Saudade sim, tristeza não!

Sônia Maria Pinheiro Almada era o sua nome.

Nasceu em 10 de outubro de 1966, em Governador Eugênio Barros-MA.

Filiação:José Almada Filho e Raimunda de Jesus Pinheiro Almada

Era a 11ª na ordem de filiação.

Cresceu em Caxias, passou um período no Rio de Janeiro com seu irmão Paulo, retornou para Caxias e depois foi morar em Salvador na Bahia. Voltou a Caxias novamente até sua viagem para a casa de Deus no dia 26 de outubro de 2019.

Sônia foi uma mulher forte, persistente naquilo que queria conquistar, mas ao mesmo tempo era frágil, fácil de se apegar às pessoas, às coisas.

Era amante da fotografia, dos animais e das plantas.

Vivia fotografando toda bela paisagem que via e a si mesma, sua autoimagem nas telas, no espelho, refletia.

Gostava de reinventar, reaproveitar, fazer artes, reciclar.

Viveu cada minuto de sua vida intensamente. Era muito otimista, não se deixava abater por qualquer dificuldade, no entanto não gostava de ir ao médico.

No dia 26 de outubro de 2019 fiquei com minha tia das 14 às 20 horas; presenciei a sua luta pela sobrevivência, imóvel naquela cama de hospital, pois não podia se mexer, mas sempre lúcida e sem reclamar de nada, aliás recordo-me de algumas coisas que disse, assim que cheguei percebi que passava a língua nos lábios como quem que queria beber, então disse que iria lhe dar água, ela disse que não podia nem beber, nem comer, porque faria uma tomografia da parte superior do abdômen e que iriam lhe aplicar o contraste. Era por volta das 16 horas quando foram lhe pegar para o exame, a moça do lanche ia chegando, tia disse que ela deixasse o seu lanche, tendo em vista que estava com muita fome, pois nem com o soro estava. Ao chegar, seu irmão, tio Gentinha, ela exclamou: - É você que vai ficar hoje?Naquele momento de entrega de plantão, despedi-me apressadamente para pegar a carona do meu outro tio que esperava lá fora. Tio Júlio César esperava que fosse tia Irma, mas era eu. Aquele dia foi um dia diferente do habitual. Tio Gentinha se ofereceu para ir pro hospital. Tio Júlio estava de plano ir para dormir, pois estava muito cansado tinha passado o dia fazendo entrega. Eu estava no plano de ir só domingo para ficar com tia Sônia, mas resolvi ir sábado. Tia Irma pediu que Manel fosse pela manhã. Assim que encontrei Manel ele foi logo dizendo que tia Sônia havia dito que ele tinha passado no teste. Tia Irma disse que falou com tia Sonia umas 21 horas, sua voz estava diferente, muito baixa.

Fizemos o que estava ao nosso alcance. Lutamos, mas Deus achou melhor lhe tirar de tão grande sofrimento.

Gostaria de escrever outras histórias, mas Deus permitiu que passássemos por esse momento difícil. Com certeza Ele nos dará forças para convivermos com essa grande dor pela perda da nossa inesquecível tia Sônia.

RECORDAÇÕES

Quando vim de Teresina da casa de Dona Zezé, em 1982, minha avó ia me mandar de volta para o interior, mas eu queria estudar, ficar em Caxias, então pedir para tia Sônia falar com minha avó, Mãe Jesus, para deixar eu ficar em sua casa. Tia Sônia pediu e minha avó deixou, por isso agradeço a Deus, a minha avó e a tia Sônia por ser quem sou hoje.

Marinalva Almada (sobrinha)

Minha linda irmã!

Não tenho nem palavras para descrever o quanto eu a amava e admirava o seu jeito de ser. Você era alegre, determinada, sorridente, inteligente, guerreira. Não media esforços para ajudar em tudo e todos. Sempre fomos muito unidas, apesar da distância, sempre nos comunicando uma com a outra, sempre nos aconselhando, dando uma palavra de carinho, amor, incentivando coisas boas. Ficava calada mesmo que estivesse passando por um momento difícil, não demonstrava, sempre sorrindo.

Nunca vou esquecê-la, pois quando tive meu filho em 25/01/1996 você passou 4 meses comigo, no Rio de Janeiro, sempre pronta para me ajudar, cuidava do meu filho como se fosse a mãe, com um jeito tão especial, nos braços que eu ficava babando, do carinho, como você o colocava em seus braços, você me ensinando o jeitinho que tinha que dar de mamar.

Sempre preocupada, me orientando: senta reta, cuidado com a coluna, depois você falava: Oh! Minha Rosa e soltava aquele sorriso lindo, gostoso de que estava fazendo tudo com amor.

Só tenho que agradecer a Deus por tudo de bom que passei com você minha irmã, por poder contar com uma pessoa tão especial, mesmo não sendo mãe, mas com o dom de ser mãe. Como foi gratificante o aprendizado que tive com você minha mana.

O que me conforta é pensar que você está na Bahia ou no Maranhão, enfim tem hora que acho que Deus não a levou.

Sei que está num bom lugar. Que Deus a tenha num ótimo lugar.

Saudades sim, tristeza não!.

Beijos, de sua mana que vai te amar para sempre!

Maria do Rosário (irmã)

Soninha era uma pessoa que não media esforços para ajudar, quando era para ajudar ela se doava mesmo e só largava a causa depois que visse que estava tudo solucionado.

Nossa, uma pessoa que vivia a vida dos outros, na verdade ela vivia para os outros, nunca viveu para ela mesma, é tanto que não se cuidou, tinha problemas, mesmo com problemas estava sempre pronta para ajudar.

Foi uma guerreira, que se tiver de tirar o chapéu eu tiro, se doava mesmo.

Criou muitos meninos, na verdade ela vinha como Babá e se tornava mãe daquelas crianças. Uma mãe de um amor incondicional, um amor que só Deus é que explica isso, ela amava de verdade aquelas crianças que ela vinha ser cuidar como Babá.

No início a gente vivia muito bem, nossa, eu amava muito Soninha e ainda amo, mas ela mudou muito depois que entrou para outra igreja. Ela formou a opinião dela própria e eu para não bater com ela ficava calada. Sempre me dizia: - Você tem que mudar, tem que fazer isso, aquilo, eu ficava calada exatamente para a gente não discutir, porque ela ficou com aquela ideia muito própria. No final ela já não era aquela pessoa de sorrir.

Ela tinha um sonho e foi atrás desse sonho , que era de ter um marido, pois tinha vontade de cuidar, de fazer comida, isso, aquilo, outro, mas quando chegou lá não foi nada daquilo que ela imaginou, tudo foi por água abaixo, aquele sonho que tinha não foi realizado, pelo contrário acho que acelerou a partida dela para o outro lado. Enfim, Deus sabe de todas as coisas.

Soninha foi uma guerreira, foi uma pessoa que se pudesse mudar o mundo ela mudaria.

Para você eu tiro meu chapéu minha mana querida!

Eu te amo! Não cheguei a dizer isso eu acho, talvez, não, uma vez eu disse. Ela imaginava que ninguém gostasse dela, então eu disse: - Eu gosto de você, por que você pensa isso?

Cheguei a dizer há muito tempo atrás, ultimamente não me deu a oportunidade de dizer isso porque só mandava eu mudar, que não era mais uma garotinha que tinha que mudar essa roupa apertadinha e até hoje eu uso minha roupa apertadinha. Não fiz ainda o seu desejo tá minha mana, mas quem sabe um dia, né!

Beijos minha mana querida!

O mais importante é que você está viva aqui no meu coração. Vou te levar para sempre, eternamente no meu coração.

Raimunda Maria (Ray) (irmã)

Eu convivi muito pouco com Sônia, mas para mim, ela era uma pessoa maravilhosa, boa de coração, eu a admirava, era inteligente, sempre foi legal comigo e a gente sempre se deu bem.

Marlene (irmã)

Cada pessoa que conheceu, que conviveu com Sônia sabe dizer exatamente quem ela era. Desde menina sempre foi valente, inteligente, amorosa e claro também tinha seus defeitos, mas sempre foi uma pessoa que se doava a ponto de tentar fazer o impossível só pra mostrar o tamanho de seu amor pelos irmãos, pelos amigos, pelas crianças, amava as crianças. É tanto que se sentiu mãe. Ela fez tudo pelo Wanderson, ele foi pra ela o filho que ela não teve.

Comigo mesmo ela se importava muito . Nós desabafávamos uma com a outra. Éramos confidentes.

Nós, às vezes, nos desentendíamos, mas no fundo já era a doença que já estava se agravando, mas graças a Deus pude estar o tempo todo ao lado dela. Em momento algum ela perdeu sua fé.

Ela achava que ninguém gostava dela, mas tive a chance de provar o contrário pra ela. Ainda no leito do hospital pude mostrar a ela o quanto todos a amavam e se importavam com ela.

Acredito que ela partiu feliz.

É o que tenho a declarar da minha irmã que eu amava e sinto muito sua falta. Ela era incrível tinha um talento que eu amava. Era pra mim uma fotógrafa fantástica, resgatava qualquer beleza até mesmo onde não existia. Realmente era uma pessoa de Deus.

Sinto muito sua falta.

Irma (irmã)

Olha, falar da tia Sônia é falar de alegria, pois ela era uma pessoa extrovertida, com o coração enorme que gostava de plantas, tirar fotos, se maquiar, criar personagens, gostava muito de cozinhar e de comer. Era uma pessoa do bem sempre pronta a ajudar, mas com alguns defeitos como todos nós temos, ao mesmo tempo que era brincalhona quando se estressava podia sair de perto.

Gostava de estar no controle de tudo, sempre falando como tinha que ser.

É mais ou menos isso que posso falar de minha tia, além da saudade; ao mesmo tempo temos que nos conformar e pedir a Deus que a tenha num bom lugar. Amém.

Nilton (sobrinho)

Eu lembro da nossa adolescência quando nós discutíamos, ela corria atrás de mim para me pegar, mas ao mesmo tempo nós estávamos de boa. Não convivemos muito juntas, pois quando crescemos ela foi para a Bahia, depois casei e fui embora para o Pará.

Nós nos encontrávamos em Caxias quando eu tirava férias e ela ia da Bahia. Sempre muito alegre, nos recebia muito bem. Depois que a Mãe Jesus faleceu tia Sônia acolhia a gente da mesma forma carinhosa e gentil da minha avó.

Dinalva (1ª sobrinha)

Convivi muito pouco com ela, mas o pouco que convivi deu pra conhecer um pouco, uma pessoa muito alegre, brincalhona sempre disposta. Quando fui a Salvador, os dias que passei lá foram muito legais. Ela muito alegre, sempre prestativa.

Admirava a dedicação e cuidados que ela tinha com o avô Dedê, percebi que ela cuidava com muito zelo e amor. Ela deu o melhor de si.

Foi uma mulher incrível, tinha o coração grande, fazia tudo sempre com muito carinho e mesmo de longe vi que ela lutou até o fim sem murmurar, só parou de ajudar o próximo quando não conseguiu mais.

Então guardo em meu coração as boas recordações, a alegria, as brincadeiras com os melões que só quem participava sabe o significado dos melões.

Obrigada tia pelos momentos que me fez sorrir!

Valda (sobrinha)

Pra ser bem sincera meu contato com tia Sônia foi muito pouco, uma vez quando criança e a outra quando ela já estava cuidando do nosso avô.

Quando eu era criança lembro-me que fui até a casa de minha vó Vuza e ela estava lá. Recordo-me que era risonha, alegre, brincalhona e como tinha os seios grandes lembro que ela pegava e ficava na minha frente balançando-os e eu me acabava de rir.

Depois que a reencontrei, eu já adulta, ela havia mudado muito. Era uma pessoa de personalidade forte, autêntica e mudava de humor muito fácil, isso que observei, mas era uma pessoa muito carinhosa e cuidadosa.

Pena que convivi pouco.

Valdete ( sobrinha)

Um pouco do que vivi com dona Sônia

Tudo começou quando eu fui trabalhar lá com ela pra ajudar na casa e com seu Dedê, no começo tudo sempre muito novo, mas as poucos já vi que ela era por si só uma pessoa incrivelmente alegre, sempre tratava as coisas com serenidade e dedicação, não demorou muito pra nós nos tornarmos boas amigas. O tempo foi passado e fui percebendo o quanto ela era uma boa pessoa tanto comigo quanto com meus filhos.

A gente ficou mais próximas e começamos a ir pro Centro bater perna e gastar que isso tínhamos muito em comum, sem falar que cada passeio tinha suas sessões de fotos. Nossa, como ela sabia fazer a gente se sentir bem.

Depois de um certo tempo começamos nossos artesanato em casa mesmo, inventávamos tudo que víamos no YouTube.

Sempre conseguimos o que queríamos, sempre com muitas gargalhadas de quando falhamos kkkk.

Enfim outra das personalidades que ela tinha era de ouvir os problemas dos outros e com o tempo ela começou a me compartilhar de seus problemas, de suas felicidades e até seus sonhos .

Uma coisa que fazíamos assim que ela chegou de viagem pela segunda vez, foi sair pelas ruas do Ponte pedindo mudas de plantas. Íamos à piscina do ponte pra pegar as plantas que lá tinham quando as pessoas não nos davam, o jeito era pegar sem os donos ver. Fizemos isso algumas vezes, mas enfim quem nunca fez uma pequena insensatez.

Agora não tenho como esquecer o mas importante que foi quando eu precisei fazer uns exames dos quais eu não tinha como pagar, logo começamos a ligar pra Teresina e marcamos todos os exames e ela estava ali do meu lado me acompanhando como se fosse uma mãe até me vestiu na clínica porque eu estava sedada e voltamos pra casa ela com toda aquela dedicação que nós faz sentir querida e logo que comecei meu tratamento ela diminuiu meus serviços lá na sua casa, só fazia as coisas mas leves e assim continuei lá e nossa amizade também, meses depois de tudo isso ocorrer comigo, ela que ficou doente e pegou todos nós de surpresa.

Ela sempre me dizia que quando a pessoa começa a mexer com médico começa aí descobrir muitas coisas e parece que ela estava certa porque muita coisa foi se descobrindo nela. Fui muitas vezes marcar suas consultas, buscar seus exames, levá-la ao médico.

Recordo-me da última vez que a levei pra clínica Santa Terezinha ela não conseguia se sentar enquanto esperávamos sua vez. Ela se deitou banco por causa da coluna e claro que não aguentou ir de moto comigo e César foi buscar o carro do Neto, daí as coisas só pioraram ela foi internada. Fui visitá-la em dois dos hospitais que ela ficou, já no Macrorregional quando fui vê-la estava muito abatida, mas sempre com aquela fé em Deus que tudo ia passar, que logo estaria em casa perto das pessoas que a amavam. Ela me pedia ó Ceyça Maria faz massagem nas minhas pernas, pra que eu colocasse a toalha molhada em cima das pernas pra que ajudasse a ficar melhor e também ajudamos: eu, Igor e Lili a arrumar os travesseiros um de cada lado pra que apoiasse a coluna dela na qual sentia tanta dor que chorava. Nesse dia fiquei lá mais do que o horário que era permitido, ao sair e ela disse: - vai com Deus Ceyça Maria que Deus dê a tua saúde e voltei para casa com a esperança de no dia seguinte, que era sábado, eu e seu irmão Eudino irmos vê-la, mas não deu certo. Ela partiu definitivamente naquela noite do dia 26 de outubro de 2019.

Isso é um pouco do que vivi com dona Sônia, porque foi muito além disso. Nossa, eu sempre lembro de nossas conversas, nossas brincadeiras que só a gente sabia.

Quero que saiba que você mora no meu coração e dos meus filhos. Inclusive ela já estava mal ainda em casa ela deu uma Bíblia pra meu filho Ayslan, que guardo como lembrança dela. O Erik não saia do pé dela no quarto, com ela mesmo debilitada, na cama sem se levantar, ela tirou uma foto com ele e está aqui pra ele sempre lembrar de dona Sônia que tanta falta nos faz.

Ceyça Maria (amiga)

Marinalva Almada
Enviado por Marinalva Almada em 26/03/2020
Reeditado em 15/06/2020
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