minha vida

Minha vida

Sou um homem de sorte de verdade,

Quando meus pais na meia idade,

Do sertão baiano desistiu.

Pois a seca castigava,

E tudo que plantava,

Nunca produziu.

Foi embora pro sudeste,

Deixando o nordeste,

E levando a recordação.

Dos momentos lá vividos,

E de coração partido,

Embarcou para a nova missão.

Foi lavrar terra bruta,

E depois de muita luta,

Seu espaço conquistou.

Construiu seu ranchinho,

E com muito carinho,

Todos os filhos ali criou.

Pai e mãe muitos esforçados,

Criou os filhos bem criados,

Sem nenhuma faculdade.

Soube mostrar a seus herdeiros,

Os valores verdadeiros,

Que é ter dignidade.

Nasci em presidente Bernardes,

Onde sai com pouca idade,

E fui para Pirapozinho.

Uma cidade muito bacana,

Enfincada na alta Sorocabana,

Que nos acolheu com carinho.

Momentos alegres e triste ali vivi,

Até minha mãe perdi,

Aos dez anos de idade.

A dor maior vivida,

Perdi minha mãe querida,

Para toda eternidade.

Talvez para minha sorte,

Na hora de sua morte,

Ela pediu com amor.

Filho, sei que é pedir demais,

Mas faça o que for capaz,

Seja professor.

Quantas noites sem dormir direito,

E com aquela dor no peito,

Com medo de não atender.

O pedido da mãe querida,

Coisa mais importante da minha vida,

Eu tinha que fazer.

Formei-me professor,

Trabalhei com muito amor,

Atendi o seu pedido.

Sou um homem realizado,

Sou um filho abençoado,

E sou muito agradecido.

Outros cursos conclui,

Mas nunca esqueci ,

Da minha formação e estrutura.

Sou grato eternamente,

Pois em Presidente Prudente,

Que fiz minha licenciatura.

Hoje com meus cabelos brancos,

Me pego às vezes em prantos,

Distante aqui estou.

Olha só que ironia,

Hoje moro na Bahia,

Onde tudo começou.

(Valdemar Silva)

Valdemar Silva
Enviado por Valdemar Silva em 25/07/2018
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