Dia 02

Voltando de onde parei.

Quando olhei pela janela, a visão que tive despertou em mim algo que até hoje não consigo explicar e muito menos controlar.

Vi a menina (sim, ela ainda era apenas uma menina) mais linda. Seus cabelos cacheados e longos me lembravam as águas que correm em uma cachoeira. Sua pele de um tom que me lembra o céu no final de um dia de verão. Seus olhos tão cheios de pureza e ternura que ao se encontrarem com os meus senti que meu corpo estava flutuando.

Eu não sei se você acredita em amor da primeira vista, mas essa é a única forma que eu tenho para explicar o que aconteceu naquele intervalo de alguns segundos. Eu simplesmente me apaixonei de uma forma tão intensa que a sensação que tinha era a de tentar conter as águas do oceano em um copo.

Quando chegou a noite, mesmo sem ter a menor idéia de como faria isso, comecei a buscar informações sobre ela. Pra minha sorte minhas primas já tinham amizade com ela e não foi tão difícil de descobrir o nome do amor da minha vida. Depois de contar a elas o que sentia e o que havia acontecido, elas prontamente se dispuseram a me ajudar em uma missão ousada: conseguir um encontro com ela.

Eu sei que hoje pode parecer ridículo a idéia de preparar um verdadeiro esquema de guerra para se ter um encontro. Em uma era onde a comunicação está a menos de um metro de distância é inacreditável pensar o quanto era difícil de algo assim acontecer. Porém era uma missão quase impossível. Ela morava em uma colônia de pessoas extremamente conservadoras onde havia quase um toque de recolher que fazia com que todos se agasalhassem cedo.

Então depois de muito conversar com minhas primas chegamos a uma conclusão sobre o que fazer....

Preciso ir agora.

Amanhã volto para continuar em meus desvaneios.