BIOGRAFIA CLEIO ANTONIO DINIZ

CLEIO ANTONIO DINIZ

⃰ 15-03-1936

†17-03-2014

Cleio Antonio Diniz nasceu em 15 de março de 1936, em Pará de Minas-MG, município pertencente ao colar metropolitano de Belo Horizonte e localizado a oeste da capital do estado, distando desta cerca de 90 km. Era Filho de Vicente João Evangelista – Sargento da Polícia Militar de Minas Gerais, nascido na região de Araxá-MG e falecido em 1958, na cidade de Pará de Minas – e de Zulmira Alves Diniz, nascida em 16 de junho de 1911, em Pará de Minas e falecida em 28 de outubro de 2003, em Belo Horizonte.

Cleio viveu sua infância e adolescência na cidade de Pará de Minas. Uma criança comum, filho de um policial e com as privações impostas pela época. Cursou apenas o antigo primário, deixando os estudos para trabalhar e auxiliar na renda familiar.

Iniciou a vida profissional na adolescência, ainda em Pará de Minas, como aprendiz de mecânico, função em que se profissionalizou, acumulando com o serviço de motorista assim que teve idade para habilitar-se. Aos 22 anos, tornou-se arrimo de família e fundou sua oficina mecânica na mesma cidade. Em 1961, comprou seu primeiro caminhão. Em 1965, buscando progredir, mudou-se com a família para Belo Horizonte, levando sua oficina e seu caminhão. Em 1968, adquiriu seu segundo caminhão. Em 1969, fundou a empresa Transportes Cleza Ltda., na cidade de Belo Horizonte. No mesmo ano, foi convidado para implantar a empresa Vito Transportes na cidade de Brumado, onde, com a sua empresa especialista no ramo, prestou serviço de transportes à Magnesita S.A. Naquela ocasião, trouxe para a região as primeiras carretas, passando a ser formador, em Brumado, dos primeiros profissionais carreteiros. Prezava acreditar nas pessoas e gerar-lhes oportunidades, ensinando e profissionalizando quem estivesse disposto a aprender. Apesar de exigente, sempre manteve as portas abertas a todos que o procuravam.

Foi proprietário da empresa Reformadora de Pneus Clessola, fundada em meados de 1978, a qual teve suas atividades encerradas em 1989. Por mais de uma década, essa empresa desenvolveu reforma, comércio e manutenção de pneus.

Em 1986, desligou-se da Vito Transportes e da Magnesita S.A., mantendo sua empresa de Transportes em plena atividade em rotas tanto dentro do estado quanto interestaduais até o final de 1994. Por questões de saúde, optou por desativar a empresa, passando a dedicar-se aos trabalhos rurícolas, voltados mais para a ocupação de criador de gado leiteiro.

Em meados da década de 1970, passou a adquirir pequenas propriedades rurais, formando o patrimônio denominado Chácara Olhos D’água, onde atualmente iniciou-se a implantação de empreendimentos imobiliários, tendo como marco de partida o Loteamento Parque São Vicente. Também teve outras propriedades, como a fazenda Alagadiço, no município de Dom Basílio, fazenda Camarinhas, na serra das Éguas em Brumado, ambas vendidas por razões de remanejamento patrimonial, e a Fazenda Santa Helena, a maior de todas e seu orgulho, adquirida em meados de 1981, onde se dedicou à criação de gado de corte, mas mantendo um sistema de coabitação com a mata nativa. Esta foi vendida em 2005, por questões de saúde, que o impediam de estar à frente da sua exploração. Nessa época, ele realizou um outro sonho, distribuiu mais de 750 hectares para mais de 20 famílias.

Foi maçon desde 15 de março de 1975, pertencente à Loja Aliança Sertaneja Bahiana nº 41, localizada na Rua Joana Angélica, nº 163, fundada em 07 de setembro de 1952. Também foi membro do Rotary Clube de Brumado, tendo iniciado suas atividades logo após seu ingresso na Maçonaria.

Incentivador do esporte, contribuiu ativamente para a implantação do Judô em Brumado, sendo patrocinador de inúmeras viagens de competidores brumadenses, as quais resultaram em títulos no esporte para a cidade de Brumado e no reconhecimento desta no meio esportivo dessa modalidade.

No período de seca, distribuía gratuitamente água em carro pipa de propriedade da sua empresa e da Vito Transportes. Quando se inaugurou a piscina do clube social de Brumado, forneceu toda a água necessária até que se estabelecesse o abastecimento por meios próprios. Defensor dos mais necessitados, mantinha uma porta aberta e exigia apenas o empenho daqueles que o procuravam. Sempre primou por um ensinamento antigo: “Ensine a pescar, dê as condições, mas não o peixe”.

Casou-se com Cleusa Narvaes Paixão em 21 de setembro de 1963, em São Paulo, na Igreja Nossa Senhora da Penha, tendo ocorrido primeiramente a cerimônia cível e, no dia posterior, a religiosa. Filha de Francisco Narvaes Aranda Neto – nascido em 22 de novembro de 1909, descendente (neto) do espanhol Francisco Narvaes Aranda, o qual detinha o título de Visconde até a revolução do General Franco, razão pela qual veio para o Brasil com a família – e de Geralda Narvaes Paixão, nascida em 06 de abril de 1916, filha de comerciantes do estado de Goiás. Com o casamento, Cleusa passou a assinar Cleusa Narvaes Diniz. Comemorou bodas de ouro com cerimônia íntima realizada com a família, em sua residência, na fazenda em Brumado, no dia 21 de setembro de 2013.

O casal teve 05 filhos: Cleio Antonio Diniz Filho (1964), Advogado, Francisco Vicente Narvaes Diniz (1967), Engenheiro Agrônomo, Vladimir Narvaes Diniz (1968), Empresário, Cleone Narvaes Diniz (1974), Licenciatura em Letras e Igor Narvaes Diniz (1977) Empresário.

Autodidata, tinha larga e reconhecida experiência em administração, destacando-se nesse mister. Nunca se envolveu diretamente com a política, apoiava o que fosse melhor para o município na sua concepção. Arredio à autopromoção, recebeu homenagens pelos serviços realizados quando estava à frente da Vito Transportes e na implantação de transporte pesado na mina da Magnesita S.A.

Seu maior prazer sempre foi o envolvimento com a família, com quem viveu de maneira harmoniosa, trabalhando arduamente, a cada dia, pela preservação da união familiar. Ao final, mais que uma atividade profissional, um hobby, a predileção pela criação de gado, em especial o leiteiro. Após navegar por diversas raças, sempre buscando a mais adequada para a região, dedicou-se à raça Gir Leiteiro, além de pequenos animais, dos quais fazia questão de cuidar pessoalmente.

Sempre manteve como fiel amigo um cachorro, seu predileto, um Pastor Alemão negro, de nome Vampiro e uma cadela de nome Baleia (companheira de mais de 15 anos), com os quais manteve uma relação de amizade, fidelidade e admiração. Eles eram os guardiões e a segurança da casa.

Tinha como pensamento a conquista pelo trabalho e uma frase de seu pai: “Muito faz quem pouco atrapalha”. Homem de raciocínio lógico, amplo e rápido, ensinou que para tudo sempre há uma solução e mostrava como poderia ser resolvido. Rigidez de caráter, honra e valor, respeitar para ser respeitado, defender seus direitos e pôr a família como base acima de tudo eram uma preocupação constante em sua vida.

Uma loucura, com certeza a maior delas, como dizia ele, quiçá a única que cometera foi deixar a esposa com três filhos pequenos para empreender em uma região distante e para ele totalmente desconhecida.

Foi arrimo da mãe e da irmã de criação, provendo-as do necessário. Com esse sentimento, formou a família conjugal sem desamparar a família ancestral. Para tanto, dedicou-se intensamente ao trabalho. Homem de muitos amigos, apesar de restrito círculo com vínculo de intimidade, tratava a todos de forma igualitária, independentemente da casta social. Religioso, tinha o hábito de rezar o terço todas as noites, antes de se deitar.

Com personalidade forte, voltada para o bem-estar familiar, sempre prezou a união, sendo isso o ponto alto do legado que implantou no âmago de sua família, o que perdura. Essa atitude é reconhecida e respeitada por todos que, de alguma forma, tiveram contato com sua família.

Foi esposo, pai e avô participativo, amoroso, carinhoso e brincalhão, mas rígido nos conceitos de moral, honra e caráter familiar. Para ele, a dignidade da família, acima de tudo, era atrelada às responsabilidades e aos deveres. Foi um verdadeiro patriarca, exemplo digno de conceitos pelos quais lutou.

Cleio Antonio Diniz faleceu em 17 de março de 2014, com 78 anos e está sepultado, por vontade própria, no cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte-MG.

Antonio Novais Torres

antorres@terra.com.br

Brumado, em 12/08/2014.

Antonio Novais Torres
Enviado por Antonio Novais Torres em 03/09/2014
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