Biografia do Ambientalista JOSÉ CARLOS CARVALHO

José Carlos Carvalho é um Engenheiro Florestal que compõe o rol de notáveis cidadãos que dedicaram sua vida profissional para consolidar as políticas públicas de meio ambiente no Brasil!!!

Nasceu em 05 de setembro de 1952, em Jerônimo Monteiro, região sul do Espírito Santo, filho de José Carvalho e Sebastiana Constantino Carvalho. É o primogênito de seis irmãos: José Carlos, Vanir, Dejalmo, Maria José, Márcia Maria e Maria Estela.

A economia do município de Jerônimo Monteiro é baseada na agropecuária, sendo considerado o maior produtor de laranja do estado. Em meados do século XX, a maior parte das famílias locais vivia em propriedades rurais ou em pequenas comunidades de onde extraíam seu sustento. O pai de José Carlos viveu a infância e a juventude como trabalhador rural, nas cidades mineiras de Faria Lemos e Tombos, onde nasceu. Aos 20 anos mudou-se com os pais para a localidade de Parada Cristal, onde instalaram uma pequena venda, ao lado da ponte sobre o rio Vala do Souza, tornando-se conhecido pelos moradores da redondeza como "Zé da Ponte”. Foi nesse local, que ele conheceu Sebastiana Constantino, com quem se casou. Dessa união nasceu José Carlos. Posteriormente, o Sr. Zé da Ponte mudou o ponto da venda para a localidade denominada de Rua de Cima, onde adquiriu uma pequena propriedade rural. Nesse sítio, ele criava pequenos animais (galinhas, porcos, etc.) e cultivava milho, algodão, feijão etc. Além de trabalhar na venda, com a ajuda de sua esposa Sebastiana, Zé da Ponte cuidava também da lavoura e participava ativamente da vida da comunidade local, chegando a ocupar, como líder comunitário, o cargo de Vereador da Câmara Municipal de Jerônimo Monteiro, tendo o seu mandato cassado logo após o Golpe Militar de 1964. Sua mãe era uma dona de casa prendada, que cuidava com zelo de seu lar e filhos.

José Carlos concluiu o ensino fundamental em Jerônimo Monteiro, realizando os seus estudos no Grupo Escolar Coronel Xavier e no Ginásio Sabino Pessoa, tendo como primeira professora a educadora Zilca Carolina Ribeiro. Aos 15 anos de idade, mudou-se para prosseguir o segundo grau em Cachoeiro de Itapemirim – terra natal do cantor Roberto Carlos. Como seus pais não podiam pagar sua estadia fora de casa, passou a residir na Casa do Estudante, fazendo muitos amigos e se preparando para o vestibular. Aquela foi uma fase bastante importante, pois ele adquiriu maior amadurecimento ao ter que se virar sozinho, sem a presença de seus pais e irmãos para lhe ajudarem. Enquanto muitos jovens se deixam levar por más influências ao saírem do seu círculo familiar, José Carlos Carvalho desenvolveu suas qualidades militando com outros colegas das causas libertárias que sacudiam o país naquele período, tendo ingressado no movimento estudantil, chegando a ocupar o cargo de presidente da Casa do Estudante, nos anos de chumbo. Depois de um tempo sua família se mudou para Cachoeiro do Itapemirim, aonde vivem até hoje.

Aos 18 anos de idade, mudou-se novamente. Foi cursar Engenharia Florestal na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), no campus de Seropédica, região metropolitana do Rio. A princípio a mudança foi difícil, pois o ritmo de estudos era bastante puxado. Como não podia contar com o apoio financeiro da família com a frequência necessária, obteve uma “Bolsa Trabalho” indo atuar no Departamento de Silvicultura, o que lhe assegurava a gratuidade da alimentação e do pernoite nos alojamentos da Universidade. Continuou participando do movimento estudantil, durante um período delicado para a sociedade brasileira que vivia a Ditadura Militar. Durante o curso, se tornou Secretário-executivo da Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal (ABEEF), por dois mandatos, representando o corpo discente do curso de engenharia florestal da UFRRJ junto à entidade e nos Congressos Nacionais da classe.

Em março de 1975, pouco após sua formatura, José Carlos Carvalho ingressou no quadro técnico de servidores do Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Minas Gerais, mediante concurso público. Teve uma carreira meteórica. Tornou-se Coordenador Regional do Escritório de Governador Valadares, região do Vale do Rio Doce. Depois mudou-se para BH na função de Coordenador Estadual de Desenvolvimento Florestal. Aos 26 anos de idade ocupou a importante função de Diretor Técnico. Em seguida, no Governo de Francelino Pereira, ocupou o cargo máximo da instituição, tornando-se aos 29 anos o mais jovem Diretor-Geral da história do IEF.

Em meio a tanto trabalho, José Carlos mantinha seu coração cheio de amor por uma bela jovem de sua terra natal - Sônia Carlos Carvalho. Ela fora sua primeira namorada aos 17 anos, e após estar bem-sucedido financeiramente pôde selar seu matrimônio. Eles se casaram em Jerônimo Monteiro, em 23 de julho de 1977, na Igreja Matriz da cidade. Dessa forte união de muito amor e companheirismo nasceram três filhos: Vinícius, Glauco e Ricardo.

Em 1983, Tancredo Neves assumiu o governo de Minas Gerais, e deu amplo apoio a José Carlos Carvalho no fortalecimento do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Tancredo via naquele jovem um grande potencial, chegando a dizer-lhe que sua carreira seria bem promissora por reunir os três principais atributos necessários a um servidor público: “conhecimento técnico, sensibilidade política e capacidade de articulação”. Tancredo como todo grande líder tinha uma visão aguçada e pôde antever que os numerosos atributos de José Carlos Carvalho lhe conduziriam a uma carreira de muito sucesso e prestígio.

Com a saída de Tancredo para concorrer à presidência da República, seu vice Hélio Garcia assumiu o governo. José Carlos permaneceu à frente do IEF até 1987, conseguindo significativos resultados ao ampliar a presença do Instituto em todo estado. De 26, o número de Escritórios saltou para 80 (um aumento de mais de 200%).

Em 1987 mudou-se para Brasília, para exercer a função de Secretário-Executivo do IBDF, a convite do então Presidente Antônio José Guimarães, permanecendo até 1990, exercendo vários cargos e participando ativamente de eventos nacionais e internacionais representando o governo federal.

Numa dessas viagens ao exterior, participou entre 8 e 9 de junho de 1988 de uma reunião na Alemanha Ocidental, na Universidade de Kassel, para tratar de dois assuntos principais: Florestas Tropicais e Energia Nuclear. Diversos países do Hemisfério Norte estavam preocupados com as consequências ecológicas e sociais do modelo de desenvolvimento financiado pelas grandes organizações financeiras internacionais – que no caso brasileiro financiava as Usinas Nucleares de Angra dos Reis e grandes projetos de desenvolvimento da Amazônia. Estavam presentes cientistas brasileiros e alemães e representantes de instituições financeiras como o Banco Mundial e o KfW. Representando as comunidades tradicionais da Amazônia havia um casal, Raimundo Barros e Mariazinha Barros, que saíram do Seringal Floresta, município de Xapuri (Acre) acompanhados de Mary Alegretti, que mais tarde viria a ser Secretária da Amazônia, no MMA.

Raimundo Barros era o segundo seringueiro a sair do Brasil para divulgar no exterior a luta da sua categoria, dando continuidade ao trabalho que havia sido iniciado por outra expressão do movimento dos seringueiros, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri (STRX), Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, que inclusive já tinha sido premiado internacionalmente pela sua luta em defesa da ecologia.

Raimundo Barros apresentou documentos com informações completas sobre a situação agrária do estado do Acre, e relatou sobre a luta dos seringueiros e sobre os impactos com o asfaltamento da BR 364. Em sintonia com os anseios do líder seringueiro, José Carlos Carvalho abraçou fortemente a ideia de criação de áreas especiais para garantir os direitos dos moradores dessas comunidades e meses depois ajudou a implantar pelo IBAMA a primeira Reserva Extrativista do País, na gestão do Presidente Fernando Mesquita, da qual José Carlos era Diretor e Presidente-Substituto. Posteriormente, já como Ministro do Meio Ambiente, teve a oportunidade de outorgar os primeiros títulos de Concessão do Direito Real de Uso aos extrativistas da RESEX Chico Mendes de Xapuri.

Aquela crise no Acre era apenas um dos graves problemas que o Brasil estava enfrentando. Desde o começo dos anos 80, o governo brasileiro estava sendo bastante criticada pelas mídias nacional e internacional por sua ineficiência na proteção da Amazônia – considerada o “Pulmão do Mundo”.

Em 05 de outubro de 1988, foi promulgada a Nova Constituição, que se destacou das anteriores por tratar de temas até então esquecidos. O Meio Ambiente recebeu um capítulo específico naquela constituinte, sob a liderança do Deputado Fábio Feldmann, reconhecido como uma das mais importantes lideranças ambientais do Brasil. À época, na qualidade de Secretário-Geral do IBDF José Carlos Carvalho apoiou decisivamente os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, dando apoio técnico e logístico ao Deputado Feldmann, responsável pelo capítulo de meio ambiente da Constituição Federal.

O presidente José Sarney, considerando o disposto no Artigo 225 da Constituição, assinou o Decreto nº 96.944, de 12 de outubro de 1988, criando o “Programa de Defesa do Complexo de Ecossistemas da Amazônia Legal, denominado Programa Nossa Natureza”, com a finalidade de estabelecer condições para a utilização e a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais renováveis na Amazônia. O general Rubens Bayma Denys, Ministro-Chefe da Casa Militar e Secretário-Executivo do Conselho de Segurança Nacional, era o coordenador geral do Programa, tendo o Major da Aeronáutica João Carlos Freire o papel de coordenador operacional. José Carlos Carvalho liderava um dos grupos de técnicos, usando de sua experiência para consolidar os estudos que norteariam as políticas federais dali em diante, incluindo a criação do IBAMA, da qual participou intensamente, ajudando, inclusive, na elaboração da Medida Provisória (MP) que deu origem à Lei de instituição da entidade, como veremos a seguir.

Com a morte do líder seringueiro Chico Mendes, em 22 de dezembro de 1988, o presidente José Sarney acelerou a tomada de decisões do Programa Nossa Natureza, criando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

O IBAMA foi criado pela Lei Federal nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, pela fusão de quatro entidades brasileiras que trabalhavam na área ambiental: Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), Superintendência do Desenvolvimento da Borracha (SUDHEVEA), Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE), e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Quando foi criado, o IBAMA era subordinado ao Ministério do Interior (MINTER), que naquela época estava sob a direção do Ministro João Alves Filho.

O IBAMA contou com o jornalista Fernando César de Moreira Mesquita como seu primeiro presidente. José Carlos Carvalho assumiu a Diretoria de Administração e Finanças (DIRAF) e outros dois cargos importantes: Presidente-substituto da instituição e Secretário-Executivo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

O IBAMA avançou muito nesse período. Houve ampliação das ações para combate aos desmatamentos. Milhares de hectares de floresta foram protegidos pela criação de Unidades de Conservação, com destaque para a primeira Reserva Extrativista (RESEX), em Xapuri, terra do líder seringueiro Chico Mendes. Para reduzir e combater as queimadas foi criado o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PREVFOGO), que se tornou referência como uma eficiente política ambiental. Convênios com diversas instituições federais, estaduais e privadas foram firmados em várias áreas, ampliando os resultados do novo Instituto. Destaca-se entre essas iniciativas o Programa Emergencial de Controle e Fiscalização de Desmatamento e Queimadas da Amazônia Legal – PEAL, negociado junto ao Banco Mundial que apoiou financeiramente a primeira ação coordenada pelo governo brasileiro de conservação da Amazônia, fortalecendo a capacidade institucional do IBAMA na região para controlar e fiscalizar o desmatamento. Houve expressiva redução do desmatamento nesse período.

Em 1990, com a posse do presidente Fernando Collor de Melo, foi criada a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMAM). O renomado ambientalista José Lutzenberger assumiu a SEMAM e o Engenheiro Sanitarista Werner Eugênio Zulauf a presidência do IBAMA. Assim, José Carlos Carvalho se tornou Diretor de Recursos Naturais Renováveis (DIREN).

Com a saída inesperada de Werner Zulauf da presidência, José Carlos Carvalho assumiu seu posto até a nomeação da Analista do IPEA, Tânia Maria Tonelli Munhoz.

Em 1991, retornou para Belo Horizonte para assumir pela segunda vez a Direção-Geral do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais, permanecendo até 1995. Nessa época, atuava também como perito florestal da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e Consultor Técnico de programas financiados pelo Banco Mundial.

De 1995 a 1998, exerceu o cargo de Secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMADE) de Minas Gerais, tendo criado e implementado a Secretaria a partir da reorganização do Sistema Estadual de Gestão Ambiental. No mesmo período, foi Presidente do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, do Conselho Estadual de Política Ambiental, do Conselho de Administração e Política Florestal do Instituto Estadual de Florestas e do Conselho Curador da Fundação Estadual do Meio Ambiente.

José Carlos Carvalho presenciou o surgimento da gestão colegiada e participativa, com a criação do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM), em Minas Gerais, no ano de 1977, e depois com a criação do CONAMA, através da Lei Federal n.º 6938, de 31 de agosto de 1981 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente), e desde então abraçou intensamente esses princípios, como gestor público, participando ativamente das reuniões dos Conselhos estaduais e federais que participou. Continuamente buscou a ruptura com o modelo clássico de gestão do Estado, baseado em decisões monolíticas e unilaterais, para uma construção da gestão ambiental com mecanismos e instrumentos colegiados e participativos. Essa é uma de suas marcas, pois ele sempre esteve atuante, ouvindo, propondo e influenciando positivamente seus pares, fortalecendo sua imagem como líder e defensor das causas ambientais.

De janeiro de 1999 a fevereiro de 2002, foi nomeado Secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Com a saída do Zequinha Sarney para concorrer ao cargo de Deputado Federal pelo estado do Maranhão, José Carlos Carvalho assumiu o Ministério até o fim do mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Nesse período, coordenou a reestruturação do Ministério e do IBAMA.

No âmbito do MMA, foram ampliadas as ações por meio da criação de novas Secretarias, como por exemplo: Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Secretaria de Qualidade Ambiental dos Assentamentos Humanos etc.

Atuou contundentemente para melhorar a articulação dentro do governo, do Ministério do Meio Ambiente com o Ministério da Agricultura, com a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em busca de solução de problemas relacionados ao desenvolvimento rural e cultivo da terra, não apenas por controle e fiscalização por parte do IBAMA, mas fortalecendo a busca de tecnologias e técnicas de produção sustentáveis.

Apoiou decisivamente a criação da Agência Nacional de Águas (ANA), pela Lei nº 9.984/2000, com foco no gerenciamento do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) e na efetivação da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH).

O Jardim Botânico do Rio de Janeiro foi transformado numa autarquia federal, por meio da Lei Federal n.º 10.316, de 6 de dezembro de 2001, adquirindo independência administrativa e financeira. O Jardim Botânico é uma das instituições mais antigas do Brasil, pois teve sua origem com a vinda da família Real ao Brasil, há mais de 200 anos atrás. Essa mudança no caráter jurídico-administrativo contribuiu significativamente para avanços em seus objetivos como instituto de pesquisas da flora nacional, incluindo a implantação da Escola Nacional de Botânica.

José Carlos sempre manteve seu gabinete aberto para receber os servidores do IBAMA, que à época lutavam por melhores condições de trabalho. Ele teve o privilégio de se empenhar e ver a aprovação da Lei Federal nº 3804/00, estabelecendo o Plano de Carreiras de Especialista em Meio Ambiente (PECMA), o que possibilitou melhores salários e abertura de novos concursos. Com uma Carreira implantada o IBAMA mudou de patamar, colocando-se entre as entidades federais reconhecidas pela importância de sua missão institucional. Em 2002, já no final de sua gestão, o IBAMA realizou o primeiro concurso público específico para contratação de Analistas Ambientais, desde a sua criação.

A Lei da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n.º 9.795, de 27 de abril de 1999), que teve enorme contribuição do Deputado Zequinha Sarney, como seu relator, fazendo surgir um instrumento de mobilização e engajamento da cidadania na solução dos problemas ambientais.

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000), surgiu para fortalecer a gestão das áreas protegidas. No seu mandato de Ministro em 2002, José Carlos coordenou pessoalmente junto ao IBAMA a criação de aproximadamente, 8 milhões de hectares de Unidades de Conservação, incluindo o Parque Nacional de Montanhas de Tumucumaque, com 3.860.000 hectares - o maior parque nacional de floresta tropical do planeta, à época.

O Conselho Nacional de Recursos Genéticos surgiu em 2001, como um avanço nessa temática, visando organizar os esforços do País em relação ao acesso aos recursos genéticos.

Outro ponto de destaque durante a passagem de José Carlos pelo Ministério do Meio Ambiente foi o fortalecimento da Agenda 21, criando um processo de planejamento participativo único na história recente do país, com quarenta mil pessoas envolvidas de todos os segmentos sociais e políticos.

Ainda no seu mandato de Ministro, Jose Carlos participou ativamente das iniciativas preparatórias da Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a RIO + 10, realizada em Johanesburgo em 2002, tendo chefiado a delegação brasileira presente ao evento. Durante a Conferência, por inciativa da delegação brasileira foi aprovada medida que dava mandato à ONU para negociar o Protocolo de Acesso à Biodiversidade e Repartição de Benefícios, que foi aprovado no Japão, em 2010 e ficou conhecida como Protocolo de Nagoya.

José Carlos Carvalho era um Ministro presente no trabalho de fiscalização e combate aos desmatamentos na Amazônia. Realizou diversas viagens, em companhia de Rômulo Mello (Presidente do IBAMA), de técnicos e fiscais, para ver de perto os resultados. Sempre procurou liderar por palavras, exemplos e ações positivas – de modo que até hoje é reverenciado por inúmeros servidores que tiveram o privilégio de atuar ao seu lado.

Usou seu trâmite dentro do governo federal para ampliar a participação de gestores de diferentes ministérios, reduzindo as resistências e ampliando a internalização da variável ambiental no conjunto das suas políticas públicas, razão pela qual nos anos seguintes se pôde avançar de maneira mais profícuo na reforma do código florestal, na questão de transgênico e outros temas polêmicos que o Brasil sempre teve dificuldade de resolver.

Como Secretário-Executivo e Presidente do CONAMA teve forte atuação, que se traduziu pela aprovação de normas importantes, como por exemplo: Resolução n.º 05/1989, cria o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar (PRONAR); Resolução n.º 06/1989 cria o Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA); Resolução n.º 01/1990 estabelece medidas para reduzir a poluição sonora; Resolução n.º 292/2002, disciplina o cadastramento e recadastramento das Entidades Ambientalistas no CNEA; Resolução n.º 297/2002 estabelece limites para emissões de gases poluentes pelo escapamento para motociclos e veículos; Resolução n.º 307/2002 estabelece diretrizes para gestão dos resíduos da construção civil; Resolução n.º 316/2002 estabelece critérios para funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos, entre outras.

Como Presidente do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) José Carlos Carvalho assinou a primeira iniciativa brasileira de cobrança pelo uso da água na Bacia do Rio Paraíba do Sul, estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Em 2003, ambientalista Marina Silva recebeu um Ministério fortalecido, sobretudo no que diz respeito aos avanços conseguidos no plano político institucional. Com destaque para um melhor aparelhamento institucional para enfrentar os problemas ambientais brasileiros. Esse legado deixado ao final do governo FHC teve papel fundamental de José Carlos Carvalho.

Ao deixar o Ministério, retornou como Secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais, durante os dois mandatos de Aécio Neves (2003 a 2010). Usou sua ampla rede de amizades para fortalecer as ações conjuntas com entidades estaduais e federais (IBAMA, ICMBIO, ANA e Serviço Florestal Brasileiro). Construiu uma aliança muito positiva com a sociedade civil, tentando ouvir todos os segmentos populares e associativistas para tomada de decisões.

Atualmente é proprietário de uma consultoria especializada e realiza também palestras pelo Brasil.

Ao longo de sua prolífera carreira José Carlos Carvalho deixou sua marca em inúmeras instituições: IEF, IBDF, IBAMA, MMA, ANA, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, CONAMA, CNRH, Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais, Instituto Mineiro de Gestão das Águas etc. - recebendo por tudo isso o sugestivo título de “Arquiteto das Instituições Ambientais do Brasil”.

No decorrer desses anos, representou o País em diversos eventos internacionais, tais como: Delegado do Brasil junto à 3ª Sessão de Reuniões da Comissão de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, em Nova York; Vice-Presidente para a América Latina e Caribe, da 10ª Reunião do Comitê de Desenvolvimento Florestal dos Trópicos, realizada na sede da FAO, em Roma; Coordenador da Mesa Redonda sobre Globalização da Problemática Florestal, no 10º Congresso Florestal Mundial, realizado em Paris; membro da Missão Oficial do Governo Brasileiro junto ao Banco Mundial, encarregada das negociações do Programa Nacional de Meio Ambiente (PNMA), em execução no País.

É autor de uma série de trabalhos técnicos relacionados à temática florestal e ambiental publicados no Brasil e no exterior, tendo ainda participado, como conferencista, de diversos eventos pertinentes à sua formação profissional.

Por seus valiosos serviços prestados à causa ambiental, José Carlos Carvalho já recebeu inúmeras honrarias e condecorações, tais como: Ordem do Rio Branco, pelo Presidente da República Federativa do Brasil, na categoria de Comendador, por serviços prestados ao País no exterior, conforme outorga do Ministério das Relações Exteriores; Grande Medalha da Inconfidência, pelo Governo de Minas Gerais, por relevantes serviços prestados à comunidade mineira; Medalha Santos Dumont, no grau ouro, pelo Ministério da Aeronáutica e o Governo de Minas Gerais, por serviços prestados ao País, na área ambiental; Medalha do Mérito Legislativo, no grau superior, pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, por serviços prestados ao Estado; Homenagem do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos (CNRH) pelos 10 anos da aprovação da Lei das Águas; “Medalha JK – Cultura, Desenvolvimento e Civismo”, outorgada pela Academia Mineira de Leonismo; Placa Especial de Mérito da coordenação do Prêmio Mineiro de Gestão Ambiental (PMGA); Medalha de Mérito Ambiental do Fórum Regional de Educação Ambiental (ForEA), entre outras.

É reverenciado por grande número de amigos, companheiros e admiradores que enxergam em sua trajetória pessoal, familiar e profissional muitos exemplos inspiradores de liderança e sucesso.

Políticos, pesquisadores, ativistas de movimentos populares, legisladores, tecnocratas, são muitos os perfis dos brasileiros que se envolveram nas últimas décadas na proteção do meio ambiente nacional.

José Carlos Carvalho faz parte desse seleto grupo, como um dos maiores nomes da área ambiental, tendo dado enorme parcela de contribuição na consolidação do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente, colocando-os entre as instituições federais mais fortes e respeitadas do Brasil!!!

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Brasília – DF, Outubro de 2014.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 30/10/2014
Reeditado em 04/07/2021
Código do texto: T5017562
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