Biografia do Administrador JOSÉ ROBERTO ALVES CORRÊA

José Roberto Alves Corrêa é um profissional extremamente versátil, formado em Administração e Ciências Contábeis, com especializações nas áreas de finanças, gestão estratégica e planejamento, que ao longo de 45 anos construiu uma sólida carreira ocupando cargos importantes na iniciativa privada e no setor público federal. Entre as inúmeras passagens de sua vida profissional marcou presença na área ambiental como Diretor e Presidente do IBAMA!!!

Nascido em 19 de março de 1953, Curvelo, município da região central de Minas Gerais, filho do ferroviário Antônio Corrêa Filho e da dona de casa Carmen Alves Corrêa. É o primogênito de cinco irmãos: José Roberto, Maria Carmen, Marco Antônio, Jeanete e Antônio Neto.

Aos sete anos, ingressou no ensino primário no Grupo Escolar Antonina Mascarenhas Gonzaga. Para que um estudante conseguisse uma vaga no ensino ginasial era preciso fazer um exame admissional, com uma extensa avaliação dos conhecimentos básicos. José Roberto fez e foi aprovado, ingressando na Escola Estadual Bolívar de Freitas, onde concluiu o Ginásio e o Científico.

Enquanto cursava os últimos anos do segundo grau, José Roberto conquistou seu primeiro emprego no Escritório de Contabilidade do Clube Recreativo Curvelano (CRC), o mais tradicional da cidade. Lá permaneceu de março de 1970 a junho 1972, como chefe de escritório, exercendo atividades de contabilidade e atendimento aos associados.

Em 1972, serviu o Exército no Tiro de Guerra de Curvelo, das 5 às 9 horas da manhã, recebendo treinamentos e cumprindo exercícios militares.

A convite de seu primo, Milton Baioneta, mudou-se para Brasília, residindo num apartamento na Quadra 108 da Asa Sul. Veio para a capital federal com emprego garantido. Assumiu o cargo de Gerente de Repasses Internos e Externos do Grupo Financeiro Ipiranga (GFI), cuidando das operações de financiamento com recursos do BNDES, captação e administração de fundos, atuação nas áreas de seguro, crédito direto ao consumidor e na corretora e distribuidora de títulos e valores mobiliários do GFI.

O ano de 1974 foi bastante marcante em sua vida. Foi quando passou no vestibular de Economia na Universidade de Brasília, tornando-se o primeiro de sua família a ingressar na faculdade. Infelizmente, teve que deixar o curso, pois as aulas aconteciam pela manhã e ele precisava trabalhar para se manter. Logo em seguida, ingressou no Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário CEUB, cujas aulas eram no período noturno.

Entre abril e maio 1974, teve uma rápida passagem como Chefe do Departamento de Contas da Companhia Brasileira de Habitações (HINDI), uma grande empresa com origem em Belo Horizonte e atuante no seguimento de construção civil.

Em maio de 1974, foi contratado pelo Banco Auxiliar de São Paulo (BASP), ocupando os cargos de Gerente-Adjunto e Subgerente, num período de dois anos. Nessa função aprimorou suas habilidades, aplicando na prática os conhecimentos adquiridos nas diversas disciplinas acadêmicas.

Em 1976, recebeu a triste notícia do falecimento de seu pai, Antônio Corrêa Filho, numa idade ainda bastante precoce. Nessa época, seu irmão, Marco Antônio, veio morar com ele em Brasília. Três anos mais tarde, sua mãe e dois irmãos mais novos, Jeanete e Antônio, vieram também. A irmã, Maria Carmen, que já estava casada e com filhos, permaneceu em Curvelo. Por ser o mais velho, José Roberto procurou compensar a ausência paterna, tornando-se arrimo da família, tanto no papel financeiro como no exemplo de responsabilidade e liderança perante seus irmãos.

Em dezembro de 1977, José Roberto concluiu o curso de Administração e Empresas, com foco em Administração Pública e no ano seguinte ingressou no de Ciências Contábeis, aproveitando inúmeros créditos e disciplinas comuns, o que lhe permitiu completar o curso em dois anos.

Ter dois cursos superiores já era motivo de bastante orgulho, entretanto José Roberto prosseguiu aperfeiçoando seus conhecimentos em cursos de pós-graduação (Lato Sensu). Pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) obteve o grau de especialista em Administração Financeira e Orçamentária (1979), Elaboração, Análise e Avaliação de Projetos (1980); pela Escola Superior de Guerra fez Gestão de Políticas Públicas (1998); e pelo CNPq concluiu Planejamento Estratégico Situacional – PES (2002).

Em julho de 1977, José Roberto deixa de atuar na área financeira e passa para o ramo comercial como Gerente da Casa Masson - uma das mais antigas e tradicionais joalherias brasileiras, de origem gaúcha, com inúmeras filiais em todo país. Teve o privilégio de trabalhar com Romário Veras, que mais tarde fundaria sua própria rede de relojoaria, joalheria e ótica. José Roberto lembra com entusiasmo desse emprego, bem diferente do anterior. Enquanto os funcionários dos bancos recebem frequentemente clientes passando por problemas e se queixando de dívidas, na Casa Masson o clima era outro. Eles chegavam sempre animados, dispostos a gastar vultosas quantias para comprar lindos objetos para presentear amigos e parentes em comemorações especiais. Em comum, esses empregos lhe privilegiaram com a possibilidade de conhecer inúmeras pessoas, nas diferentes classes sociais e econômicas da nova capital.

Em junho de 1979, José Roberto inicia uma nova fase em sua vida. Deixa a iniciativa privada para atuar no serviço público, como Chefe de Gabinete de João Sandolin, Superintendente da Campanha Nacional de Alimentação Escolar do Ministério da Educação e Cultura (CNAE/MEC).

A essa altura ele já era considerado uma pessoa realizada. Conquistara com muito esforço a tão almejada estabilidade financeira. Seus irmãos já estavam se encaminhando profissionalmente e nos estudos em Brasília. Só lhe restava preencher sua vida sentimental: o que não demorou muito para se concretizar. Em 1980, casou-se com mineira Rosa Inês de Siqueira Corrêa, com quem teve um filho: Roberto de Siqueira Corrêa, hoje com 23 anos, já com um mestrado em Geologia Econômica pela UNB e se preparando para um doutorado na Austrália.

Foi nessa época também que ele iniciou outra grande paixão. José Roberto é amante do motociclismo e há 35 anos participa com vários amigos de eventos e viagens pelas estradas brasileiras e diversos países, inclusive percorrendo a famosa Route 66, nos Estados Unidos.

Em julho de 1980, ingressou como Analista Sênior no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), durante a gestão do Engenheiro Civil Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque. À época, o CNPq e o IPEA eram consideradas as duas "ilhas de excelência" no Serviço Público Federal, responsáveis por assessorar importante setores da administração federal nos projetos de planejamento e integração nacional. Além de ampliar bastante sua rede de amizades, José Roberto fez extensa carreira no CNPq ocupando inúmeros cargos importantes, tais como: Superintendente de Planejamento, Coordenador de Programação Orçamentária e Financeira, Chefe de Gabinete-Adjunto, Superintendente de Administração, Gerente de Operações, Gerente Financeiro, Chefe do Serviço de Cadastramento da Demanda e Coordenador de Estudos, Programação e Controle.

Em setembro de 1991, José Roberto foi convidado por Celso Martins Pinto e Eduardo de Souza Martins, respectivamente Coordenador Geral de Administração e Secretário-Adjunto, para integrar o corpo técnico da Secretaria Especial do Meio Ambiente da Presidência da República (SEMAM/PR), que era chefiada pelo renomado ambientalista José Lutzenberger.

Logo em seguida, após uma curta temporada na SEMAM/PR, em outubro de 1991, foi convidado pelo Secretário Adjunto da SEMAM/PR e também Presidente do IBAMA, Eduardo de Souza Martins, para o cargo de Diretor de Administração e Finanças (DIRAF), além de acumular a função de Presidente-Substituto, vindo, algum tempo depois a também acumular a área de planejamento ficando à frente da Coordenação-Geral de Planejamento (COGER).

Aquele era um período extremamente conturbado, fruto de demandas acumuladas dos anos anteriores. A década de 1980 foi marcada por profundas transformações sociais, a volta do regime democrático, os trabalhos da Constituinte de 1988, as eleições diretas para Presidente da República, etc. Fora tudo isso, o Brasil sofria enorme pressão internacional pela degradação ambiental, em especial pela destruição da Amazônia.

O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) reunia um diversificado grupo de técnicos, pesquisadores e ecologistas, que trabalhavam a todo vapor na formulação de normas de controle da poluição e regramentos para o uso dos recursos naturais. O IBAMA, com apenas três anos de existência, ainda não tinha se estruturado adequadamente para atender todas as demandas. Vários atritos surgiam por não se ter regras e procedimentos claros para se licenciar os empreendimentos e obras.

Paralelamente a tudo isso, aconteciam os preparativos para aquela que seria a maior Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), a RIO-92. ONGs indigenistas, empresários, fazendeiros, mineradoras, políticos, jornalistas, ativistas de movimentos sociais – muitos eram os grupos que pressionavam diariamente os técnicos, fiscais e gestores da área ambiental.

No meio daquele contexto e jogo de pressões, José Lutzenberger deixa o cargo de Secretário de Meio Ambiente, Eduardo Martins os de Secretário Geral-Adjunto e de Presidente do IBAMA e José Roberto Alves Corrêa assume a presidência.

Pouco depois, o físico José Goldemberg, acumulou a função de Ministro da Educação com a de Secretário Especial de Meio Ambiente (SEMAM/PR), e indicou a Engenheira Agrônoma Maria Tereza Jorge Pádua para a Presidência do IBAMA. Assim, José Roberto retornou ao cargo de Diretor de Administração e Finanças (DIRAF), permanecendo até julho de 1992, começo da gestão de Flávio Miragaia Perri.

José Roberto Alves Corrêa vivenciou aquele momento único na história do Brasil. Uma fase recheada de acontecimentos, na qual toda a sociedade ansiava intensamente por mudanças. O ano de 1992 ficou eternizado como um marco no debate e na construção das políticas públicas ambientais. Tanto o IBAMA como o movimento ambientalista brasileiro saíram fortalecidos daquele turbilhão de fatos marcantes.

Todos aqueles que tiveram o privilégio de viver os preparativos e a realização da RIO-92 guardam na memória inesquecíveis emoções. Também é unânime a opinião de todos os ex-presidentes: não existe nenhuma instituição tão cheia de desafios e aprendizados como o IBAMA!!!

Em julho de 1992, José Roberto deixa o IBAMA e assume a Diretoria de Planejamento, Administração e Finanças da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Em 1993, é nomeado presidente substituto e ocupa a presidência da CAPES em vários momentos.

De maio de 1996 a janeiro 1977, retorna ao seu órgão de origem, o CNPq, atendendo a um desafio do então presidente, José Galiza Tundisi, e é nomeado Coordenador de Programação Orçamentária com a missão de dar transparência, flexibilizar e descentralizar o orçamento do Órgão para as suas diretorias e unidades administrativas, num modelo de gestão compartilhada.

Em janeiro de 1997, deixa o CNPq mais uma vez e passa a ocupar o cargo de Diretor do Programa de Reforma do Estado do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE), na gestão de Luiz Carlos Bresser Pereira.

Um ano depois, é cedido pelo Governo Brasileiro à ONU e passa a ocupar o posto de Administrador, AO/BRZ, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, no Brasil. Permaneceu até fevereiro de 2003.

Em setembro de 1998, aposentou-se como servidor público federal.

A partir de fevereiro de 2003, ocupa o cargo de Diretor de Planejamento e Projetos da empresa E.Labore Consultoria, atuando como consultor de projetos de licenciamento ambiental nos setores de siderurgia, mineração, industrial, imobiliário, de transportes e de prestação de serviços; participação nos trabalhos em projetos de desenvolvimento institucional e melhoria da gestão de órgãos ambientais estaduais; levantamento, análise, avaliação e elaboração de proposta para o aperfeiçoamento do licenciamento ambiental das atividades do ciclo de petróleo e gás natural; dentre outras atividades.

Desde 2010, ocupa o cargo de Presidente do Conselho Fiscal do Centro de Estudos de Gestão Estratégica (CEGE), Organização Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

José Roberto tem uma carreira construída com passagens exitosas pelo setor público e iniciativa privada, com um leque de atuações em diversas áreas, o que lhe proporcionou enorme acúmulo de saberes e competências. Esteve presente nos primeiros anos do IBAMA, auxiliando na sua consolidação. Hoje, usa essa bagagem para assessorar empresas e entidades governamentais na interlocução com o Instituto. Poucos são os profissionais que vivenciaram esses dois papéis, e por isso mesmo que ele pode se orgulhar por tamanho privilégio.

José Roberto Alves Corrêa sabe bem disso, e procura usar com responsabilidade suas experiências e conhecimentos acumulados em práticas e atitudes que sirvam de exemplo para aperfeiçoamento de empresas, órgãos públicos e sociedade civil na busca do desenvolvimento sustentável!!!

BIBLIOGRAFIA:

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DINIZ, Nilo Sérgio de Melo. 2010. Ambiente e Democracia Participativa: A Experiência do CONAMA. Monografia - curso de Especialização em Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais. Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. 104p. Orientadora: Heloisa Maria Murgel Starling. Disponível em: http://www.secretariageral.gov.br/.arquivos/monografias/Nilo%20Sergo%20de%20Melo%20Diniz.pdf

GOUVEIA, Maria Teresa de Jesus. 2011. As conceituações de meio ambiente praticadas pelo corpo técnico do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) na formação de sua cultura organizacional. (Tese de Doutorado) Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 124f. Disponível em: http://www.nuredam.com.br/files/publicacoes/teses/Tese_Gouveia_Vers%C3%A3oBIblioteca.pdf

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Brasília – DF, Janeiro de 2015.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 15/01/2015
Reeditado em 04/07/2021
Código do texto: T5102938
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