1095-CLUBE DE LEITURA MONTEIRO LOBATO-Biografico

O Clube de Leitura era uma instituição do grupo Escolar Campos do Amaral. A partir do terceiro ano (primário), cada classe organizava o seu Clube de Leitura, que funcionava nas duas séries finais do curso primário.

No 3º ano da classe que eu freqUentava, em 1945, de Dona Marocas (Maria de Paula e Silva) foi organizado o “Clube de Leitura Monteiro Lobato”. A escolha do nome era “democrática”, isto é, cada aluno votava em um dos 3 ou 4 nomes. Não me lembro de ter exercido influência na eleição, mas sei que o nome do meu ídolo literário Monteiro Lobato foi o escolhido. E em seguida, fui eleito o presidente do clube para aquele ano.

As atividades do Clube eram: reunião uma vez por mês, numa sexta feira, dentro do horário da aula. Participavam os alunos que quisessem ou que eram convidados ou “motivados” pela professora. Essa participação consistia em declamar uma poesia, cantar uma música, ler um texto literário, que cada aluno fazia de pé, em frente aos colegas da classe. Era um teste para desinibir, desenvolver a locução ou o canto, enfim, atividades que colaboravam para o crescimento dos alunos. O presidente agradecia as performances dos colegas.

No início de cada reunião, a secretaria (outra colega, sempre era uma menina) lia a ata da reunião anterior. No final, a professora falava do jornalzinho “A Voz do Estudante”, que era em seguida distribuído aos alunos. O jornalzinho era tamanho papel oficio, com 4 paginas, impresso em numero limitado pela Gráfica Jobormoura, do jornalista local João Borges de Moura.

Havia convidados: A Diretora, dona Pequena (Iracema Serra de Paula e Silva) participava das reuniões, e o presidente do outro clube (do 4º. Ano) também comparecia.

Numa das reuniões do nosso clube aconteceu a presença do Professor José Emídio de Lima, que era Inspetor Escolar e, apesar de muito feio, tinha bom humor e gostava da criançada.

Quando eu presidi o C.L. Monteiro Lobato, no segundo mandato, isto é, no 4º. Ano, a presidente do outro clube, do 3º. Ano, foi a Gerse Bícego. Filha de sitiantes, morava com os avós para estudar no grupo, os Bícegos (Batista Bícego, avô; dona Lisa (Elisa), avó: Aparecida, Nair, tias solteironas), na casa vizinha à nossa. Era uma menina muito bonitinha e meiga, e eu já havia lançado uns olhares significativos para ela, mas sem correspondência. Nas tardes em que ela, como presidenta do outro clube, comparecia às reuniões do “meu” Clube, eu ficava vermelho (de vergonha ou de timidez) mas muito feliz, de verdade.

ANTONIO GOBBO

Belo Horizonte, 8 de outubro de 2010-[escrito]14.11.2018 ´registrado]

Conto # 1095 da Série Infinitas Histórias.

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 26/12/2018
Reeditado em 29/12/2018
Código do texto: T6535953
Classificação de conteúdo: seguro