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Conviver com os jovens é interessante por me fazer lembrar de mim em suas idades.
Fazer parte de suas expectativas e sonhos me faz sentir algo bom em pensar que já atravessei muitas de minhas expectativas e agora sei com certeza o quanto foi bom ter sonhando com uma profissão, com um futuro e ter não somente lutado por ele, mas conquistado muitas das coisas que planejei e desejei.
Estou vivendo uma fase - aquela que já ouvi falar - de que não se sente o tempo passar, pois ele passa  rápido e as lembranças se distanciam de nós. 
Quando me lembro das coisas que já vivi, sinto como se não as tivesse vivido. Eu me sinto como se estivesse me lembrando de uma outra pessoa que durante algum tempo usou o meu corpo para poder viver e atravessar caminhos, para fazer descobertas e para fazer coisas das quais gostava. 
Claro que eu ainda não parei de "viver",  não parei de querer e não parei de sonhar. Os sonhos sempre acompanham o ser humano que não quer atravessar em vão por esta passagem chamada vida. 
O passado está distante porque eu mudei. Sinto-me menos insegura diante do meu destino. Hoje a minha sensação é de que o futuro me garante descobrir caminhos sem preocupações de onde devo ou de onde eu posso chegar.
Quando os meus filhos eram pequenos a preocupação era dobrada, pois além do que eu queria conquistar para mim eu pensava e lutava pelo que sentia que deveria conquistar para eles. Isto fazia aumentar  as minhas responsabilidades e também aumentavam o cuidado que eu tinha em tomar  as minhas decisões.
Agora que o tempo passou, os meus filhos cresceram e eu também cresci,  eu sinto como se as coisas fossem mais minhas do jeito que eu jamais pensei que pudessem ser, mas que no fundo eu as desejava exatamente como elas são. Sinto uma serenidade jamais experimentada antes.
O bom de ter tido os meus filhos quando eu era bem jovem ainda - na época foi uma luta árdua - é que agora eu tenho tempo para viver a minha vida com chances de igualdade em poder alcançar coisas que uma pessoa mais velha do que eu sou não teria, por vivermos numa sociedade onde  ela descarta os mais experientes quando estes somam anos, pois o medo de aproveitar o indivíduo por tempo determinado e ter que aposentá-lo com uma soma de dinheiro considerada alta, faz com que sejamos excluídos. Claro que isto não é certo, e claro também que não somos nós quem determinados como a sociedade deveria proceder em termos de idade e capacidade de cada ser humano.
Eu que convivo com os jovens fico pensando - em seus ideais, pois eu também já fui uma jovem - que ao estarmos bem preparados para contribuirmos com a sociedade que tanto de nós exigiu em termos de estudos e preparação durante longo tempo,  ao estarmos aptos nos ignoram. Contraditoriamente a sociedade excluí as pessoas que se dedicaram toda uma vida para contruibuirem com ela. 
Eu cresci distante do meu país de origem, eu cresci num país onde as pessoas são valorizadas.  Os jovens dos quais eu estou me referindo são os jovens brasileiros que com eles tenho estado envolvida por escolha minha.
Se eu tivesse sonhado uma vida para mim, provavelmente, não poderia imaginá-la tão boa de viver. Claro que foi bom durante o tempo em que as preocupações com a criação dos meus filhos eram algo que exigiam muito de mim e me tomavam bastante do meu tempo, eu optei em ser mãe e foi um papel que desempenhei com amor, com dedicação e muito prazer. Mas, estar vivendo sem preocupações e com a sensação de dever cumprido por ter formado homens de bens para a sociedade e eles serem independentes e estarem atravessando  seus próprios caminhos sem precisarem de amparos meus ou de outras pessoas, me faz sentir que fiz alguma coisa bem certa na vida.
Agradeço a Deus por eu ter sempre tomado as decisões certas em minha vida, pois sempre soube que as minhas decisões afetariam os meus afetos e graças a essas decisões eu hoje estou vivendo uma vida que eu amo viver. Eu me sinto estar vivendo uma vida plena.  Eu tive que ter bastante paciência e fé em Deus para conquistar esta plenitude. 
O meu professor costuma dizer - apesar de ser formada eu continuo estudando - que na vida é preciso sorte e tomadas de boas decisões. Pelas decisões eu agradeço a mim mesma por ter feito as melhores escolhas e pela sorte eu agradeço a Deus que sempre olhou por mim e me cuidou com muito carinho.
Ah, como eu gosto de viver essa vida que vale a pena ser vivida.
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 30/05/2014
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