Os tempos...

Quando você chegou eu era a menina que não conhecia nada, que não sabia voar, que não sorria, que nem se quer sabia o que era viver...

E com o passar do tempo você me mostrou como é ter asas, a enxergar mais longe, a não só me olhar, mas me ver diante o espelho.

E de repente quando estava quase livre das minhas opiniões e preconceitos, você simplesmente diz que que é hora de ir.

Deus sabe o quanto doeu e o quanto ainda dói lembrar tudo o que aconteceu, o quanto sofri, e o quanto chorei e até implorei por sua volta...

Hoje melhor um pouco, mais serena talvez e menos emocional como antes, vejo tudo de forma tão ampla que me seria impossivel voltar ao mundinho em que vivia.

Lembro perfeitamente do seu sorriso, do seu rosto em detalhes que só eu poderia descrever já que o vi de tão perto, a sua boca que tantas vezes tocou a minha...

Lembro do modo como caminhava, das suas mãos fortes me pegarem pelo braço e me levarem aonde quisesse que eu fosse...

Lembro da sua força, do seu gás, lembro-me de tantas coisas que as vezes chego a delirar e até me pergunto se você realmente existiu...

Confesso que quase morri quando te vi sair pela mesma porta que eu temi abrir pra você entrar, e olha que nunca mais a fechei pra nada...

Confesso e Deus sabe o quanto é difícil confessar tal fato, eu te amo, sempre amei e nunca saberei amar outro como amo você...

Foram dias, meses e até anos sem um sorriso seu, não é a sua ausência, mas a falta da sua presença que me faz triste...

E agora meio perdida, sem rumo, sem caminho certo, já que fiz de você meu norte marcado na bússula, vem você de novo, com o sorriso de um anjo, a iluminar minhas noites de solidão, a me guiar pela poeira que imunda meu mundo, a limpar minhas lágrimas e segurar minha alma, vem você com seu olhar calmo e calculista, vem você com a nitidez de um ser humano qualquer, mas não um qualquer, aquele que eu amo...

E que eu adoro amar...

Não me pergunte nada, por favor não me venha dizer que sentiu saudade, ou que gostaria de saber se é possível voltar, por que sempre é, sempre pode, sempre dá...

Você não entende mas eu faria tudo pra não te perder naquele dia, e perdi...

E nem por que perdi que deixei de amar, talvez depois de um tempo amargamente mas amei e hoje amo de maneira nostalgica como nunca amei ninguém...

Talvez a distância seja nossa maneira de viver esse garnde amor, talvez a saudade que sinto seja mais nada que apenas sentimentos esculpidos na ar, do que foi e do que ficou...

Talvez você ainda lembre de mim, e como eu de você um dia talvez você queira me ver e pensar em voltar...

Nathalya Etchebehere
Enviado por Nathalya Etchebehere em 13/06/2008
Código do texto: T1032675
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