BIOGRAFIA WALDEMAR SILVA TORRES

WALDEMAR SILVA TORRES

*19-07-1912†29-01-1993

Waldemar Silva Torres nasceu em 19-07-1912, em Condeúba. Era filho de José da Silveira Torres (Zeca Torres), e Ana Amélia da Silva Torres (Naninha).

O casal teve os seguintes filhos: Maria de Assis Torres, Alayde da Silveira Torres, Deusdédit da Silveira Torres, Waldemar Silva Torres, Oflávio Silveira Torres, Dalva Olívia da Silveira Torres, Enelzita Silveira Torres, Alvair Silveira Torres e Djalma Silveira Torres.

Waldemar Torres cursou apenas o primário em Condeúba, onde viveu a sua infância e parte da adolescência, porém era homem de tino comercial e por esse campo se encaminhou e obteve grande sucesso. Em 1933, veio para Brumado antiga Bom Jesus dos Meiras. Por não conseguir colocação formal de emprego, dedicou-se ao aprendizado de alfaiate e trabalhou com o melhor oficial alfaiate da cidade, seu Cardoso, que carinhosamente era tratado de Cardosinho. Este era casado com a exímia costureira de camisas, Dona Adélia da Silva Cardoso, conhecida também por D. Desinha, que posteriormente assumiu o cargo de tabeliã.

Registre-se que Waldemar morou na casa do casal Cardosinho e D. Adélia e trabalhou como empregado na alfaiataria por muito tempo. Depois deixou a alfaiataria e foi trabalhar com Braulino Meira, como balconista, profissão que naquela época se chamava de caixeiro, hoje se denomina comerciário. Braulino vendia de tudo em seu estabelecimento comercial, que era um verdadeiro empório.

Amigo, diligente e trabalhador, Waldemar fez uma grande amizade com o patrão que o convidou para sócio. Através desse relacionamento de amigos, Waldemar tornou-se compadre de Braulino, batizando as três filhas do comerciante. Este, ao desistir do negócio, vendeu seu estabelecimento para seu sócio, que o dinamizou e ampliou.

Prestativo, atendia com muita consideração e amizade os viajantes, os quais o ajudaram muito. Em assim sendo, por intermédio deles, tornou-se correspondente de diversos bancos e casas comerciais de Salvador que operavam na praça. Foi depositário da Esso Brasileira de Petróleo Ltda. e com a venda de gasolina e querosene atendia a mais de 100 cidades do sertão.

Após trabalhar como sócio do irmão Oflávio da Silveira Torres na empresa OST & CIA estabeleceu-se com firma própria, na Rua Exupério Pinheiro Canguçu, com o mesmo ramo de consignações, representações e vendas próprias. Habilidoso e empreendedor, dominou o comércio regional em seu ramo de negócios.

Waldemar casou-se em primeiras núpcias com a filha do Major Aureliano Alves de Carvalho (nascido em 13/01/1883) e de Maria do Carmo dos Santos Carvalho (nascida em 22/12/1883), com a jovem viúva Placídia dos Santos Carvalho, de 25 anos, nascida em 13/05/1906. Esta, após a celebração do casamento, passou a assinar Placídia Carvalho Torres. Foram testemunhas do casamento: Marcolino Rizério de Moura, Placídia dos Santos Moura, Altamirano da Silva Leite, Julita Canguçu Cardoso, Maria Carvalho Leite, Augusta dos Santos Lima e Hermes Santos.

Com apenas 31 anos de idade, ela faleceu em Salvador, no Hospital Espanhol, no dia 09/12/1937. Encontra-se enterrada naquela capital, no cemitério Campo Santo, no túmulo 673. O casal Waldemar/Placídia teve os seguintes filhos: Neuton Carvalho Torres, nascido em 19-01-1935 e Maria do Carmo Carvalho Torres, nascida em 15/12/1935 e uma menina gêmea com Maria, natimorto, portanto em um ano teve três filhos.

Em 18 de dezembro de 1939, Waldemar casou-se em segundas núpcias com a professora Delsuc Publio de Castro de Caetité/BA. Dessa união nasceram quatro filhos: Walsuc Castro Torres, nascida em 13-10-1940, Delmar Castro Torres, nascido em 02-06-1943 (ambos são brumadenses), Carlos Alberto Castro Torres, nascido em 02-08-1946 e Vera Lúcia Castro Torres nascida em 14-02-1952, falecida em 1975 (soteropolitanos).

Após o desquite com Delsuc, Waldemar relacionou-se com Noélia Miranda, quando já residia na pauliceia. Dessa união, nasceu Ana Maria Miranda Torres em 11/09/1959, em São Paulo capital. Hoje ela reside na Alemanha.

Separou-se de Noélia e construiu nova família com Neide Cordeiro, desquitada e com uma filha de dois anos, de prenome Ruth, que reside em Port Chester, no Estado de Nova York. Com Neide conviveu até o final da vida, teve um filho, Waldemar Silva Torres Filho, nascido em 02-07-1970.

Com grande generosidade, servia às pessoas, ação que o aprazia. Em várias cidades, fez-se amigo de muitas pessoas importantes, inclusive maçons, e delas nunca se esqueceu, bem como de seus familiares, incluídos no rol de suas amizades.

Em Brumado, tornou-se um homem rico e de prestígio, sociável e prestativo. Hospedava, em sua casa, amigos e pessoas consideradas que passavam por Brumado, como religiosos, políticos, militares e muitos viajantes. Todos eram considerados como irmãos, a quem era dispensado um tratamento dileto. Entre seus amigos, o Padre Antonio Fagundes e outros, além de choferes de caminhão, os quais o adoravam como a um pai e diziam que Waldemar, com a sua bondade, servia a Deus e ao mundo. Alcetides Catarino (Tidinho) era um deles, que prestava serviços a Waldemar e morava na casa deste, por quem era considerado como um irmão. Destaque-se que o General Carlos Buck, do exército brasileiro, amigo de Waldemar, passava as suas férias em Brumado e se hospedava com Waldemar, que lhe proporcionava um quarto exclusivo.

Waldemar foi um dos fundadores do Aeroclube de Brumado. Por ter prestígio com os diretores da entidade fornecedora de carteira de motorista, beneficiou seu amigo e colega do aeroclube, Humberto Mafra, proporcionando-lhe tirar a sua carteira de motorista em Salvador. Destaque-se que Humberto Mafra foi o primeiro e único piloto de Brumado com Brevê tirado em São Paulo.

Membro da maçonaria, atingiu o grau maçom 33. O envolvimento com essa organização favorece o crescimento pessoal na área de relações humanas, e Waldemar foi um líder que procurou ajudar os amigos a se desenvolverem.

Foi convidado pelo coronel Marcolino Rizério de Moura para ser delegado e aceitou o cargo que exerceu com hombridade. Um inspetor de polícia denunciou que um senhor de prenome Cassiano estava vendendo, na feira, cutelaria de sua fabricação (facas, punhais, facão etc.). Intimado pelo delegado e, por desentendimento, Cassiano foi preso. Por vingança, este, em frente à prefeitura (velha), tentou assassinar a autoridade constituída, efetuando lhe dois tiros no abdômen, porém não se consumou o intento. Chamou-se então o Dr. Gouveia de Ituaçu, que fez os procedimentos médicos necessários com absoluto êxito.

Apesar de sua benevolência e todas as virtudes que o dignificavam, era um homem destemido, enfrentava os que o quisessem afrontar, arrostando-os com a bravura que o distinguia. Não levava desaforo para casa e, com essa atitude, alguns se fizeram seus inimigos.

Obsequioso, não media esforços para ajudar os amigos que o procurassem, avalizava, emprestava, dava crédito, de forma que ajudou muita gente. Certa feita, no Rio de Janeiro, uma professora de Caetité estava sendo enganada em uma indenização como funcionária pelos serviços prestados a um banco. Waldemar, ao tomar conhecimento do fato, dirigiu-se ao presidente do banco, reivindicando os legítimos direitos da moça, que foi recompensada com quantia várias vezes superior ao que lhe fora proposto inicialmente. Solidário, prontificou-se e levou a moça ao Dr. Pinto de Aguiar, seu amigo particular, que a empregou na Petrobras, com salário compensador.

Por motivos políticos, ocorreu um incidente com um senhor que tomou as dores da família, tornando-se desafeto de Waldemar. Certa ocasião (29/03/1949), em Salvador, no Café das Meninas (nessa época Waldemar residia em Salvador e exercia o ramo de Consignações e Representações), os desafetos encontraram-se, e Waldemar foi vítima de agressão quando adentrou com sua esposa o local e, por questão de honra e brio, revidou-a fatalmente. No episódio, contou com o apoio da maçonaria e das pessoas que testemunharam a seu favor, alegando que o réu agira em legítima defesa.

Posteriormente instalou-se em São Paulo, passando a administrar a empresa COPETRANS – Cooperativa de Transporte Rodoviários São Paulo – de sua propriedade. Aposentou-se pelo Instituto Nacional de Seguro Nacional (INSS) no ano de 1978, porém continuou trabalhando na administração da Cooperativa até antes da doença que o vitimou.

Waldemar Silva Torres faleceu em 29 de janeiro de 1993, com 81 anos de idade, na cidade de São Paulo. Seu corpo foi transladado para Salvador e inumado no cemitério Campo Santo, no túmulo 673, onde também se encontra enterrada a esposa Placídia. O Túmulo é perpétuo e foi adquirido por Waldemar.

Antonio Novais Torres

antorres@terra.com.br

Brumado, em 13/09/2013.

Antonio Novais Torres
Enviado por Antonio Novais Torres em 26/10/2014
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