Semear a Terra

“Uma noite sonhei era uma borboleta que alegremente sobrevoava os prados, dançando de flor em flor. Depois, acordei sendo Chung Tse. Quem sou eu na realidade? Chang Tse que imagina ter sido borboleta?, uma borboleta que sonha ser Chuang Tse?.

(Chuang Tse, s. IV. a.C.)

Fecundar a terra de filhos nossos, no limite do sol pode haver uma seara. Ali fecundar pregando aos antigos não nos abandonem mentiras as mãos que riscam a pedra e não tem forças nem idade, porém tem anos aprendo a ler no silêncio das pálpebras mortas.

E sabe nossos segredos, e o segredo que sera entregue aos que terra sujam ate contagiar-se.

Fecundar, também, a alma.

Fecundar o lume no coraçao que resiste, como também o verdor tem olhos de criança e choros amanha, quando apos de ser vencido, precisso seria ter retrado sua alma, para nunca esquecermos que algum dia teve alento.

Nos doe, tanto como a descida da pedra que fora outra hora labrada, para ser refugio dos seres que são insensatos.

Do resto as filhas sabem.

Fecharam ouvidos quando o dinheiro falava, incharam o ouro para ser derramado sobre os donos do grande engano. E resguardaram o alento de mulher, a primeira fragrância da divinidade. Despoluindo, a seguir cantigas no alvorecer da fraga, no profundo bosque precisas tantas rondas como astúcia ate chegar ao mar que foi delas saia, prazer nos seus olhos, e verde saudade na pupila de meninhas que ainda conservam encanto quando falam por suas mães das fadigas que sao diarias.

Do resto elas sempre sabem: as filhas.

Alçam o rio, constroem a foz com suor e foices com as unhas desenhadas. E aguardam no descanso sempre um peito, ate os netos virem contar os sonhos que sempre nos faltam, pois perdêramos a própria raiz e a luz do espirito asombrado de ser de ventre de mulher: berço para esperança.

Sabem as filhas: conservar rasgos nos cabelos, nos lábios roseiras, a ponte velha, o salgueiro que não quer chorar poças de rios infectas, tílias e órfãos carvalhos... Sabem as filhas.

As filhas sabem porque nao aprenderam a esquezer.

Tampouco foram ensiandas a perderem sua esperança, no ventre a aguardar um filho que as ha libertar, da historia que lhes foi roubada.