Dia 08

Estava relendo o que escrevi até aqui e percebi minha incapacidade em precisar datas.

Uma triste falha que ainda estou tentando reverter.

Agora depois dos acontecimentos narrados, entramos em 2006. Esse foi, definitivamente o ano no qual minha vida mudou. Na verdade percebo que esse foi um ano decisivo em muitos aspectos. Mesmo que não tenha gostado de muitos deles.

No começo desse período, sai da casa de meu pai para ir morar com minha avó paterna por motivos que não convém escrever.

Lá fiz ótimas amizades, das quais ainda trago algumas até hoje. Mas esse momento foi decisivo por dois motivos:

O primeiro foi que consegui vencer, ou pelo menos diminuir, minha sujeição a timidez. Isso me fez ultrapassar várias barreiras sociais e assim pude me relacionar melhor. Pena que foi tarde demais.

O segundo foi que lá eu acabei conhecendo a que seria minha esposa.

Cheguei naquela nova cidade por volta de fevereiro. Como um novo morador daquela pequena viela, precisava me entrosar com as garotos da vizinhança.

Foi assim que conheci alguns adolescentes que moravam bem em frente a casa da minha vó. Eram dois irmãos e um vizinho deles.

Logo nos tornamos melhores amigos. Tínhamos muitas coisas em comum e isso facilitou nossa amizade.

O tempo foi passando e quando chegamos por volta do mês de setembro houve uma comemoração em um templo religioso bem próximo a minha casa. Como havia sido convidado não podia deixar de ir. E também meus amigos estariam lá.

Como sempre ia passar férias escolares naquele lugar, eu já conhecia de vista a maioria das pessoas daquele templo. Mas vi três moças que nunca havia visto antes. Uma delas me chamou atenção.

Ela era morena, cabelos cacheados e,.por algum motivo que não sei explicar até hoje, fazia com que eu me lembrasse do meu amor.

Quando a reunião terminou, notei que ela ficava me olhando fixamente. Eu percebi na hora que estava nascendo ali algo.

Eu vi essa oportunidade como uma forma de tentar esquecer o amor da minha vida. Uma maneira de virar a página e tentar recomeçar.

Fui me aproximando aos poucos, conversando naturalmente sem pretensão nenhuma. A verdade é que até aquele momento não havia esquecido o meu amor, e até hoje não esqueci.

Com o passar do tempo comecei a gostar dela. Ela chegou em um momento de grande carência e me ajudou muito a superar (mesmo que eu nunca tenha conseguido) o que sentia.

Sim. Eu me apaixonei por ela. Ela conseguiu me conquistar de uma forma que em fevereiro de 2007, fui até a casa dela pedir permissão para a namorar.

Depois desse momento, guardei o que sentia em uma caixinha e escondi bem fundo no meu coração. Porém, ainda assim quando menos esperava era surpreendido pela imagem da minha eterna paixão.

Posso dizer que tive um namoro tranquilo até meados de julho desse mesmo ano. Fui convidado a participar de um evento de férias na colônia onde havia encontrado o primeiro amor.

No começo não fiquei preocupado. Eu amava minha namorada. Havia virado a página e já não sentia mais nada por aquela linda moça que tomou para si meu coração.

Como eu estava enganado...

Preciso ir agora.

Volto amanhã para continuar minha história.

S C P
Enviado por S C P em 12/09/2021
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