Últimas linhas.

Você me diz que eu vou me machucar, que eu deveria parar de procurar abismos.

Me diz que a segurança é sempre melhor que o desafio.

Me diz que eu confundo sentimentos, que os alimento até os tornar mais fortes que minha vontade, só pra poder justificar minhas atitudes estúpidas.

Eu não preciso justificar minhas escolhas erradas, simplesmente por não acreditar que existam escolhas erradas. Se minha intensidade te incomoda, tua passividade me destrói.

Me deixe mergulhar nos precipícios enquanto você cultiva suas rosas mortas.

Me deixe abraçar causas perdidas enquanto você executa seus projetos perfeitos.

Nunca te pedi que voasse comigo, apenas implorei que me deixasse voar.

E depois de tanto tempo, de tanto discutir nossas certezas, tentando ridiculamente torná-las mútuas, eu já não consigo enxergar em que ponto exato do passado deixamos de ser quem éramos e nos tornamos sombras de quem nunca fomos...

Você me acusa de não tê-lo amado, só porquê fui incapaz de suportar a mesmice de um relacionamento equilibrado, só porquê não consegui aceitar suas teorias sobre o amor perfeito... Eu nunca quis esse tipo de amor, e você sempre soube disso...Talvez você esteja certo, talvez eu realmente seja insana. Talvez eu realmente vá me arrepender, talvez o mundo acabe amanhã, talvez o novo papa seja o anticristo. Talvez essa busca obcessiva pela intensidade dos sentimentos me consuma até não restar nada...Mas enquanto nada disso se concretiza, eu sigo procurando obstáculos, criando monstros de massinha em meu quarto bagunçado, e alimentando cada uma das minhas obcessões.

E, acredite você em mim ou não, eu te amei. E muito.

Meri Jaan
Enviado por Meri Jaan em 13/06/2008
Reeditado em 17/11/2011
Código do texto: T1032044
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