquinho do Sul comigo. Cada lugar que passei, cada coisa que aprendi, cada pessoa que conheci. Tudo que vi e que vivi lá de certa forma veio comigo, e talvez eu tenha deixado um pouquinho de mim lá também... Mas quem sabe a vida não é isso mesmo?!

Não importa quais eram as diferenças. Amizade é isso mesmo. Receber um pouco do outro e doar um pouco de si.

Talvez por isso não existam duas pessoas iguais em todo o mundo. Talvez a gente se pareça um pouco fisicamente, ou tenhamos personalidades parecidas, mas ninguém nunca será exatamente igual ao outro.

Como em um quebra-cabeça a ideia não é sermos iguais, é estarmos sempre unidos de maneira que a gente acabe formando um só.

Obrigado ao Sul por tanto carinho, e tantas lições!