Meu maior medo

Meu maior medo vem talvez da vaidade e do orgulho ou ainda da insegurança, pois refere-se a me importar com o que os outros pensam de mim.

Não há nada errado em querer sem bom. Alias, considero minha maior qualidade justamente essa minha constante vontade em buscar ser bom.

Contudo, a vaidade me faz transformar essa busca de ser bom, na busca de ser reconhecidamente melhor que os outros.

Gostaria de ver nas capas de jornais, minhas qualidades reconhecidas.

Meu pior pesadelo seria a manchete de meios defeitos.

Mas meu maior medo parece estar mudando, mesmo agora enquanto escrevo.

Acabo de imaginar como eu sendo responsável e causador da morte prematura de meu filho. Não Deus, por favor, isso não.

E se eu, por negligencia, fosse causador da morte do filho de outra pessoa? Não, Deus, que tragédia. Publique meus defeitos, mas não permita que eu carregue esse peso. Prefiro mil vezes que eu seja injustiçado, do que carregar nas costas a culpa de ter cometido uma injustiça fatal ao filho de outro.

Alias, talvez a publicação dos meus defeitos no jornal seja até um ato de justiça. Neste caso, prefiro sofrer essa justiça do que cometer tamanha injustiça fatal.

Esqueça tudo que eu falei. O meu maior medo é não ser uma pessoa digna e carregar uma vida de remorso, daquele que deseja ser bom, mas não o é por fraqueza.

Meu maior medo é sucumbir ao meu próprio mau.

Como tenho consciencia. Como não sou o "homem extraordinário" de Dostoevisk, então não estou qualificado para não sofrer com o meu próprio mau.

Assim como voce, sou um homem no meio do caminho, entre a ignorancia e o saber; entre o mau e o bem.

O bem é o meu chamado, o chamado do Uno, o destino de todos nós.

"tudo posso, Naquele que me fortalece"