DOM PEDRO I... e a corte no Brasil

DOM PEDRO

Capitulo 1

-Bons dias senhores, estamos em plena campanha para intitular o Rei de Rei, replicava o orador da palestra, ele confidenciava com os dissidentes na cave da taverna do Arco do Bandeira, no Rossio, pastéis de bacalhau, bifanas e filetes de pescada desfilam nas bandejas que cortam as mesas, por entre conversas de amigos e o olhar apaixonado de um casal. O número 6 da Praça D. Pedro IV resume-se a uma espartana porta numa fachada em pedra, sem janelas, montras nem a pompa dos estabelecimentos de restauração da vizinha Rua Augusta ou da mítica praça do Rossio que se estende à sua frente, em direção às imponentes colunas do Teatro Dona Maria II.

-Mas então como ficamos, ó Manel? estava nos meus pensamentos que hoje se decidia quem presidia as honras de receber o excelentíssimo sr dr, Maques que nos apresentou o padre Belchior não tomasse tal decisão, ao menos não naquela data. Importante conselheiro do Imperador, o vigário também é responsável por documentar os detalhes do que aconteceu naquele 7 de setembro.

-Temos tudo em controle, afirmava o digníssimo orador, mas se não levantarmos a aldrabas como podemos pendurar os píncaros das cartilhas de azeite, se os moços foram comprar á benda da ti Gracinda não sabem o que querem nem se lembram bem do que encomendamos, pedimos um quartilho e a magana da velha lhe enviou um litro e dois quartilhos, mais não levasse a dita talha.

-É que, argumentava o taverneiro, -Se querem mesmo linchar os algozes de sua senhoria terá que dar um pares de estalos nas bentas do quadrilheiro da carruagem de sua Exa. No final da noite já não diziam coisa com coisa, as malgas de vinho verde e as chouriças assadas em pratos de aguardente já tinham feito as suas desgraças, apenas Dom Fuas Roupinho estava sóbrio o suficiente para não conjeturar com aqueles nobres das Cortes de Lisboa. Toda a injuria Mas acabou recusando em 25 de fevereiro de 1821. Pouco depois, ao lado de José Joaquim da Rocha, ingressou no Clube da Resistência. O pobre do Dom Pedro bem queria acompanhar seus consortes, mas sua resistência física era débil, além da disenteria constante, talvez por não fazer um regime alimentar conveniente, e as dores que o assolavam o confinavam muitas vezes a seus aposentos. A fidalguia que o rodeavam eram não mais que sanguessugas no regime, nada lhe faltava, mas a troco de enormes somas de dinheiro que saía da coroa. Embora tenha sido ele a implementar a cunhagem de moeda, a pataca, ainda não circulava a bom termo nos mercados, era um luxo pegar um punhado de patacas para comprar ou subornar algum engageiro do regime.

Dom Pedro sabia que não era bem visto pela corte portuguesa, as ameaças eram por vezes pertinentes, o imperador bem sabia de onde circulava este tipo de intimação, as invejas e conjeturas cas concubinas que em certa medida influenciavam as decisões do nobres á época.

As cartas vindas de Portugal eram de tal maneira pertinentes que Dom Pedro se deslocou em suas vicissitudes lugar de Moinhos, dois correios da corte vieram de fininho entregar importantes missivas endereçadas por Dom João, o monarca mandou que os encaminhantes, Paulo Bregaro e Antônio Cordeiro, as lessem em voz alta, para assim ser do conhecimento publico as ameaças por parte da corte portuguesa, no antigo regime, existia o ofício de Correio Mor do Reino, por ele enviaram missivas de consorte a princesa e outra de José Bonifácio, Dom Pedro, tremendo de raiva, arrancou de minhas mãos os papéis e, amarrotando-os, pisou-os, deixou-os na relva. Eu os apanhei e guardei. Depois, virou-se para mim e disse: ‘E agora, padre Belchior Pinheiro de Oliveira que não fora ele e talvez a independência do Brasil não se desse lugar, por exemplo, Pedro I?’ E eu respondi prontamente: ‘Se Vossa Alteza não se faz rei do Brasil será prisioneiro das Cortes e, talvez, deserdado por elas. Não há outro caminho senão a independência e a separação.

Capitulo 2

Pinheiro de Oliveira que não fora ele e talvez a independência do Brasil não se desse lugar, por exemplo, Pedro I nunca lhe passou pela cabeça se rebelar contra a corte portuguesa, mas as exigências da corte, mas não fora os concelhos encorajadores do padre Belchior e talvez o monarca nunca se tivesse importunado com as injurias e falta de respeito por parte de Dom João e da respetiva corte.

D. Pedro tentou evitar a rutura, mas ao longo do ano de 1822 o conflito tornou-se inevitável, uma vez que Lisboa enviou tropas para impor pela força as suas decisões. Bem tentaram subornar os subalternos governadores de estado que se mostraram fiéis ao monarca Dom Pedro, segundo fontes, dentro e fora da corte, as milícias de capitães, ávidos de sangue e sabendo da fragilidade de Dom Pedro, bem que se impuseram e se ofereceram para ingressar num qualquer navio em direção ao Brasil.

Todas as tentativas se goraram, embora o monarca tivesse que indagar e silenciar fações rebeldes que se mostravam leais ao regime de Lisboa, a escaramuça teve punho forte até 7 de setembro, a corte portuguesa, embora o tivesse destituído do cargo de Regente Mor, ainda assim ele não baixou braços, e a par das noticias de Lisboa o monarca fez posição firme com os seus vassalos a lhe darem cobertura de poder, e assim se travou uma sanguinária guerra até 1825 altura em que a corte portuguesa se viu obrigada a reconhecer o regime de independência do Brasil.

A comitiva de fidalgos que compunham o agora governo do Brasil, eram de uma fanfarronice e de uma brogueira de pandega fora de exemplo, os assessores nativos que limpavam e cuidavam dos monarcas que compunham o regime monárquico agora independente, não tinham mão a medir para limpar tanta sujeira no palácio, tal não era a labreguice. Os fidalgos e conspiradores do regime que em Lisboa se reuniam na taverna Arco da Bandeira se organizaram, e sem que o regime leal a Dom João tivesse conhecimento, se engajaram no primeiro barco que rumou ao Brasil. Chegados ao Rio de Janeiro, foram recebidos de pompa, os vícios e pandegas nas borgas da baixa de Lisboa foram de imediato sua conduta de vida agora na cidade do Rio. O coitado do padre Belchior bem tentava dar um toque de sobriedade á coisa, mas era em vão, era como remar contra a maré, as beberrices eram uma constante no stafe do agora novo governo.

As festas com mulheres dentro da corte eram uma constante, os bordeis caros de Rio de Janeiro já se habituaram ás mãos largas do Imperador, as sacas de Patacas que esbanjava com o mulherio faziam dele um pandego irreversível e sua comitiva bem o chulavam, era este o termo certo p´ra coisa, seus amigos de escola e corte de Lisboa não davam a mínima para os assuntos de governação, queriam era pu"" e vinho verde, sua esposa bem tolerou sempre estas libertinagens , sabendo que no fundo seu marido a preferia a outras puritanas de bordel.

Mas isso de tal maneira se deteriorou o seu reinado que irreversivelmente teve que abdicar da coroa a favor de um grupo de dissidentes que dissimuladamente iam apoiando seu filho numa possível sucessão em golpe de estado, esses dissidentes que entraram em conflito com a recente corte independente no Brasil e apoiados por governadores de outras províncias em especial a de Minas Gerais, Dom Pedro toma a decisão mais acertada de sua vida devassa, abdica da coroa e parte rumo a Lisboa.

Capitulo 3

O então destituído de titulo na corte portuguesa por ordem direta de seu pai, Rei Dom Carlos IV, não baixa os braços a conflitos, A coitada de sua esposa D. Leopoldina, intitulada de Marquesa de Santos, bem tentava desde o inicio de núpcias , passando pela regência do regime , sempre que seu marido viajava procurando apoios de sua causa para a independência no Brasil como agora chegados a Portugal, bem endinheirados diga-se, afinal o monarca geria diretamente as reservas de ouro que paulatinamente era enviado para Portugal, seus baús estavam bem apetrechados de seu dote como monarca abdicário.

Seus amigos que o acompanharam na viagem de regresso, sempre fieis, não á amizade mas á dependência das patacas e agora, chegados a Portugal, da moeda corrente os reais de prata ou cobre, dinheiro preto, assim chamavam ás moedas de cobre cunhadas a martelo, assim com mais tarde o bolhão e os vinténs mandados cunhar por Dona Maria II.

O libertino não se fica pelos arreios e diante da morte de D. João VI em Lisboa em 1826, D. Pedro I havia despachado sua filha mais velha, D. Maria da Glória, para assumir a regência em Portugal e assim não deixar cair a sucessão, isto ainda quando a sua coroa no Brasil ainda estava em curso. O titulo de Princesa da Beira e do Grão-Pará lhe concedeu a coroa com apenas 7 anos, tendo sido enviada para Viena a fim de assegurar a sucessão da coroa após a morte de seu avô João VI, mas com a condição de reger assessorada por seu tio D. Miguel que em carta de regência deveria vir a casar com a monarca na condição de mostrar ter sido fiel ás cartas da Constituição. Foram tempos conturbados os 5 anos que Maria da Glória reinou até aos seus 12 anos, altura que seu pai D. Pedro I regressou do Brasil.

D. Miguel acaba por se rebelar contra os interesses da coroa e se autoproclama Rei de Portugal, a Princesa agira apoiada pelo pai D. Pedro, derruba do poder seu marido, açambarcador do poder, e assume a coroa no ano que seu pai Dom Pedro I falece, seu casamento com D. Miguel tinha sido reconhecido pelo clero e tendo sido abençoado pelo poder papal, ainda assim não fora nunca consumado fisicamente e por conseguinte anulado por vias de fato. Vindo a casar mais tarde com o neto de Napoleão Bonaparte, Dom Augusto de Beauharnais.

Seu marido e dedicado nos negócios de família, não fora descente de um grande monarca cortês mas também libertino mas integro nas respirabilidades matrimoniais, seu avô, Napoleão, acaba por falecer por ter contraído uma grande infeção na garganta.

A respeitada D. Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga, assim se chamava a monarca, se casou pela terceira vez com Fernando Augusto de Saxe-Coburgo-Gotha que, após a união, se tornou príncipe consorte. O matrimônio gerou 11 filhos, sendo que dois destes foram reis de Portugal: Pedro V de Portugal e Luís I de Portugal.

Dona de hábitos simples, como caminhar a pé por Lisboa e manter contato com outras mães e suas crianças, Maria da Glória teve um casamento muito feliz, mesmo ele sendo fruto de um acordo. Em terras lusitanas, a monarca é conhecida como “A Educadora”, por estimular a educação e as artes no país.

Capitulo 4

"Napoleão Bonaparte 1805"

Com chegada do general ao poder da corte Francesa, Napoleão implanta um regime absolutista e se autoproclama de Imperador da corte e assume a regência do governo francês. Como é conhecido as rédeas do poder por ele assumido, lhe fazem subir o poder á cabeça, não só força o seu governo a o apoiar das sua ideias extravagantes de expansionismo no eixo da Europa, corta relações com todos que o não apoiam ou lhe fazem a mínima frente ao poder absolutista.

Os Espanhóis receosos de serem cilindrados pelo poder galopante de expansão de seu império e crentes que mais tem a ganhar do que perder ao lhe fazer frente, se acabrunham e fazem vénia.

Os acordos que Portugal tinha, á época, estavam agora descomunalmente detorados pela arrogância determinante dos dois governos numa rixa sem jeito nenhum num assunto que poderia ter sido em camera de congresso resolvida, mas se tornou uma guerra sem glória, em face disso a pequena cidadela de Olivença passou para a alçada dos Espanhóis , onde permanece até aos dias de hoje. Com as relações cortadas e com os Espanhóis a se encostarem por cobardia ao poder de Bonaparte, as relações de negócios e amizade que o governo de D. João mantêm com a coroa Inglesa e que o imperador Francês quer aglutinar em prol de seus interesses absolutistas.

O governo da coroa Portuguesa é pressionado a cortar relações com os Ingleses e não só, as condições impostas pelo ditador não só comprimiam a coroa Portuguesa a se rebelar nos acordos bilaterais com a coroa Inglesa, como deveriam inclusive, cancelar as chancelarias diplomáticas de decretar o estado de guerra com os Ingleses, coisa que D. João não aceitaria de maneira alguma, embora isso o deixa-se extremamente debilitado em termos de soberania.

A pressão é de tal maneira incisiva e determinante que não deixa espaço de manobra ao monarca Português, numa jogada de mestre D. João assina um acordo relâmpago com a corte Inglesa, com quem tem desde á longa data uma refinadíssima relação de interesses bilaterais, em poucos dias ele demanda todo o stafe de seu governo, cerca de 15000 pessoas distribuídas por 15 navios partem rumo ao Brasil.

Já em alto mar se lhes juntam uma escolta militar vinda do Rei de Inglaterra a fim de os escoltar naquela odisseia viagem.

Durante uns duríssimos 72 dias navegam rumo a Vera Cruz, catastrófico, não levaram comida suficiente, se contaminaram com uma praga de piolhos de tal forma que quando chegaram ao seu destino estavam todos de cabelo rapado, mais parecendo zombies de tão esqueléticos e de aparência duvidosa de tão cansados. Apenas alguns navios chegam juntos , um grupo se afastou e perdeu durante uma tempestade, mas ao fim de alguns dias, depois de corrigida a rota pela sextante e as bússolas de bordo atracaram junto ás outras naus.

A frota do príncipe regente, Dom João IV, levanta ferros e entra por mar aberto, a 27 de outubro, apenas 4 dias depois o general Junot, acompanhado de uma companhia de 1500 soldados entra em Lisboa, passados alguns dias se desencadeia uma revolta do povo por os franceses hastearem a bandeira Francesa no castelo de São Jorge, originando um decreto de lei marcial, derivado aos motins desencadeados. O Imperador Napoleão não consegue assumir a regencia da corte por derrubar o regime em virtude de o repetivo governo e sua corte monárquica se ter esquivado ao sequestro oficial, assim os ocupantes

"Obra em curso de escrita, com o objetivo de finalizar com 60 páginas para ser editado em Outubro."