Licínio Leopoldino da Rocha (1900-1982)

Licínio Leopoldino da Rocha nasceu em uma quinta-feira, no dia 07 de junho de 1900, na fazenda Piranhas, que na época pertencia ao município de Pio IX (PI). Era oitavo de um total de 12 filhos do casal Leopoldino da Rocha Soares (1869-1934) e Maria Francelina da Rocha (1863-1948).

O Major Leopoldino era um grande fazendeiro e Licínio cresceu e viveu a juventude ajudando a família na labuta com o gado e na administração dos negócios.

No final da década de 1900, Jaime Leopoldino da Rocha (1888-1973), irmão mais velho de Licínio, por intermédio do Padre Marcos Francisco de Carvalho (1881-1923), foi estudar em São Raimundo Nonato, município do Sudoeste Piauiense.

Segundo a história oral contada pelos mais velhos, longe de casa, Jaime conheceu a bela jovem Alice da Silva Gomes (1894-1971), filha do fazendeiro Félix José da Silva e Roberta da Silva Gomes, naturais da comunidade Tanque Novo, município de São Raimundo Nonato.

Não demorou muito para que Jaime Leopoldino ficasse noivo de Alice e quando o estudante retornou a Fazenda Piranhas contando a boa nova, os seus familiares ficaram empolgados com a beleza da jovem donzela. Licínio, que até então só tinha contanto com as primas, perguntou logo se o fazendeiro não tinha outra filha solteira, pois ele também desejava se casar.

Durante os preparativos para o casório, os familiares de Jaime viajaram a São Raimundo Nonato para conhecer a família de Félix José da Silva e ao regressar a Piranhas levaram uma fotografia da irmã de Alice, a linda Maria da Silva Gomes, chamada de “Sinharinha”, nascida em 31 de janeiro de 1901. Licínio ficou maravilhado com tamanha beleza, mas somente no casamento de Jaime e Alice, o jovem pôde conhecer a futura esposa.

Para celebrar o enlace matrimonial de Jaime e Alice foi realizada uma grandiosa festa com um volumoso número de convidados em São Raimundo Nonato.

Após o casamento, Jaime e Alice se mudaram para Pio IX (PI) e foram residir na região onde hoje está localizado o município de São Julião (PI), que ele com sua sabedoria e espírito de liderança ajudou a emancipar de Fronteiras (PI), através da lei estadual nº 2042 de 1º de dezembro de 1960.

Em 1922, Licínio e Sinharinha se unem através do matrimônio e também passaram a morar em São Julião. O jovem casal decidiu adotar uma criança de dois anos de idade que foi registrada com o nome de Ligório José dos Santos.

Licínio e Sinharinha tiveram 16 filhos e sobreviveram 13 filhos, sendo eles: Maria da Silva Rocha, Leopoldino da Silva Rocha, Judite da Silva Rocha, Felix da Silva Rocha, Clotildes da Silva Rocha, Valdomiro da Silva Rocha, Terezinha da Silva Rocha, Roberta da Silva Rocha, João de Oliveira da Silva Rocha, Licínio da Silva Rocha, Maria das Mercês da Silva Rocha, Raimundo da Silva Rocha e José da Silva Rocha.

No ano de 1927 São Julião passou por um grande período de seca fazendo com que Licínio Leopoldino da Rocha migrasse com a família para o sul do Piauí. Caracol foi à região escolhida para fincar moradia. O sogro Félix José da Silva presentou Licínio com uma grande fazenda chamada de “Boa Vista”, localizada na divisa com o estado da Bahia, distante 18 quilômetros da atual cidade de Caracol (PI).

Na nova terra, Licínio, que era um homem disposto e não escolhia trabalho, desenvolveu atividades agrícolas e a pecuária.

No sul do estado fez seu nome ficar conhecido por ser acolhedor e generoso ao oferecer sua casa como hospedagem para viajantes e tropeiros que passavam pela região com destino a cidade de Campo Alegre de Lourdes (BA).

Licínio Leopoldino da Rocha se tornou um homem muito conhecido em toda região por sua honestidade, trabalho, dignidade e também pelos seus versos, pois amava a arte da poesia e era um excelente contador de estórias.

Dona Sinharinha também era uma pessoa solidária e religiosa. Ficava muito satisfeita e feliz quando era o período de festejar São José.

Licínio faleceu aos 82 anos no dia 28 de abril de 1982 e sua esposa morreu aos 74 anos em 29 de julho de 1975. Os dois estão sepultados no cemitério do povoado de “Lagoa Grande”, no município de Caracol (PI). O casal deixou um grande legado para os descendentes de dignidade, honestidade, simplicidade, generosidade e trabalho.