Joaquim da Rocha Soares

O Brasil recém-Independente de Portugal, comandado pelo Imperador Dom Pedro I, entrava em conflito bélico com as Províncias Unidas do Rio da Prata, na chamada “Guerra da Cisplatina”, ocorrida no período de 1825 a 1828, pela posse da Província Cisplatina, a região da atual República Oriental do Uruguai.

O Piauí ainda estava sarando as feridas da “Batalha do Jenipapo”, ocorrida em 13 de março de 1823, no qual os piauienses lutaram bravamente para garantir a Independência contra os soldados do Major João José da Cunha Fidié, que era o representante de Portugal, encarregado de manter o norte do Brasil fiel à Coroa Portuguesa.

O Brasil ainda buscava construir uma identidade como Nação. A organização administrativa, política e geográfica era bastante deficiente. A desordem se refletia até mesmo nos registros de nascimento e óbito. Não existia separação entre Igreja/Estado e ambos acabavam exercendo suas atribuições de forma precária.

O Coronel Joaquim da Rocha Soares nasceu juntamente com o Brasil Nação. Foi um dos primeiros brasileiros nato. Fazendeiro e filho do casal Cristóvão José de Carvalho e Paulina da Rocha Carvalho, Joaquim nasceuem 1825, na Fazenda Guaribas, onde atualmente está localizado o município de São Luís do Piauí (PI), região que por muito tempo foi chamada de São Luís das Guaribas, devido ao grande número desta espécie de macaco que habitava o local. Ele foi responsável pela disseminação da Família Rocha nos municípios de Alagoinha do Piauí, Fronteiras e São Julião.

Os avós paternos de Joaquim eram João Fernandes de Carvalho e Maria Vitória de Carvalho. De origem portuguesa, eles nasceram na segunda metade do século XVIII e chegaram à região de São Luís do Piauí por volta de 1800.

Chegada do Príncipe D. João, da família real e da Corte à Igreja de Nossa Senhora do Rosário para missa comemorativa da chegada ao Rio de Janeiro. Óleo sobre tela. Armando Martins Viana. Século XX. Museu da Cidade, Rio de Janeiro

Joaquim da Rocha Soares casou com Francisca Maria da Conceição, filha do também fazendeiro Ricardo Rodrigues de Carvalho e de Maria Antônia de Carvalho, casal que residia na Fazenda Piranhas, hoje comunidade pertencente ao município de Alagoinha do Piauí (PI). Ricardo e sua família chegaram à região conhecida como “Piranhas” no ano de 1835. É bastante provável a existência de laços sanguíneos entre Joaquim e Francisca, já que era comum naquela época e tradição da Família Rocha o casamento entre primos.

Após o casamento, Joaquim da Rocha Soares e Francisca Maria da Conceição estabeleceram residência na Fazenda Piranhas. Tiveram vários filhos, entre eles: Ricardino da Rocha Soares, Nicolau Ricardinho da Rocha Soares, Bernardino Ricardino da Rocha, Maria Joaquina São José (Quininha), Maria Justina, Possidônia Maria de Jesus e Teotônio Bispo da Rocha.

O Coronel ficou viúvo e se casou pela segunda vez com Antônia Maria do Nascimento, filha do casal Francisco de Brito Nogueira e Marcelina Maria da Conceição. A família de Francisco de Brito Nogueira foi uma das pioneiras em São Julião (PI) e deu origem á Família Brito naquele município e em Alagoinha do Piauí.

Com Antônia, Joaquim teve mais dois filhos, o Major Leopoldino da Rocha Soares e Joana Maria de Jesus.

Joaquim da Rocha Soares ficou viúvo pela segunda vez e viveu os últimos dias na "Casa Branca" aos cuidados da família de seu filho, Leopoldino da Rocha Soares. O velho coronel faleceu no início da década do século XX.

Em 1903 quando nasceu a neta Maria da Rocha Filha, do casal Leopoldino e Francelina, Joaquim da Rocha Soares ainda era vivo. Ele teria entrado no quarto onde estava a neta recém-nascida e perguntado o nora para quê tantos filhos e teria sugerido que entregasse a criança a Nossa Senhora.

Joaquim da Rocha Soares foi um grande desbravador do Semiárido Piauiense. Na metade do século XIX existiam poucos habitantes na região, daí a explicação para a grande quantidade de casamentos consanguíneos. A mata ainda virgem, povoada de animais como macacos, onças e veados e a inexistência de estradas trafegáveis, apenas veredas, se tornavam um enorme desafio para os criadores de gado da época.

Com determinação e coragem, o patriarca dos Rocha fincou moradia e com muito trabalho construiu um grande legado deixado para as gerações que o sucederam.

Jonas Rocha
Enviado por Jonas Rocha em 16/08/2018
Reeditado em 20/08/2018
Código do texto: T6420987
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