BIOGRAFIA SALVINO MEIRA NETO

BIOGRAFIA: SALVINO MEIRA NETO

(SALVINHO)

*08-07-1912†20-09-1979

Salvino Meira Neto, conhecido por Salvinho, nasceu em 08 de julho de 1912, na fazenda Covas de Mandioca, município de Brumado/BA. Era filho primogênito do casal Gabriel Meira Leite e Rita Alves Meira (Dona Santinha). Tempos depois, o casal mudou-se para a fazenda Curupati, em Brumado. São seus irmãos: Honorinda, Carlota, Maria (Sinhá), Rodriga, Theodora (Ziza), Francisca, Idalina, Gabriel (Bia) e Jurandir Meira Leite.

O estudo primário foi realizado sob a orientação de um professor leigo, contratado para essa finalidade, cujos ensinamentos ministrados foram úteis para a aplicação no dia-a-dia, através dos conhecimentos básicos – ler, escrever e fazer as operações matemáticas, essenciais ao cotidiano.

Viveu a sua infância e adolescência na zona rural. Ainda moço, trabalhou como lavrador, ajudando os pais, e posteriormente para si próprio. Exerceu também o comércio de cereais, utilizando-se de tropas de animais com a função de caixeiro-viajante.

Em determinada época, foi para São Paulo com amigos à procura de emprego que lhes oferecesse melhores condições de ganho. A viagem foi feita em lombo de animais. Ele contou que, ao chegar a Minas Gerais, soube da revolução que se travava em São Paulo contra a União, (1932), por questões políticas. Os mais afoitos seguiram o seu desiderato. Outros, mais cautelosos, voltaram, inclusive ele.

Em 01 de junho de 1943, casou-se com Geracina de Vasconcelos Meira (Cina), nascida em 05 de julho de 1924. Ela morava com os avós Capitão Virgílio de Castro Meira e D. Rodriga de Vasconcelos Meira, na fazenda Serro Largo. A cerimônia religiosa foi celebrada na Igreja Matriz de Brumado pelo padre Antônio Fagundes. Naquela mesma data, foi realizado o casamento civil na sala da prefeitura Municipal de Brumado (onde hoje funciona a farmácia popular) pelo Dr. Zoroastro Sá Andrade, Pretor desta Comarca.

Dessa união, nasceram 14 (quatorze) filhos: Eloísa, Nivalda, Diva, Miguel (in memoriam), Maria das Graças, Rita (in memoriam), José Maria (in memoriam) Regina Lúcia, João Batista (in memoriam), Expedito, Maria Madalena, Roberto, Deuzélia e Mariano Vasconcelos Meira.

Viveu com a esposa, sua companheira de vida, por 36 anos, com amor, respeito e carinho, em convivência harmoniosa e muita compreensão, exemplos dignos transferidos aos filhos, dessa forma, foi um pai exemplar.

Registre-se que possuía um cavalo de estimação que lhe servia de montaria. Com ele visitava a noiva, pois naquela época não havia outro meio de transporte, e o percurso era feito com o animal tendo em vista a longa distância a ser percorrida, o que fazia com prazer, superando todas as dificuldades para estar ao lado da amada.

Em 1952, mudaram-se para Brumado, com o objetivo de obter melhores condições de vida e proporcionar aos filhos um estudo de melhor qualidade. Em Brumado, iniciou um comércio na Praça da Estação, onde vendia produtos variados – gêneros alimentícios, ferragens, louças, alumínio, perfumarias, uma miscelânea de produtos –, sendo o primeiro comerciante, em Brumado, a vender produtos alimentícios industrializados, tais como: sardinha, mortadela, extrato de tomate e leite condensado.

As compras eram feitas em São Paulo. Ele tinha como parceiro o senhor Ormindo Dourado que conhecia a capital e tinha parentes por lá. A viagem era feita através do trem de ferro e era bem demorada, levavam-se vários dias de ida e volta, além do período que se gastava para realizar as compras que eram despachadas por meio de um vagão da estrada de ferro. Essas mercadorias eram vendidas no varejo e no atacado para outros comerciantes. O dinheiro destinado a fazer compras era amealhado durante todo o ano (naquela época não havia desvalorização da moeda). Com a instalação do Banco da Bahia, completava-se o valor das compras através de empréstimos bancários. Ele trabalhou incansavelmente com muito entusiasmo e energia nesse labor até a sua aposentadoria em 1975.

Juntamente com Albertino Marques Barreto fez parte da Fundação do Sindicato Rural de Brumado, trabalhando como voluntário, e exerceu também o cargo de Secretário da instituição por algum tempo. Inicialmente foi difícil convencer as pessoas da zona rural a se associarem ao Sindicato Rural, pois elas alegavam que a intenção do Governo era tomar as suas terras. Nos dias de feira, Salvino ia ao mercado Municipal e à feira-livre, a fim de contatar essas pessoas, explicando-lhes o assunto. Poucas aceitaram a proposta para se associarem. Porém, quando sentiram que os primeiros associados receberam aposentadoria, inclusive os atrasados, motivaram-se por sentir a seriedade da instituição.

Salvino envidava esforços para que as pessoas pudessem tirar a documentação exigida. Fretava uma rural e levava os indivíduos reunidos com esse propósito para Caetité e para receberem o numerário a que tinham direito. Algum tempo depois, esse atendimento passou a ser feito na cidade de Vitória da Conquista. Enfim, foi um trabalho hercúleo desenvolvido por Salvino em favor dos rurícolas, mas que obteve resultados positivos. Por meio do Sindicato, o Governo beneficiou essa gente sofrida que contou com os esforços de Albertino, Salvino e outros companheiros.

Salvino era uma pessoa solidária, paciente, ouvia a todos com atenção e indicava uma solução para cada queixa que lhe era relatada. Através do seu espírito solidário, não media esforços para ajudar a quem o procurasse, e o fazia sem interesses pessoais. Tratava-se de um homem bem-humorado, tinha um papo agradável e gostava de contar causos. Era Evangélico, pertencia à Igreja Adventista do 7º dia e tinha grande satisfação em hospedar irmãos vindos de outros lugares com destino à sua igreja para realização de eventos evangélicos.

Em sua homenagem, foi nominada uma travessa com o nome Salvino Meira pelos seus serviços prestados à comunidade.

Com relação à política, sempre apoiou o grupo do prefeito Armindo dos Santos Azevedo e posteriormente o médico e prefeito Juracy Pires Gomes, declarando a sua preferência sem solicitar privilégios.

O falecimento de Salvino ocorreu em 20 de setembro de 1979, quando ele tinha 67 anos de idade. Lutou com bravura e coragem contra a enfermidade que o acometera. Sua vontade de viver era imensa, infelizmente a doença o venceu. Seu corpo encontra-se inumado no Cemitério Municipal Senhor do Bonfim.

Dados fornecidos pela filha Nivalda Vasconcelos Meira Santos, a quem agradecemos pela gentileza.

Antonio Novais Torres

antorres@terra.com.br

Brumado, em 08/09/2013.

Antonio Novais Torres
Enviado por Antonio Novais Torres em 20/10/2014
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