Dimas Arantes Nazário – Um pescador de destaque nas décadas dos anos de 1960 e 70.

Dimas Arantes Nazário – Um pescador de destaque nas décadas dos anos de 1960 e 70.

Você conhece essa casa?

Conheceu os proprietários?

A foto da casa acusa um tempo de glória e poder na pesca, lá pelos idos das décadas dos anos de 1970.

Texto: Professor Miguel João Simão

Escritor e Pesquisador.

Os pescadores ganham por produção, e ter um barco bem equipado, e um mestre que conheça bem o pesqueiro, “que saiba trabalhar”, é o desejo de todos os pescadores. Quanto melhor o barco, e mais competente o mestre, mais produzem, e assim mais gorda será a conta.

Dimas Arantes Nazário foi um dos grandes mestres de barcos da região, conhecido pelas boas contas que fazia resultado de ótimas produções na pesca de camarões.

Considerando, que nos anos das décadas de 1960 e 70, as comunidades pesqueiras eram pobres, e sem expectativa de empregos que lhes garantissem um bom futuro, a juventude mal concluía o ensino fundamental (antigo primeiro grau), e iam à busca de um barco para trabalhar.

Mestres, como Dimas Nazário eram exemplos de profissionais que ganhavam muito dinheiro, e os jovens da época se espelhavam nesses profissionais para ter um futuro garantido.

Dimas iniciou na profissão de pescador em Canto dos Ganchos, pescando com pai e com os irmãos, ainda muito jovem.

Filho do pescador Arantes Vieira Nazário (07/09/1898 – 02/10/1986), e da senhora Malvina Felicidade, nasceu em Canto dos Ganchos em 16 de setembro de 1928.

O pai Arantes Nazário, pescava na região da ilha do Arvoredo e no Pântano do Sul, onde fez amigos.

Aos 16 anos, Dimas com os documentos de pescador em mãos, foi para o Rio de Janeiro.

Teve sorte, arrumou um barco bom para trabalhar, fez boa conta, e não deixou de fazer sua primeira festa longe da família.

Mas aos 18 anos, já firme na profissão casa com a “canteira” (gentílico de quem nasce em Cantos dos Ganchos), Orlandina Elza Oliveira.

Orlandina era filha de Elza Vieira Nazário, (irmã de Arantes Vieira Nazário), e de Manoel F. Oliveira, popularmente conhecido por Mané Finoca (25/12/1901 – 22/08/ 1984).

O casamento aconteceu no dia 02 de dezembro de 1946, na residência do pai da noiva, sendo testemunhas Rodolfo Marques e a esposa Maria Marques, e Artur Guilherme Baldança e a esposa Luiza Baldança.

Dimas trabalhou muito tempo no convés (como tripulante), sem ter função de mestre ou ajudante de mestre. Não teve pressa, apenas se preocupou em aprender a lidar bem com todos os equipamentos e todos os caminhos que o levassem a ser um grande mestre.

Nos anos finais da década de 1950, já com a carta de mestre em mãos e ter em sua bagagem bastante experiência, ele começa a buscar novos horizontes

Foi um mestre bem quisto nas grandes empresas e isso lhes rendeu várias oportunidades.

Nos anos de 1970 uma nova empresa de pesca de nome INAPE (Indústria Nacional de Pesca), aparece em Santos, com barcos bastante equipados para a época.

Dimas foi o primeiro a ser convidado para fazer parte da empresa como mestre de um dos barcos.

Estava ele no ápice de sua profissão pesqueira e viu-se numa das melhores empresas.

Com situação instável, uma nova casa, de frente para o mar ganha forma pelas mãos do pedreiro José Virgílio da Silva, o Zéquinha da Meca. Seu Zéquinha era um dos pedreiros bem procurados da época, e Dimas fez questão que sua nova casa fosse construída por ele.

O casal (Dimas e Landa), com 10 filhos desfrutaram da casa, que se tornou palco de muitas festas. Passaram pela casa autoridades, amigos de pesca, empresários do ramos pesqueiro e familiares. Dimas sempre foi festeiro e isso atraia bem os amigos.

Ficaram registrados no coração dos familiares e amigos, os dias de glória do mestre Dimas, e a marca do suor de Orlandina, a dona Landa como era conhecida.

Dona Landa, foi mulher de luta e de trabalho. Desde o início do casamento até os últimos tempos quando estava com saúde sempre batalhou muito pela família.

Nada segurou a mulher que viu a ascensão do marido na pesca, mas viu também ele iniciar como todo profissional, com dificuldades para manter a família. Costurava, bordava, extraía mariscos das pedras para vender, fazia de tudo para ajudar em casa.

Dona Landa, teve seu trabalho fixo a partir da década de 1980 pela prefeitura, como merendeira de escola.

Dimas faleceu em 1995 no dia 03 de março em Canto dos Ganchos.

De um segundo relacionamento, Dimas teve outros 3 filhos.

Orlandina se aposentou no início dos anos 2000, e viveu até seus últimos dias na casa em frente ao mar.

MIGUEL JOÃO SIMÃO
Enviado por MIGUEL JOÃO SIMÃO em 18/05/2020
Código do texto: T6951253
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