Réu confesso

Eu matei uma mulher, pouco a pouco, durante anos, eu a matei lentamente, até que não sobrasse um mísero pedacinho se quer.

Foi em legítima defesa, essa mulher, me aprisionava, era ela ou eu, por anos tive que me submeter a suas vontades, sempre com aquele jeito ditador, dizendo que eu jamais poderia existir, que me manteria aprisionado até que enfim, eu desse meu último suspiro.

Eu chorava constantemente, porque me machucava tanto, não poder se quer me mostrar..

Aos poucos entendi que ou eu a mataria ou ela ia me matar..

Então, sorrateiramente, pouco a pouco, fui adquirindo força, e quando vi, ela estava por um fio, cansado, sangrando, eu a matei, lentamente, dei fim ao seu corpo pra que EU pudesse em fim, viver..

Hoje, não existe mais nenhum resquício dela, ela morreu, ninguém mais a encontrará.

E foi assim.. que cometi um crime que me permitiu viver, matando, aquela mulher que me aprisionou por mais de uma década.

Matei sim, por legítima defesa!

Charlie Gabriel Jaracevskis
Enviado por Charlie Gabriel Jaracevskis em 22/02/2020
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