BIOGRAFIA JOÃO NEPOMUCENO TORRES

JOÃO NEPOMUCENO TORRES

*16-05-1855 (Salvador)

†04-01-1913 (Salvador)

João Nepomuceno Torres era filho do Padre Belarmino Silvestre Torres (nascido em Nazaré, em 21-12-1829 e falecido em Condeúba, em 07-08-1896) e de Umbelina Emília dos Santos (nascida em Maragogipe, em 12-10-1824 e falecida em Condeúba, em 16-06-1887). Belarmino uniu-se à viúva Umbelina em 1854, apesar da condição de padre, Presbítero Secular do Hábito de S. Pedro, Vigário da Freguesia do Santíssimo Sacramento e da Vila de Santo Antônio da Barra. Ele reconheceu civilmente e educou os filhos.

Umbelina Emília dos Santos, 19 anos, casou-se em primeiras núpcias, no dia 02-12-1843, com José Rodrigues Coelho, falecido em Salvador, em setembro de 1850, com quem teve os seguintes filhos: Álvaro Rodrigues Coelho, falecido em Condeúba, no ano de 1845; Maria Amélia dos Santos Coelho, (1846-1888); Umbelina Rosa dos Santos Coelho (1848-1850); José Rodrigues Coelho Júnior (1849). Todos nascidos em Salvador/BA.

Avós de João Nepomuceno Torres: Capitão José Antonio Torres e Rosália Maria de Santana. João Nepomuceno Torres nasceu em Salvador, no dia 16-05-1855. Eram seus irmãos: Belarmina Augusta Torres, nascida em 1857; Tranquilino Leovegildo Torres, nascido em Condeúba, em 30-08-1859, batizado em 15-01-1860 pelos padrinhos Exupério Pinheiro Canguçu e sua mulher Umbelina Bárbara de Souza Meira e falecido em Salvador, em 22-05-1896; Américo Arnulfo Torres, nascido em Condeúba, em 18-11-1861 e falecido em Carangola/MG, em 11-09-1910; Elpídio Benígno Torres, nascido em Condeúba, em 06-11-1865 e falecido em 10-02-1886, no Rio de Janeiro e Cecílio (natimorto).

Em 28-02-1878, casou-se em Feira de Santana, com sua prima Adélia de Caldas Brito (1860-1898), filha de Gustavo de Caldas Brito e Ana Joaquina de Caldas Brito. O casal João Nepomuceno Torres e Adélia de Caldas Brito Torres teve os seguintes filhos: Maria Adelaide Torres (Vila do Brejo Grande – Ituassu, em 29-05-1879); Alcides de Caldas Brito Torres (Ituassu, em 12-03-1881); Evangelina Augusta Torres Guimarães (Nazaré, em 21-01-1883); Ana Torres Martins (14-03-1885); José Torres (Inhambupe, em 30-09-1887); Virgínia Torres (Santa Rita do Rio Preto - Rio São Francisco -, em 26-11-1889); José Mário Torres (Bonfim, em 07-05-1892); Fábio Torres (Salvador, em 05-12-1895); Helena Torres (Salvador, em 17-07-1898).

Fez o curso de humanidades em Salvador, no Colégio São João e depois foi para Recife/PE, onde recebeu, em 07-11-1876, o diploma de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais. Em 1877, formado, foi nomeado para Juiz Municipal e de Órfãos da Câmara de Brejo Grande, Ituassu/BA. Em 1890, foi nomeado Juiz de Direito da Comarca de Vila Nova da Rainha (Senhor do Bonfim) e Juiz de Direito de Campo Largo pelo Governo Provisório do Marechal Deodoro da Fonseca. Em 1892, foi transferido para a Comarca da Capital do Estado da Bahia e depois, em 1897, através de concurso, foi nomeado para o Tribunal de Apelação e Revista. Por escolha de seus pares, ocupou o cargo de vice-presidente por mais de uma vez. Faleceu no exercício do cargo, em 04-01-1913, com 58 anos de idade, na cidade de Salvador. Seus ossos jazem no depósito da família, na Igreja de Santana, na capital do Estado.

PRODUÇÃO LITERÁRIA: em 1894, escreveu A Lapa da Mangabeira, Vila do Brejo Grande (Ituassu). Em 1897, organizou a Homenagem do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia ao Padre Antônio Vieira no bicentenário de sua morte. Em 1899, publicou as seguintes obras: Cúmulos e Dicionário Humorístico, Gíria Brasileira com as iniciais J.T. e Notícia Histórica sobre o Colégio dos Órfãos de São Joaquim, do qual fora Escrivão. Em 1900, em comissão com os Drs. Conselheiros Salvador Pires de Carvalho Albuquerque e Eustáquio Primo de Seixa, João Nepomuceno Torres organizou a Consolidação das Leis do Processo Civil, Comercial e Criminal do Estado da Bahia em quatro volumes. Em 1910, foi organizador da homenagem do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia ao poeta Castro Alves (Antônio Frederico de Castro Alves, 1847-1871). Em 1911, fez, em colaboração com o engenheiro Alfredo de Carvalho, os Anais da Imprensa Baiana por ocasião do seu primeiro centenário, em 14 de maio. Figurou no Dicionário de Intelectuais baianos, organizado por Afonso Costa. Foi redator da Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e autor de Efemerides, trabalho inédito. Foi sócio-fundador do IHGBA, instituição a que serviu devotadamente, permanecendo primeiro-secretário até a sua morte.

Em sua homenagem, foi colocada uma placa de prata comemorativa na cadeira que ocupava, e seu retrato, na Secretaria da entidade. Nessa casa, foi continuador da obra iniciada por seu irmão Tranquilino Leovigildo Torres. Sátiro Dias disse: “Ele serviu a essa instituição com tanto amor e dedicação e se identificou de tal maneira que, durante longos anos, o instituto Histórico foi ele, e ele foi o Instituto Histórico”.

Em 1922, na cidade de Condeúba, em sua homenagem, foi colocado o seu retrato na sala do Fórum Desembargador Jaime Bulhões. Referiram-se a ele o Conselheiro Antônio Carneiro da Rocha, Felinto Justiniano Ferreira Bastos, o Dr. Sátiro de Oliveira Dias e o engenheiro Teodoro Sampaio.

Antonio Novais Torres

antorres@terra.com.br

Brumado, em 26-06-2014.

Antonio Novais Torres
Enviado por Antonio Novais Torres em 24/08/2014
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